Segunda-feira, 21:19 da noite.
Arthur e eu ficamos papeando um pouco mais, ele não somente era bem-apessoado, como também era engraçado. Ele estava muito bonito, usava uma blusa social branca que marcava a linha de seu corpo, calça social e sapatos que combinavam com a mesma, além do detalhe da gravata, que estava um pouco frouxa e chamava atenção. Seu cabelo estava levemente despenteado, sem contar no sorriso perfeitamente endireitado. Talvez eu estivesse perto demais e quem sabe fosse esse o motivo de seu incômodo, pude notar quando ele me pegou encarando seus lábios mais do que devia. Ele também não era nenhum santo, já que também o peguei observando minhas pernas por diversas vezes. Intimidando-o discretamente, eu brincava com a língua, entrelaçando-a na colher de sobremesa.
***
Terça-feira, 10:49 da manhã.
Dois dias se passaram desde meu último contato com meu ex-namorado, dois dias também que a pessoa que estava me perseguindo não entrava em contato, o que era bom. Levantei mais cedo, pratiquei minha higiene e coloquei uma roupa neutra, ainda estava usando o vestido da noite passada, vestidinho esse que me deu bastante sorte! Fui até o quarto de Eduardo e ele não estava lá, também não estava pela casa. Como Laura sempre topava minhas ideias, convidei-a para passar a tarde comigo. Empolgada, eu precisava contar com mais detalhes sobre minha noite com Arthur e como ela terminou com ele paralisado no meio da minha sala, feito um babaca virgem.
A intenção não era chupar o sorvete.
— Não sei como eu pude me esquecer, você é uma vadia barata! – Laura expressou, enquanto admirava a própria imagem no espelho.
— Você está errada! – Repudiei sua fala. — Eu não sou barata!
— Você é péssima, Alana!!
Ficar parada e chorar pelo chifre já levado não era uma opção, não depois de tudo. O dia estava ensolarado e ridiculamente eu estava de castigo, a sensação de me sentir presa me incomodava por si própria, mas não me opus. Peguei duas cadeiras de praia que ficavam na garagem do meu pai e como duas velhas fofoqueiras, sentamos no jardim. Eu não podia sair de casa, mas tecnicamente ainda estava nela.
Era como nos velhos tempos, sentadas observando a vizinhança e falando mal de todo mundo.
***
Me assustei quando um carro parou em nossa frente, de longe eu reconheceria o marrom daquele banco de couro.
Acompanhado por Nicolas, Eric chegou junto a ele. Sentada permaneci, enquanto sentia meu corpo arder. Seu olhar persistia em ficar sobre mim e mesmo que eu não o encarasse, eu sabia que ele estava me olhando.
O nome disso meus queridos, é scopaesthesia.
— Não desce, por favor, não desce! – Murmurei baixinho, o que teve efeito contrário. Ele abriu a porta e veio em minha direção, ao mesmo tempo em que outro carro chegou. — Err, Oi! – Cumprimentei Arthur, que carregava flores. Puta situação embaraçosa.
— Vim agradecer a companhia e o jantar maravilhoso de ontem.
— E não é que ela já tem quem pule a janela dela? Boa sorte, campeão! No começo a adrenalina é viciante, depois vira um porre! – O olhar curioso de Eric transformou-se em desprezo, quando continuou a me ofender indiretamente com palavras sutis. — Trouxe a declaração de renda? Nessa família é assim, você só vale o que tem! – Dei um tapa em seu rosto para que ele parasse de falar. Engraçado que o dinheiro da menina rica nunca foi um problema, quando quem estava usufruindo era ele.
— E você acha que ninguém pode se interessar verdadeiramente por mim? – Questionei, séria. — Você fala tanto em dinheiro, que parece que o único interessado nele é você! – Suspirei arrependida e pedi a ele que fosse embora.
— Se me permite! – Arthur interrompeu, sua educação fez com que eu me sentisse ainda mais envergonhada. — Alana, é muito bom saber que você está bem e que finalmente consegui rever sua amiga! – Fiquei esperando pela besteira maior, quando ele se aproximou do meu ex. Rapidamente Nicolas se posicionou atrás do colega, esperando ter que apartar a futura confusão.
Arthur gentilmente disparou:
"Obrigado pela preocupação, mas foi o próprio Eduardo quem me convidou, logo, não precisei invadir janela alguma! E além disso, acredito que meu saldo bancário não seja da conta de terceiros, muito menos da sua!"
Merda.
*
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Cyberstalking - Além do que se vê
Teen FictionApós ser perseguida e ameaçada por alguém que sabe demais sobre o seu passado, Alana não vê outra saída, a não ser receber proteção na casa de Arthur: O investigador chefe do departamento policial de sua cidade. Entretanto abrigo, roupa limpa e segu...