SETE | ARDEN SMARAGDINE

53 17 163
                                    

       — Parem imediatamente! – a figura surgiu no meio da estrada.

        Uma mulher amaranta se impunha no caminho do grupo, sua pele era negra e os cabelos possuíam cachos fechados, quase crespos. Usava uma armadura de couro cozido e segurava uma balestra, parecia ser muito jovem. Mas o semblante fechado, indicava uma imponência. Em sua armadura o brasão do Reinado Vermelho de Amaranto fora pintado.

          — Keisha? – Zaire exclamou.

          Lembrava-se do rosto da menina, era o mesmo da amiga de infância da irmã. A filha do produtor de batatas que decidira se inscrever no exército da Rainha Abayomi, o qual prometia retirar Amaranto da posição de mero produtor rural de Lucem.

           — Keisha, sou eu irmão de Nia. – Zaire desceu do cavalo e se aproximou da jovem.

           — Parado ou eu atiro!– ameaçou.

           — Como ousas ameaçar um membro de uma caravana smaragdina? – Halina falava pela primeira vez. – Não fostes informada que viríamos até essas terras em busca de mantimentos? Tua rainha estava de acordo com isso. – puxou a espada da bainha.

          Keisha mudou o alvo de sua balestra para a princesa.

         — Sou uma guerreira do exército vermelho, não me importo com Smaragdine. – retrucou desafiadora.

         — Já chega. – interveio Arden. – Keisha, sou príncipe Arden Smaragdine. Estou conduzindo a caravana dos Lectus, meu pai e sua Rainha firmaram um acordo de ajuda mútua. Foi nos dito que aqui teríamos mantimentos para seguir nossa jornada.

         — Estou ciente disso, o que desconfio é de vocês. Quero provas de que são humanos. – a amaranta permanecia firme.

          — Estes fazendeiros estão cada vez mais insolentes, só porque aprenderam a segurar uma arma acham que podem zombar de nós. – Halina descera do cavalo, Arden acompanhou a ação da irmã.

          — Mais um passo e eu atiro num dos seus olhos, princesa. – seu dedo estava perto do gatilho.

          Atira. – Mayla pensou consigo mesma, divertindo-se com a cena. Já não tinha mais paciência para a arrogância da princesa, ela acabaria matando a todos. A celosiana percebeu a presença de outros soldados amarantos escondidos na floresta, assim como Arden. O grupo estava cercado.

         — Halina. – repreendeu o príncipe se colocando como escudo da irmã.

        — Keisha, o que está acontecendo? Por que precisa de uma prova de que somos humanos? Não ver com seus próprios olhos? – Zaire argumentou.

        — Não é suficiente. – ela olhou para seu conterrâneo, havia receio em seus movimentos.

        — O que precisamos fazer? – indagou Arden.

         A amaranta jogou uma adága perto dos pés do príncipe, que recuou um pouco assustado.

          — Faça um corte em sua mão, profundo o suficiente para que o sangue corra até o solo. – informou.

          — Isso é um ultraje! – vociferou Halina.

          Arden pegou a lâmina e fez o que a jovem pedira, o líquido e viscoso escorreu na terra. Keisha olhou atentamente a cena, acenou em a aprovação.

        — São humanos. – exclamou. – Abaixem as armas.

         Os soldados amarantos parcialmente escondidos baixaram a guarda. Respirando aliviados.

Contos de Lucem - Ressurgir Sombrioحيث تعيش القصص. اكتشف الآن