Every breath you take | Herophine ∞

capítulo dezoito

hero cruzou a porta da nossa sala, com os cabelos em ordem como se tivesse acabado de arrumar, um terno combinado com uma gravata vermelha e um sorriso lindo, radiante. pensei que estava tendo outro sonho, talvez fosse um delírio mas parecia tão real, que precisei encostar nele para acreditar que não estava sonhando acordada novamente.

– sou eu, linda. – hero apenas confirmou o que eu estava me perguntando, então nada mais me impedia de abraçar ele, sentir o cheiro inebriante daquele perfume que eu amava, ter seus braços me apertando contra seu peito. deus, aquele momento poderia ser congelado para sempre. como eu amava aquele homem.

– como? o que está fazendo aqui? não, eu não quis dizer isso. não achei que você fosse voltar. – eu até mesmo gaguejei, por tanto nervosismo misturado com uma alegria que não cabia no meu coração. hero simplesmente sorriu com meu jeito, ou falta dele, e me apertou contra seu corpo. eu apreciei cada segundo daquele momento, porque não sabia se eu acordaria a qualquer minuto.

– sem audiências por agora, linda. eles não tinham porquê me manter lá, e eu tenho uma boa advogada. – eu forcei um sorriso ao ouvir sobre o quão boa minha irmã era, por mais que eu soubesse, todo mundo parecia idolatrar ela, esquecendo que também sou talentosa. ela sempre foi a melhor, eu sou apenas a sombra dela, desde pequenas éramos assim.

– ei, linda, o que está pensando? você parece tão... para baixo. – hero e eu trocamos olhares antes de irmos para nosso quarto, no andar de cima da casa, que era um lugar mais aconchegante para ter esse tipo de conversa.

– não quero falar sobre mim. estou feliz por ter você de volta, eu não quero deixar você ir de novo. sabe, quando katherine me atualizou por mensagem, eu tive uma gota de esperança que você voltaria para casa. acho que estava certa. – ele tomou minhas mãos entre as dele, as aquecendo um pouco, enquanto me olhava nos olhos, ele parecia concentrado nas minhas palavras.

– eu espero que me perdoe, linda. eu não estava conseguindo ser feliz, porque sentia que havia deixado tantas pessoas machucadas. – e deixou, com certeza, mas por que ainda se passa pela minha cabeça que hero é inocente? nem todas as divindades sabiam as respostas para cada uma das minhas perguntas.

– você só me fez te amar mais, demonstrou que é uma boa pessoa. esteve disposto a perder tudo para pagar pelas coisas que fez, quando podia só ignorar e fugir. você é o homem que eu conheço, não aquele que fazia coisas horríveis. você é um homem bom, hero, e eu, mais do que ninguém, acredito genuinamente nisso. – ao fim das minhas palavras que estavam entaladas na minha garganta há semanas, ele aproximou a mão de meu rosto, oferecendo uma carícia confortante e logo, um beijo suave, do qual eu havia sentido tanta saudade.

[...]

assim que amanheceu, resolvemos entrar para dormir, já que havíamos combinado de ver o sol nascer e conseguimos ver o céu mudar de um azul intensamente escuro para um laranja um tanto rosado, o azul do céu noturno, agora estava claro como a água do mar. era mágico como o sol nos fazia sorrir, eu realmente não entendia o quão bom era ver o amanhecer, mas hero me ensinou a mágica de apreciar algo tão naturalmente belo. o domingo estava mesmo parecendo o dia oficial da preguiça, porque dormimos até tarde, comemos besteiras e eu li um livro bom, enquanto hero escrevia uns e-mails para katherine. foi um dia bom, por mais que muitas pessoas o julgassem entediante, eu amava ficar atoa com hero, era sempre divertido e gostoso estar com ele num clima agradável, sem discussões e brigas.

  por outro lado, tivemos que voltar ao mundo real, e voltamos intensamente. katherine estava na sala da nossa casa, mostrando mil papéis para hero, que parecia tenso e até bravo. eu e minha irmã ainda não estávamos nos falando, então eu me retirei, sem nem ao menos ser notada. eu não tinha muito para fazer num domingo à noite, tudo parecia monótono desde a chegada de katherine, eu ainda amava minha irmã mas no momento, eu apenas sentia ódio, o que não deveria nem de longe.