— Olá! – o desconhecido cumprimentou com um sorriso largo, como se nada tivesse acontecido.
O rapaz tinha pele morena, cabelos compridos e olhos levemente encapuzados. Usava uma blusa azul clara folgada, a qual revelava tatuagens extremamente detalhadas no peito e braços. A calça que usava também era bastante leve e folgada, semelhante uma roupa de banho. Tinha uma sacola tiracolo, feita de um material semelhante ao das outras peças.
— Quem és tu? – Arden veio mancando, com o machado ainda na posição de ataque.
— Sou Kale! – exclamou entusiasmado.
— Kale de onde? A qual família pertences? – o príncipe prosseguiu inquisitorial.
— Ah, claro. Eu cheguei tão de repente... sou Kale, um Lectus. E minha família é Palladian. – respondeu alegremente.
Todos ficaram estáticos, observando a euforia do recém-chegado. Ele parecia uma criança deslumbrada.
— Então, eu acho que cheguei no momento ideal. Vocês estavam em apuros. – rompeu o silêncio, ainda falava exultante. – Vejo que dois de vocês já têm um familiar.
A ivoriana permanecia montada em seu javali de cristal, a grande serpente de Zaire encolheu e agora se enrolava no braço do amaranto como uma pulseira.
— Olá! – o palladiano estendeu a mão para o ivoriano.
— Olá. Você também tem um familiar? – a ivoriana já preparava suas anotações.
— É claro. – começou assertivo. – Tudo que tem vida no continente de Lucem e nos oceanos são meus familiares, assim como do povo de Palladian, omitiu que essa relação estava ficando fraca, devido Tenebris.
O palladiano cumprimentou cada pessoa presente no local, inclusive os soldados que estavam recolhendo os cavalos assustados. Halina recuou ao aperto de mão do novo integrante, o qual se mostrou bastante compreensivo com a atitude da princesa.
— Acho que posso lhe ajudar com esse ferimento. – afirmou ao ver Arden puxar a flecha da sua coxa, soltando um grunhindo tímido.
— Não se preocupe, estamos há poucas horas de nosso destino. Lá, receberei cuidados médicos. – falou o príncipe.
— Sei que acabei de chegar, mas eu não acho que seja uma boa ideia seguirmos viagem durante a noite. As criaturas ficam mais agitadas quando o sol se põe, é difícil se comunicar com elas. Talvez devêssemos acampar em algum lugar seguro. – sugeriu prestativo.
— Certo. – Arden travou a mandíbula.
O grupo seguiu caminhando, já que os cavalos não pareciam dispostos a serem montados, ainda estavam atordoados com o atentado.
— Para onde foram os ladrões? – a ivoriana questionou. – Você os matou?
— Oh, não. – negou assustado. – Só os enviei para um lugar distante.
— Como chegou aqui? – perguntou de novo.
— Não posso falar. – sorriu gentil.
— Como podemos confirmar que é realmente um Lectus? – continuou.
— Todos os palladianos são Lectus. – permanecia amável.
— Não compreendo. – o rapaz pálido franziu o cenho.
— Todos os palladianos estão conectados a força vital de Lucem. Portanto, qualquer um poderia ser um Lectus. – parecia feliz em responder as perguntas.
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Contos de Lucem - Ressurgir Sombrio
FantasyA queda de uma estrela em um continente infértil dá origem a cinco reinos abundantes de vida. Contudo, o impacto do astro abre uma passagem para um sexto reino demoníaco chamado Tenebris. Uma Era de miséria e maldições assolou os reinos da superfíci...