Início De Uma Ruína

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***Travis

Eu estava sentado no sofá da sala. Eu conseguia ouvir claramente os ruídos vindos da cozinha, indicando que Suzana seguia focada no preparo do jantar.

Peguei o controle remoto sobre a mesinha de centro, e comecei a zapear pelos canais. Buscava por algum conteúdo interessante para assistir, até que a mãe de Thales anunciasse que a refeição estava pronta.

Eu não conseguia parar de pensar na conversa que havia tido com aquele rapaz mais cedo naquele mesmo dia. Fiquei muito surpreso com as revelações. Nem em um milhão de anos eu podeira imaginar que aquele cara, com fama de certinho, fosse capaz de ir para a cama com dois homens ao mesmo tempo.

É... A vida às vezes nos surpreende.

Zapeando os canais, parei no canal local. O que me chamou a atenção e fez com que eu focasse na reportagem, foi a sua manchete no rodapé: "Animal desconhecido causa terror pela cidade".

Arregalei os olhos. Quase não acreditava no que meus olhos liam na tela da TV. Aumentei o volume e comecei a prestar atenção no que o repórter dizia:

"— Ainda não se sabe, ao certo, que animal pode estar causando isso... Tudo que as autoridades nos informaram até agora, é que quatro pessoas já foram atacadas. Todas foram encontradas mortas com marcas de ferimentos semelhantes a mordidas no pescoço. Uma criança está desaparecida. Ainda não sabemos se o desaparecimento da garotinha, cujo nome não foi revelado para preservar as investigações e respeitar a dor da família, tem alguma ligação com esses ataques repentinos. As autoridades aconselham que as pessoas evitem sair de casa a noite, por medida de precaução."

— Céus!!! — Ouvi a voz de Suzana exclamar atrás de mim.

Quando virei-me para olhar, a mulher estava de pé, com os olhos arregalados e fixos na TV. Em mãos, ela tina uma tolha de pano branca, que a mesma estava utilizando para limpar as mãos.

Após aquele breve susto, Suzana desviou o olhar da TV para mim, e perguntou:

— O que você acha que pode estar causando isso, querido?!

— Só consigo pensar em duas alternativas. — Arqueei a sobrancelha direita.

— Quais?!

— Ou é ataque de vampiro, ou de algum licantropo selvagem. — Concluí.

— Mas... Como isso pode ser possível?!— Indagou a mulher. — Thales e os outros conhecem todos os vampiros da cidade. Ele saberia se algo do tipo estivesse acontecendo. E licantropos selvagens?... Isso existe?!

— Ué... — Dei de ombros e fiz um bico. — A gente pode esperar de tudo nesse mundo. Não duvido que existam licantropos por aí, que ataquem pessoas por mera diversão.

— Cheguei na sala na metade da reportagem. — Comentou ela. — Eles mostraram alguma imagem dos ataques?

— Óbvio que não. Isso seria sensacionalismo. — Sorri sem jeito. — Mas por que pergunta isso?

— Se víssemos as mordidas, poderíamos ter uma noção. As bocas dos licantropos são enormes, saberíamos distinguir que criatura foi, simplesmente olhando. A diferença de tamanho da uma mordida de um vampiro para um licantropo é gritante!

— Isso é verdade. — Concordei.

Quando terminei de falar, ouvimos um barulho de chaves na porta. Logo em seguida, Miguel adentrou o local às pressas. Ele passou por nós sem ao menos olhar para os lados.

O Belo e O Fera: Herdeiro do Mal; Batalha dos Imortais [Livro 4]Where stories live. Discover now