21 | Gostaria de fugir consigo.

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▕  B l a i r

 "Não me ouviu? Sala. Agora."

 Zayn olhava-me indiferente, sem emoções, completamente vazio. Gostava de não estar aqui neste momento. Talvez se tivesse ficado mais um pouco na companhia de Louis isto não tivesse acontecido e eu não tivesse encontrado o Zayn. Infelizmente agora não há como voltar atrás no tempo.

 "Já lhe disse que eu não tenho mais nada a ver com você!"

 "Blair, entre ou será pior para você."

 "Eu recuso-me a entrar."

 "Blair." Zayn pronuncia como uma espécie de aviso aproxima-se mais de mim. "Já."

 "Não..."

 "Entre já!"

 As minhas pernas tremiam cada vez mais com as palavras gélidas e arrogantes que me eram dirigidas. Eu não iria conseguir. Esta discussão nunca iria ter fim se eu não desistisse pois, conhecendo Zayn como eu já o conhecia, sei que ele não iria deixar o estalo passar ao lado.

 Entro por isso na sala de aula, contrariada. A sala não era onde eu costumava ter Biologia, esta era muito mais pequena. Decerto que entrámos numa qualquer. A humidade nas paredes e as mesas danificadas mostram o quão velha é a instituição de ensino.

 O meu corpo estremece quando a porta é fechada sem cuidado algum. Ganho certezas de que ninguém iria entrar, quando ouço o tranque da porta. Eu estava uma vez mais trancada com ele.

 "Mãos na mesa, pernas afastadas. Agora"

 "Eu não vou fazer o que me manda.‎"

 "Irá ser pior para ti então."

 "Não vai e sabe porquê? Porque você não manda em mim."

 "Eu disse agora."

 Solto o meu lábio inferior, do qual nem notei estar a morder e fecho o punho para tentar controlar a vontade de chorar. O homem com uma aparência agradável mas com um ar terrível não fora quem eu vim a conhecer. Este não era o homem divertido das pizzas e das piadas secas. Este era o meu professor de Biologia, do qual me afastei.

 "Eu juro que lhe dou outro estalo."

 "Mãos na mesa e pernas afastadas."

 "Já lhe disse que não. Vá pedir às suas alunas."

 "Caralho Blair, eu disse agora!"

 O seu tom de voz elevada assusta-me. Viro-lhe costas e encaminhando-me para a secretária ainda abalada com a revelação da sua raiva. Os meus olhos piscam de forma constante e rápida devido à imensa vontade de chorar. As suas palavras rudes que me foram dirigidas na chamada telefónica, e das quais eu pensava ter esquecido, gritavam agora na minha cabeça, auto desprezando-me.

 As palmas das minhas mãos, molhadas devido ao nervosismo, pousam lentamente no tampo de madeira da mesa e a minha respiração para quando as mãos quentes e ásperas do Zayn despem as minhas calças, juntamente das minhas cuecas, sem aviso e sem cuidado nenhum.

 "Vais aprender a nunca bater no teu dominador. Nunca."

 Um estalo forte faz-se ouvir e contorço-me de dor. As lágrimas acabam por cair, desta vez não de tristeza mas sim de dor. Talvez até de frustração.

 Forço os meus olhos a fecharem-se, desejando desaparecer. O gemido alto que soltei com a dor parece ainda estar presente na sala.

 "Você não me é nada. Não é mais o meu dominante."

Toxic 》 malikOnde as histórias ganham vida. Descobre agora