Capítulo 2

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Sábado, 12:06 da tarde.

Saber da existência de outra garota naquela casa me atormentava, fosse ela prima do Eric, ou não. Mesmo havendo grau de parentesco, era uma adolescente como todas as outras, e como eu fui um dia. 

Com os hormônios à flor da pele. 

Liguei para ele, obviamente dando uma desculpa convincente para aparecer em sua casa; assumir que me sentia coagida por uma garota de quinze anos estava fora de cogitação. Dando a entender que estava preocupada com a saúde mental de sua prima, me ofereci para conhecê-la, todavia prestar o papel de psicóloga não estava em nenhuma das minhas prioridades.

Quando cheguei, bati na porta e uma garota de cabelos escuros e olhos esverdeados atendeu.

— Nossa, então é verdade! – Expressou-se com desdém. Não respondi, adentrei a casa lhe dando um leve empurro braçal. — Ei, você não pode entrar assim na casa dos outros, sua sem educação!

— É mesmo? E quem vai me impedir? – Antes que chegássemos às vias de fato, Eric nos apresentou:

— Elisa, essa é Alana, minha namorada. E essa é lisa, minha prima. 

— Só Elisa! – Retrucou a garota em um tom superior. Algo naquela menina exalava que não teríamos uma boa convivência, além de sua prepotência e arrogância.

Eric me levou ao seu quarto, eu não entendia muito bem, mas estava com uma sensação ruim.

— Se ela me olhar daquele jeito mais uma vez, eu juro que arranco todos os fios daquela cabeça enorme que ela tem! 

Calma, minha gata! – Jogou-se na cama. — Ela é só uma criança querendo provocar, faz parte da natureza dela!

— A natureza dela não é a mesma que a minha e ela não é tão criança assim! – Afirmei. — Você esqueceu que quando nos conhecemos eu tinha a mesma idade que ela? – A ocasião era diferente? Sim! Eu tinha quinze e ele havia acabado de completar dezenove. Como eu realmente estava querendo evitar desentendimentos, abstive do meu ponto de vista no intuito de evitar mais confusão.

— Vou até a cozinha, quer alguma coisa?

— Não! – Respondi firmemente. Usando apenas uma bermuda, Eric desceu. Com sua demora resolvi ir atrás, no entanto, me arrependi severamente quando cheguei no cômodo e vi que Elisa estava com ele, precisamente, acariciando suas costas.

— Nossa, que marcas são essas? – Assim que me viu, começou a provocar.

— Tem certeza que não sabe? Já ouviu falar em sexo? Alguns são bem selvagens! – Respondi por ele, que depois de me lançar um olhar, pegou seu prato que estava no microondas e voltou em direção ao quarto. Eu o segui, entretanto, quando fui subir as escadas, Elisa se pôs diante de mim e me encarou.

— Olha, você pode até estar com ele, mas ele é meu! E comigo aqui, debaixo do mesmo teto que ele, seus dias estão contados! – Dei risada com seu atrevimento, uma criança que mal teve tempo de sair das fraldas. Cheguei bem perto do seu rosto e proferi pausadamente: 

— Nun-ca! E mesmo que tentasse, você não faz o tipo dele! 

— Eu não teria tanta certeza! – Afirmou soberbamente. — Eu faço o tipo de qualquer homem! 

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