VINTE E DOIS | A DAMA ALABASTRINA

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     Zaire pegou seu martelo assustado, não conseguiu empunhar a arma anteriormente, mas agora estava mais atento. A dama à sua frente parecia fluída, sua roupa e corpo pareciam ser feitos da mesma coisa. Um véu ocultava sua face, dando apenas a visão das sombras do que seria seu rosto. Ela destoava do ambiente, com sua matéria pálida.

       — Não se preocupe, não estou aqui para ti ferir. – ela não moveu um músculo. – Venho congratulá-lo.

       — Quem é você? – ele ainda estava receoso.

        — Eu sou a Dama Alabastrina. Comando esta parte do Labirinto Entremontes na busca por campeões. – sua voz era sedosa. – Sou um projeto de estrela, os seres celestiais me puseram aqui para provar os corações dos Lectus. E você provou o seu valor.

          — E como possa saber que está falando a verdade? – cerrou os dentes desconfiado.
       
         A dama ergueu suavemente a mão esquerda, fazendo uma imagem de Dália aparecer flutuando entre os dois. A estrela ainda estava no céu, sobre seu pedestal com os cabelos alvos e olhos de diamante. Uma lágrima solitária escorreu de seu rosto, havia tristeza estampada em sua feição e algo mais que Zaire não conseguiu identificar.

         — Acha que alguém mau poderia expressar esse tipo de poder? – perguntou a mulher.

         — É a estrela Dália? – o amaranto estava encantado com a projeção tão realista.
   
          — Sim, pouco antes de sua queda. – o tom era profundo.

         A imagem se dissipou no ar, deixando-os sozinhos outra vez.

           — Espere, tem uma coisa que não compreendo. Se este labirinto é uma criação celestial, por que todos dizem que é o lar do poder bruxo? – estava resistente.

           — Ilusões são instrumentos importantes para afastar curiosos incovenientes. Se todos soubessem que este lugar guarda um fragmento de estrela, centenas iriam se aventurar nestas paredes. – explicou.

           — E quanto o fragmento, quando eu o encontrarei? – Zaire insistiu nos questionamentos.

           — Você já o encontro, ele será mostrado na hora certa. – foi sucinta. – Agora devemos buscar seus companheiros de jornada.

          — Suponho que eles tenha se saído tão bem quanto eu. – o rapaz anunciou.

           — Na verdade, não. A cada um de vocês foi dado um desafio. O objetivo do labirinto é avaliar o maior medo de cada um, testando a resiliência. Para você foi mostrado a fonte de sua covardia, o temor pela morte.

          A imagem dos cadáveres de Zaire apareceu, assim como as imagens dele recebendo os golpes impiedosos.

           — Para celosiana uma prova de inteligência foi dada, seguida pelo confronto com o medo da rejeição e fracasso. Ela foi aprovada, mas apenas parcialmente. – prosseguiu relatando o desempenho.

      Malya apareceu na tela, segurando o corpo de Halina desacordado. O rosto da morena parecia inexpressivo, enquanto as dúzias de mariposas circulavam ao redor dela.

            — A princesa por sua vez, está sendo exposta às perdas. – moveu a mão mais uma vez. – Halina descobriu algo decisivo, veremos o que ela fará com tal informação. Uma escolha entre rancor ou compreensão ela deverá fazer em muito breve.

         Halina parecia num espiral de transes, nos quais Caspian e a Rainha Kaira eram mostrados. Arden também estava incluso nas visões, segurando o corpo do mãe, chorando inconsolável.

Contos de Lucem - Ressurgir SombrioWhere stories live. Discover now