VINTE E QUATRO | ANTIGOS INIMIGOS

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           — Esperei mais sensatez de tua parte, palladiana. – o ladrão disse.

             — Deveria ter esperado resistência. –  abriu a lança.

            Em contrapartida, o ladrão retirou de sua capa um cajado. O objeto era prateado, em sua extensão tinha um ramo ricamente talhado que terminava na extremidade superior, na qual uma pedra negra no formato de uma lua nova descansava.

             — Não é capaz de me enfrentar sozinha, sua tola. – o ladrão disse.

              — Não estou sozinha. – sorriu, colocando as mãos sobre o solo, erguendo uma camada de areia contra o afanador.

              A terra rugiu, acordando o resto do acampamento, que veio assustado. A palladiana levantou uma plataforma do solo, isolando ela e o ladrão do resto do ambiente. Estavam há um pouco mais de três metros de altura.

               —  Luto com e por toda Lucem. – declarou Eleina, usando muita energia para fazer o ato.

                Suas conexões e a de Kale com o continente estavam frágeis, consequência do avanço de Tenebris. Realizar uma proeza como aquela, custou caro para a mulher. Contudo, seu principal objetivo era ganhar tempo e alertar aos outros. De modo que tirassem os civis da zona de combate.

                 — Lutará por menos tempo do que imagina, garota da ilha. – empunhou o cajado. – Asperon vont dux.

                Eleina subiu uma parede de terra para se defender do feitiço, o muro caiu depois de receber o ataque. Nesse ponto, o resto da expedição se agitava ao ver a cena. O ladrão chegara mais cedo que o previsto.

               — Eleina! – Kale gritou ao se deparar com a luta.

                — Callat Petrus. – o afanador entoou um novo encantamento.

                 Mais uma vez, a palladiana conseguiu desviar, usando sua lança para ricochetear o feitiço.

                — Tirem os civis, eu cuido dele. – exclamou para o resto do grupo.

               Arden, Kale e Malya tentavam escalar a plataforma rochosa. Enquanto os outros tentavam afastar as famílias que estavam por perto, sem espalhar uma histeria coletiva. O trio da escalada se aproximou do local da batalha, a palladiana continuava driblando os encantamentos do afanador.

               —  Asperon vont dux. – disse, assim que viu as mãos de Malya tocarem o solo, no qual lutavam.

              Os três caíram, deixando Eleina sozinha na plataforma. Arden por pouco não caiu sobre a lâmina de seu machado, Kale se mexeu desesperado, buscando ficar de pé após o choque. Malya sentiu um zumbido no ouvido, pois bateu a cabeça durante o impacto. Ouviam os passos assustados dos amarantos, que viam seu lar provisório como uma arena de batalha.

             — Por que insistes nessa disputa? Não vais evitar todos os meus ataques. – o ladrão parecia incansável. – Oxis asterus.

               — Você profana os espíritos da natureza. – arqueou a lança contra o mascarado, o feitiço e lâmina se encontraram.

                A lança de Eleina caiu quebrada na plataforma de pedra, seu irmão tornava a escalar a plataforma. No entanto, sua perna estava machucada e seus sentidos confusos.

Contos de Lucem - Ressurgir SombrioWhere stories live. Discover now