Capítulo 3

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Quando chegamos, Eduardo estava prestes a sair. O rapaz conversou com ele e explicou o ocorrido, detalhou como fomos parar no capô de seu carro e por fim, acabaram trocando telefones. Assim que ele se foi, meu irmão veio atrás de mim e segundo ele, colocaria limites em alguém que nunca recebeu.

— Eu não vou passar a mão na sua cabeça! – Enfurecido, Eduardo adentrou meu quarto. — Caso tenha esquecido, você ainda é menor de idade e justamente por isso, está de castigo!

— O quê? – Manifestei incrédula. — Você não é meu pai, não tem esse direito!

— Mas sou o seu irmão mais velho, logo, tenho poder sobre você! – Eduardo quase nunca perdia a paciência comigo, era raro. Percebi ali que retrucar não seria uma boa escolha.

Laura estava comigo, no meu quarto. Minha amiga sempre esteve ao meu lado em todos os momentos.

— E agora? – Perguntei, olhando em seus olhos.

— Agora eu não sei, vamos esperar! – Ela dormiria na minha casa, sua mãe já estava ciente. Dei liberdade para que escolhesse uma roupa e entreguei-lhe uma toalha, depois do banho ela poderia descansar.

***

Meu relacionamento andava intragável; Eric e eu brigamos mais uma vez, não era o que eu realmente queria. Já era noite quando meu irmão chegou, trouxe Manuela com ele. Laura estava deitada, uma vez ou outra Manuela aparecia no meu quarto também. Peguei meu notebook e desci para sala, estava sem sono. Disposta a deletar todas as fotos com meu ex, loguei minhas redes sociais.

Deu certo, até dar errado.

Eu tentava me convencer, dizia a mim mesma que estava tudo bem, mas eu queria mesmo é que ele estivesse tão mal quanto eu. Ainda era cedo, um pouco mais das nove da noite. O telefone da sala tocou, mas eu não o atendi e seja lá quem fosse, poderia esperar. Continuei excluindo álbum por álbum, quando a tela foi tomada por uma sequência de slides, eram fotos do Eric se divertindo com sua prima. Fechei o computador e comecei a chorar bem baixinho, para que ninguém ouvisse. Pelo jeito ele superou mais rápido do que o imaginado. Desliguei a luminária que clareava o ambiente e ainda chorando, atendi o telefone, que tocou mais uma vez. Me surpreendi ao reconhecer aquela voz.

— Arthur?

— Boa noite, me perdoe pelo horário! Estou ligando para saber como você está se sentindo.

— Estou bem, obrigada por se preocupar! Você costuma ser assim com todas que atropela? – Perguntei e ele riu.

— Só com as que se jogam na frente do meu carro! – Acabei sorrindo com seu charme. Arthur propôs uma visita no dia seguinte, ele queria verificar pessoalmente como eu e Laura estávamos, tadinho. Concordei com sua ideia e depois de mais algumas palavras trocadas, encerramos a ligação.

Segunda, 12:07 da tarde.

Acordei por volta do meio dia, acabei adormecendo no sofá. Fui até o banheiro, realizei minha higiene e depois preparei o café da manhã, enquanto todos ainda estavam dormindo. Finalizado, subi para o meu quarto, onde as meninas estavam e resolvi acordá-las. Passamos o dia fofocando, comendo besteiras e claro, criando teorias absurdas, elas só foram embora quando a noite chegou. Joguei toda bagunça para o canto da cama e me deitei, estive pensando, por que temos tanto medo de morrer?

— Oi, tudo bem? – Meu irmão bateu na porta e entrou, as coisas estavam voltando ao seu eixo. Eduardo anunciou a visita não tão esperada, da qual eu havia esquecido.

— Arthur, que vergonha! – Falei, levando as mãos até o rosto. Eu esqueci que ele passaria em casa e estava completamente largada, usando o shorts do pijama e uma blusa fedida.

— Você disse que por estar de castigo não podia sair, o que é engraçado para alguém da sua idade, mas não disse que o jantar não poderia vir até você!

Morta de vergonha, pedi a ele que me esperasse na sala. Corri para o banheiro levando comigo um vestido que eu gostava bastante e meus pertences, a campanha nacional de economia da água ficaria feliz com o banho mais rápido já tomado.

*

Cyberstalking - Além do que se vêWhere stories live. Discover now