TRINTA | FRONTEIRA MORTEM

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      — Poderiam ter aparecido antes. – Malya falou para o dragão e feiticeira.

       “ Sempre sou apropriado nas minhas aparições. ”  retrucou o dragão, a voz dele parecia um trovão.

      — Eu não tenho o poder de interferir na sua jornada, querida. – defendeu-se Hayat.

        — A-ah, eu preciso ajudar os outros. Precisamos salvá-los. – a moça se lembrou subitamente dos companheiros. – Tem que vim comigo, Hayat. Eles estão em perigo! Tudo está em perigo, Kelaya é um traidora...

        — Acalma-se, tudo a seu tempo. – ergueu as mãos na altura nos ombros, tentando trazer serenidade para outra. – Não posso ir com você, sinto muito. Não acho prudente que ajude aos seus amigos agora. Veja! – apontou para a fumaça perto dali.

      Tenebris se agitava contra a superfície, pronta para iniciar uma nova guerra. O tempo urgia para que montassem o Coração de Dália, a partir da reunião dos fragmentos.

      — Está muito perto. – murmurou, pondo a mão no peito. – Como pegarão o último fragmento se Tenebris emergir antes?

      — Eles não precisam pegar o fragmento. – chamou a concentração de Malya com a afirmação. – Você já possuí a última parte. – apontou para amuleto que a celosiana carregava no pescoço.

      A celosiana levou as mãos até clavícula, tocando na pedra. Fora um presente de Hayat, dias depois dela ter chegado na caverna das feiticeiras. Sabia que o amuleto guardava algum poder, sentia-se mais segura com ele. Contudo, acreditava que isso era muito mais relativo ao valor emocional da peça, do que realmente a um potencial místico.

     — Recebi ele quando saí do Páramo. Esteve sempre com você. – explicou a feiticeira.

     “Devemos partir.” o dragão falou.

      — E para onde deveríamos ir? – Malya questionou.

      — Acredito que hoje, você tenha aprendido uma valiosa lição quanto a importância de atuar na hora certa. – Hayat segurou as mãos dela.

      — Acha que sou capaz? – indagou cabisbaixa, o medo tomava seus sentidos. A pressão em cima dela era grande demais.

       — Claro que sim. – beijou a testa da moça. – Devo partir, preciso proteger o território das dunas das sombras que se precipitam para fora de Tenebris. Eu acredito em você.

      A feiticeira se afastou, sumindo no ar como uma miragem. Malya estava sozinha mais uma vez, exceto pela fera alada que olhava para ela com uma pontada de desdém. Precisava reunir coragem, acuar os últimos sofrimentos e lutar por Lucem. Só ela poderia fazer isso.

      — Devo montar em você? – voltou-se para o dragão.

      “ Não tenho outra escolha.” Assir devolveu.

✶✶✶

      — Você! – Kale grunhiu, preparando a lança.

       — Callat petrus. – a mestiça paralisou o palladiano.

       Estavam em choque mais uma vez, Malya estivera certa o tempo todo. A celosiana tentara alertar aos amigos, os quais prefeririam cuspir em sua face, jogando-lhe numa cela como um animal. A meia bruxa abriu cinco portais reduzidos de Tenebris, deles saíram inferos que cercaram o grupo sem tempo de reação.

Contos de Lucem - Ressurgir SombrioΌπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα