03 | Acha-se assim tão importante?

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B l a i r

"Esta noite podemos sair?" Questiono a Samatha. O seu corpo estava em pé, de costas para mim. O seu olhar estava colocado na estante que remexia freneticamente procurando, provavelmente, por um livro essencial ao seu estudo.

"Não, amanhã temos aulas e já estou a colocar a matéria em dia."

"Qual é o objetivo de andarmos numa universidade se não é para nos divertirmos?"

"A universidade não é para festas. É para estudo a sério."

"Não é nada." Protesto de modo infantil, cruzando os braços. Quando se ouve falar em universidade associa-se a festas, bebidas, álcool, tabaco. Como poderia ela dizer-me que eu estava iludida em relação a este assunto?

"Tu podes-te dar ao luxo e tirares tudo zeros mas eu não Blair. Eu tenho mesmo que tirar boas notas ou os meus pais tiram-me daqui."

Ela comenta enquanto leva o livro pretendido contra o seu peito até à sua secretária, cheia de confusão. Ainda só se havia passado uma semana desde que as aulas começaram, como era possível ela já estar tão empenhada em estudar?

Ajeito as almofadas que faziam com que as minhas costas não estivessem em contacto com a parede fria e branca do quarto e volto a encostar-me nas mesmas. A minha vontade de estudar estava a negativos, para não variar, por isso decido ficar um tempinho a navegar na internet, mais expecificamente no Tumblr.

O telemóvel, que pedira a Samantha emprestado, começa a vibra de forma constante. Deslizo o meu indicador do lado direito para o lado esquerdo, não querendo de todo atender à minha mãe. Mais tarde desculpava-me dizendo que estivera ocupada a estudar.

"Vou fumar." Anuncio alto mas Samantha não reage. Os seus lábios mexem-se não acompanhados pela voz, mostrando que ela estava concentrada a estudar a matéria. Admito que também gostava de me puder sentar e passar horas a decorar matériassem me distrair com nada mas isso não é para mim. Essa não seria eu.

Guardar

Fecho a porta com cuidado ao sair para não perturbar ainda mais do que já havia perturbado.

Z a y n

Acabara de sair do meu primeiro apoio. As raparigas desta universidade deixam-me realmente louco. Todas elas vão para as minhas aulas com camisolas e calções curtos. É certo que ainda está um tempo agradável para vestirem essas roupas mas não podem pedir que um homem como eu se controle. Simplesmente não dá.

Catherine, a aluna com quem estivera agora sozinho na sala, é uma rapariga inocente. Provavelmente ainda virgem. De qualquer das maneiras iria fazer tudo para lhe dar prazer. É certo que como docente desta instituição é errado mas quantos não o fazem? E tudo parece certo na minha cabeça.

Catherine não fora a única que me pedira ajuda, ou que eu insistira em dar. Não fora para professor para admirar as alunas, mas que tem uma grande vantagem exercer esta profissão, tem. Não há como o negar.

Desde pequeno que sempre quisera seguir algo ligado à ciência. Pensara em medicina mas nem as minhas notas escolares nem a minha forma de pensar me foram suficientes para estudar numa das universidadess dessas, tão privilegiadas. Também porque a minha vida começara a complicar desde o momento que entrara no secundário e não me refiro unicamente a notas.

Encaminho-me para um pequeno jardim relativamente perto dos dormitórios. Não se deve fumar dentro da instituição mas não havendo outra alternativa, fui recomendado por colegas meus de outras disciplinas, a vir para aqui. Eles disseram-me que era um sitio agradável e onde os alunos, e também eles, fumadores costumam vir. Mesmo sabendo dessa informação pedia para que quando lá chegasse o sítio estivesse vazio para puder estar sozinho e fumar sossegado.

Toxic 》 malikWhere stories live. Discover now