QUINZE | INFERNO ALBUM

19 6 23
                                    

       — Acredito que os Lectus devam ser os primeiros. – Esteban argumentou, parando a carroça. – Digo, em Vividae os outros não eram permitidos. – não queria admitir, mas estava com medo.

        —  Não vejo nenhuma barreira. – Malya declarou. – Parece um caminho livre.

         —  Está fácil demais. – Zaire entrou na discussão.

         — Talvez seja isso! A história do tal isbre deve ser uma lenda para assustar aos forasteiros e testar a coragem dos Lectus. – formulou Kale otimista.

         — Duvido. Nossa última missão foi quase um suicídio, os seres celestiais não abririam uma exceção nesse momento. – Zaire replicou firme.

        — Mas e se o desafio fosse chegar até aqui? Quase morremos na tempestade. – Keisha deu sua opinião.

        — Está bem. – Arden disse impaciente. – Nossas suposições não adiantam em nada, temos que avançar.

      Halina que estava na frente junto de seu irmão deu alguns passos, descendo do cavalo. Pisou com cuidado no solo cheio de neve, dessa vez seria mais cautelosa. Não pretendia cair outra vez. O grupo estava sendo iluminado por algumas lanternas dadas em Nova Ivory, as sombras dos movimentos tremulavam nas paredes pálidas.

       — Procure. – a princesa cochichou para sua coruja, a qual zarpou de seu braço, sobrevoando o local.

       O animal retomou para o braço da mestre sem grandes adversidades, mas parecia agitado com algum tipo de presença.

      — Tem algo aqui. – Malya exclamou, sentindo o cheiro de magia.

     — E o que é? – o príncipe questionou.

    Antes que a outra pudesse formular uma resposta, uma criatura incorpórea surgiu na frente do grupo. Era uma nuvem gelada, densa o suficiente para ser vista. Parecia ser feita de cristais de gelo, dançava na frente deles, encantado-os com os atos etéreos. Uma música mística acompanhava a massa fria, tornando ainda mais complicado enxergar perigo naquele estranho ser.

      — Os Lectus. Eles chegaram. – a criatura emitiu, parecia ser constituída por dezenas de moças castas invisíveis.

      — Essa coisa fala? – Esteban observou intrigado.

       — Falamos, é claro. – devolveu uma das vozes, era suave e melódica.

        — São ignorantes como todos os outros mundanos. – outra voz declarou, essa parecia mais criteriosa.

      A criatura etérea continuava sobrevoando a área, discutindo aos cochichos. Pareciam tomar decisões entre si.

        — Queremos apenas o fragmento. – Arden garantiu.

        — É claro que querem. – a voz persistiu, a exigente. – Deviam ouvir uma história antes de prosseguirem...

        — Uma história... – uma terceira voz surgiu, sedutora. – Sobre todos os reinos que existem fora deste continente... Lucem é maior do que imaginam...

         A massa tamborilava cativante entre eles, às vezes se aproximando perigosamente da pele de um dos humanos, afastando-se somente no limite.

       — Vocês são apenas um pedaço, uma pequena parte de um mundo maior. Um mundo que faz parte de um universo... Sabem tão pouco sobre esse mundo.– era a primeira voz outra vez.

Contos de Lucem - Ressurgir SombrioOnde as histórias ganham vida. Descobre agora