capítulo cinquenta e cinco

399 47 15
                                    

josephine's point of view

– oh, querida. eles só estão mexendo, não é incomum. – a senhora, que havia se identificado como médica, me tranquilizou.

– é só um movimento normal? – ela sorriu e concordou. eu a agradeci com um abraço. logo ela nos deixou, minha irmã passou a mão em minha barriga e deu um beijo em minha bochecha.

– eles estão bem, jo. geralmente eles chutam também, é mais forte que isso, então você vai saber quando for. aurora chutava sem parar, hero dizia que sairia um alien da minha barriga. – hero concordou com um gesto e sentou ao meu lado no sofá.

– desculpa fazer uma cena no seu casamento, kat. eu fiquei preocupada. – realmente fiquei, quando perdemos nosso primeiro, eu senti dores mas ignorei por dias, não contei para hero. o médico disse que eu não poderia ter feito nada mas ainda me culpo por isso, dessa vez queria fazer tudo diferente.

– vou fingir que não escutei isso. você poderia dar a luz no meu casamento, eu não ficaria brava mesmo assim. – katherine sempre foi gentil comigo, era mais que minha irmã, era a minha mais fiel amiga.

– você vai me fazer chorar. eu odeio esses hormônios, kat. – ela riu e hero me entregou um lenço, antes que eu borrasse minha maquiagem.

– eu também. vou buscar o bebê conforto e deixar ela perto de mim. – aurora até suspirava, seu sono era tão gostoso, tão invejável.

– me devolve minha sobrinha e vai curtir sua festa. jo precisa repousar, vamos ficar aqui com ela. – hero diz e pega aurora dos braços de katherine.

– eu não saberia agradecer vocês se precisasse. o bebê conforto está no carro. quando ela acordar, me procurem. – estava tudo sob controle, katherine poderia se divertir e eu ficaria com os meus pés inchados para cima, aurora estava dormindo como um anjo e hero podia comer os doces sem precisar socializar com as pessoas.

– eu volto logo. quer ficar com ela? – eu concordei. aurora sempre passou de colo para colo, ela nunca acordou enquanto fazíamos essas trocas, talvez tenha se acostumando a dormir tão profundamente.

hero desapareceu na multidão e eu fiquei sozinha com meus pensamentos bagunçados, preocupada demais para pensar em qualquer outra coisa, eu só queria segurar meus filhos logo, eu poderia respirar de novo quando eles estivessem seguros, comigo. enquanto minha cabeça quase explodia com tanta coisa, tive visão de katherine e ted na pista de dança, eles se divertiam como nunca, era extremamente bom ver minha irmã tão feliz e tão grávida, novamente, me perguntei como ela conseguia dançar tanto ou mesmo ainda estar de pé naqueles saltos. katherine estava mais próxima de ganhar seu filho do que eu, sua barriga deveria estar pesada como nunca, as costas deviam doer sempre, os pés inchados pioravam a cada momento, eu estava impressionada em como ela estava aguentando tudo isso. na minha primeira gravidez, eu tive uma energia parecida mas nosso bebê estava morto, eu apenas o carreguei até descobrir que seu coração desistiu antes de completar cinco meses de gestação. induzimos o parto. eu senti absolutamente tudo, cada contração, cada vez que me pediam para empurrar. no fim, não tive recompensa por toda a dor, apenas segurei meu bebê sem vida, um pequeno anjo que não chegou a nos conhecer. as memórias nunca sumiriam, a saudade seria para sempre e aquilo nos matou nos meses seguintes do parto. hoje, eu me sinto grata por ele não ter sentido dor e estar em paz, em algum lugar.

– eu trouxe frios pra você, linda. – eu acabei rindo quando notei o prato dentro do bebê conforto, hero era prático até demais. eu deixei aurora se acomodar, ela estava ainda mais confortável agora. deixamos o bebê conforto em nosso meio, enquanto eu comia, em silêncio.

– tenho uma surpresa para você. não aqui, em casa. – pensei que hero estivesse falando de algo sexual mas sua expressão não demonstrava aquilo. seus olhos brilhavam quando me olhavam, deveria ser algo que ele sabia que me agradaria bastante.

Every breath you take | Herophine ∞Onde as histórias ganham vida. Descobre agora