43 | Eu acho que vou vomitar...

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B l a i r

Ultrapassar os meus limites fora ao que me submetera a noite passada. Ainda me recordo do ambiente coberto de animação, fumaraça e, claro, pessoas completamente fora do seu estado consciente e hormonal. Claro que não tardara muito a eu igualar-me a elas mas pelo menos fora uma noite diferente, repleta de diversão. Contudo só me lembro de me ter divertido até uma certa parte pois a famosa amnésia alcoólica, muito comum quando se bebe em demasia, impedia-me de recordar os momentos desastrosos que, provavelmente, fizeram parte da minha noite.

Abençoada seja a amnésia alcoólica. Ámen.

Os meus olhos estavam tão pesados que nem os conseguia abrir. A minha boca, seca como tudo, suplicava desesperadamente por água e os lençóis dificultavam os meus movimentos, à medida que roçavam na minha roupa, devido ao tecido não se assemelhar ao de um pijama. Levo as mãos aos meus cabelos negros, todos erriçados e ainda com o terrível cheiro a tabaco e drogas infiltrado, e gemo de frustração quando a insuportável dor de cabeça é tudo o que eu consigo sentir.

"Que merda..." Murmuro para mim mesma enquanto viro o meu corpo de barriga para baixo, preguiçosamente. A minha cara afunda-se completamente na almofada que tinha debaixo de mim, dificultando-me um pouco a respiração. Estranho o facto de a minha almofada se encontrar mais fofa do que o habitual mas nem sequer tenho paciência para uma análise aprofundada da situação. Pelo menos até ouvir uma resposta ao meu comentário.

"Não tivesses bebido tanto."

A minha audição, muito mais sensibilizada esta manhã devido à ressaca, faz com que a voz dele soasse de forma muito elevada. Grunho em forma de protesto e, após retirar os fios de cabelo da frente dos meus olhos, tento-os abrir. Porém, isso fora uma missão impossível visto que só conseguia abrir um de cada vez e, mesmo assim, não os conseguia manter desta forma por muito tempo. Pelo menos consegui perceber que me encontrava no seu quarto.

"Porque é que eu estou aqui?" Questiono após tentar analisar tudo o que me rodeava. Acrescento ainda um advertimento, antes que ele tivesse tempo de dizer alguma coisa. "E, por favor, responde-me baixo... Doí-me a cabeça."

"A questão não é porque estás aqui, Blair. A questão é porque é que estavas a dormir no chão frio, às cinco da manhã?"

Inspiro de forma demorada e faço um esforço para descolar o meu tronco da confortável e cómoda cama. O meu olhar recai no homem que, não só pela voz como também pela sua postura, se patenteava zangado.

Zayn encontrava-se perto da janela e com os seus braços, musculados e atestados de desenhos negros, cruzados. Passo a língua pelos meus lábios gretados e fico na defensiva, tentando saber como é que ele me havia encontrado às cinco da manhã. Obviamente que os adjetivos qualificativos, que eu antes lhe chamava silenciosamente, voltaram a recair sobre Zayn. Este agora revelava ser uma pessoa muito mais controladora e assustadora. Pelo menos a meu ver.

"E como é que me encontraste às cinco da manhã?" Atrevo-me a questionar, num tom baixo e ligeiramente rouco.

"Não que te diga respeito mas eu não conseguia dormir. Numa das vezes que fui fumar encontrei-te."

"E tinhas que me trazer para aqui? Para o teu dormitório?"

"Não. Ia antes deixar-te ao teu com a possibilidade da tua colega de quarto acordar e me ver!" Ele exclama num tom de voz agoniante e carregado de humor.

"A Samantha..." Paro o que ia a dizer pois, como sempre, estava prestes a fazer porcaria. Eu não podia dizer que havia desabafado tudo o que nós passámos ou ele enervar-se-ia. Não havia nada mais a fazer agora senão remendar o meu quase-erro. "Ela dorme profundamente por isso não te iria ouvir."

Toxic 》 malikTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang