42 | Mereces um osso só por isso.

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Nota: Isso aconteceu enquanto a Blair se divertia na discoteca.

Z a y n

Ela sempre havia saído com o tal rapaz loiro como me havia dito.

Não posso negar a raiva que senti no momento em que a sua colega de quarto, Samantha, me dissera cheia de certeza que a Blair poderia nem sequer voltar. Ficara imobilizado, sem qualquer tipo de reação. Não havia outra coisa a fazer além de assentir com a cabeça e levar o meu plano de falar com ela para o esquecimento.

Por mais que eu continue a tentar, e eu juro que me esforcei, não consigo estar longe da rapariga de cabelos negros, nem dar-lhe o espaço que ela me pede. Para mim, ela tornara-se alguém muito mais importante do que era suposto ser. Ela tornou-se minha e, de uma forma inexplicável, ela dominou os meus pensamentos com a mesma intensidade com que eu a pretendia dominar desde o primeiro momento que a conheci.

A noite estava escura, pesada, e o frio já começava a incomodar-me, ainda apenas se haviam passado uns minutos. Não consigo explicar o quão desesperado estou com esta saída e o quanto a quero segura, nos meus braços. Receio que ela se submeta a um estado lastimável pois sei que a sua personalidade insana e imprudente contribui par que ela tome decisões erradas e pouco ajuizadas.

Honestamente, eu sinto uma remota falta das suas brincadeiras infantis, que me levavam à exasperação, assim como sinto falta da sua cabeça sobre o meu peito nos dias de noites mais frias. Ela era diferente e só agora, após algum tempo de a ter perdido, é que noto a falta que ela me faz.

O meu telemóvel toca, estava eu a acender um cigarro. O toque polifónico do meu aparelho eletrónico afasta um pouco o silêncio do ambiente a que eu estava subjugado aqui, à porta da universidade. Retiro o mesmo do bolso das minhas calças para ver quem é e uma preocupação cresce em mim ao ver o número da minha mãe a estas horas da noite.

"Mãe?"

"Sou eu, Zayn..." Safaa emite da outra linha telefónica com uma voz num tom bastante baixo. Deixo um suspiro de alívio escapar pois, com esta chamada inesperada e a esta hora tão tardia, os meus pensamentos levaram-me a supor coisas tenebrosas relacionadas com a minha irmã doente.

"Está tudo bem?"

"Sim... Quer dizer, nem por isso."

"Então?" Eu questiono com um tom doce, amável.

"Não estou a conseguir dormir. Roubei o telemóvel à mãe para falar contigo porque tenho muitas saudades."

Dou por mim a sorrir com as palavras da minha irmã. Safaa é a pessoa de quem sou mais próximo e com quem posso sempre contar, apesar da nossa grande diferença de idades. Considero-a uma rapariga muito matura para a idade e o vocabulário e tema de conversa que ela usa habitualmente consegue espantar qualquer um. Para nem sequer referir a doçura de pessoa que ela é.

Infelizmente não são todos os fins-de-semana em que estou com ela. Tudo isso se deve à falta de dinheiro e ao meu trabalho cansativo mas faço sempre todos os possíveis para lhes dar tudo de bom. O facto de ser o único homem naquela casa coloca sobre os meus ombros muitas responsabilidades. A minha família é a minha maior preocupação.

"Eu também tenho muitas saudades tuas, princesa." Admito.

"Estás ocupado a preparar aulas ou a corrigir testes?"

"Não. Por acaso até vim dar uma volta."

"Estás bem?"

"Sim, apenas precisava de espairecer ou então ia acabar por dar em louco fechado no dormitório. Não é nada de grave, apenas muito trabalho."

Toxic 》 malikWhere stories live. Discover now