capítulo sessenta e quatro

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quatro anos depois

eu vi minhas garotas passarem de bebês para crianças inteligentes e talentosas. eleanor aprendeu a tocar piano antes de completar sete anos e tocou linda em nossa festa de natal, com toda nossa família reunida. meredith tinha uma voz angelical e aprendeu uma canção de natal que eu amava para acompanhar sua irmã, as duas fizeram quase todos chorarem com aquela perfeição sonora. eu e hero éramos os pais mais orgulhosos do mundo, as abraçamos tanto naquela noite que elas disseram que éramos grudentos. andrew e as gêmeas corriam pela casa toda, enchendo nosso lar com gargalhadas e alegria. minha pequena aurora, que não era nada pequena agora, com seus nove anos completos, ajudava katherine na cozinha como um adulto. ela amava cozinhar e talvez esse fosse seu talento especial, os ver na cozinha como uma família novamente fazia meu coração se aquecer. eu sempre soube que ted e katherine não durariam um mês longe um do outro e foi exatamente o que aconteceu.

– olha quem voltou pra mamãe. obrigada, martha. – a agradeci quando me entregou minha doce menina, que eu ainda podia pegar no colo e apertar como era com as gêmeas. agora que cresceram, não me deixam mais as apertar. porém tenho minha pequena charlotte, que completou dois anos um mês antes do natal.

– hero chamou para cantarmos parabéns para as meninas. é quase meia-noite. – eu concordei e olhei para minha pequena, que estava caindo de sono em meu colo. não é a primeira vez que dormiria em uma festa de família, já que era acostumada a dormir cedo. as gêmeas apenas tinham energia porque o primo delas era um tornado humano.

– dez segundos, linda. – hero deixou as meninas em cima de cadeiras para alcançarem a mesa e veio para o meu lado. a contagem regressiva começou com nossos familiares e amigos, as gêmeas estavam contando junto e eu achava um amor.

– feliz natal, meu amor. – eu disse a hero, que me respondeu com a mesma frase. demos um selinho demorado e fomos interrompidos pelo parabéns, que sempre cantávamos depois da meia-noite noite. as duas batiam palmas e sorriam como os anjos que eram, fiquei feliz por hero estar filmando tudo, como fez nos últimos seis aniversários. elas apagaram as velas e nós corremos para as abraçar, até charlotte acordou para abraçar as irmãs.

– sabem o quanto amamos vocês? – elas negaram com gestos e direcionaram seus olhos curiosos para nós.

– amamos mais do que todas as estrelas no céu. – falei, recebendo outro olhar curioso de meredith.

– mas são muitas, mamãe. nem dá para contar assim. – ela levantou os dedos das mãos e eu sorri, concordando.

– amamos vocês um pouquinho mais que isso. – hero disse. ele abraçou as duas e depois foi minha vez, enfim conseguimos nossa foto de família de todo ano. charlotte não parava de dizer que queria ir para o chão mas como mágica, a fiz sorrir para a foto. mercy nos mostrou em seu celular e era perfeita, nossa foto em família que viraria um cartão de natal mais tarde.

– querem bolo agora? – perguntei, assim que soltei a pequena no chão. ela achou martha e pediu colo, realmente estava com sono e queria dormir num colo mais sossegado.

– não, mamãe. tchau, tá? – eleanor disse e segurou a mão de sua irmã, a puxando consigo até andrew e aurora. meu coração se derreteu com aquele tchau, havia sido a coisa mais fofa da noite.

  após um vai e volta de pessoas pegando pedaços do bolo enorme que encomendamos, finalmente hero e eu pudemos respirar fundo na cozinha. apenas eu, ele e unha garrafa de vinho. com o frio que fazia lá fora, o vinho apenas melhorava a noite. eu me encostei no balcão e ele me puxou para seus braços, eu aceitei de bom grado. após tantos anos, ainda éramos os mesmos de quando tivemos as gêmeas. o mesmo amor e companheirismo, apenas mais forte. eu sabia que passaríamos o resto de nossas vidas assim, nos amando mais a cada milésimo de segundo. vimos nossas filhas crescerem e se tornarem crianças incríveis, parecia loucura começar tudo de novo com charlotte mas ela nos deu uma alegria a mais, as primeiras palavras e passos de novo, tudo foi novo como eu não esperava da segunda vez. não me arrependo um segundo de ter passado por tantas coisas com o passado conturbado de hero, o medo constante de o perder quando éramos novos, a agonia de não o ter por perto. tudo valeu a pena. agora, mais maduros, tudo de ruim desapareceu. eram apenas o paraíso termos nossa família e ainda sermos os mesmos, apenas mais apaixonados do que antes.

– gostou de como ficou? – hero pergunta, pegando minha mão e dando um beijo. para comemorar nosso sétimo aniversário de casamento, gravamos uma frase por dentro das finas alianças de ouro branco que usávamos. a frase que dizíamos um para o outro sempre que podíamos, que depois do casamento, ganhou um significado especial.

– é perfeito. – respondi, acariciando seu rosto com minha mão gelada de segurar a taça de vinho.

– para todo o sempre, linda. – ele sussurrou 'always and forever' com seu sotaque lindo, e eu jurei que iria desabar em lágrimas, meu amor por ele me fazia transbordar de felicidade e as vezes eu chorava enquanto trocávamos palavras de amor.

– para todo o sempre. – eu repeti. nos beijamos e eu me senti como a jovem que o conheceu em uma apertada biblioteca de faculdade. um filme se passou enquanto nossos lábios se comunicavam em sua sintonia única, desde nosso primeiro beijo, até este momento na cozinha. quando abri meus olhos, queria o contar sobre o filme que fiz em minha cabeça mas não sabia como.

– eu sei, linda. vi o mesmo. – ele disse, como se lesse minha mente. seus lábios tocaram os meus por mais alguns minutos, antes de sermos chamados de volta para a sala.

  nós voltamos para nosso mundo perfeito, com todos que amávamos ao nosso redor. hero me abraçou por trás, encostando o queixo em minha cabeça como uma brincadeira por nossa diferença de altura. e assim, ficamos quase o resto da noite, admirando nosso paraíso particular. o que o nosso amor construiu era lindo e olhando assim, a vista era simplesmente esplêndida.

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e acabou. vocês não sabem o quanto eu estou chorando pelo fim mas estou tão realizada, tão feliz. essa fanfic significou minha volta a escrever, algo que eu amava e a depressão tirou de mim. com essa história fictícia e personagens únicos, eu encontrei novamente o que eu mais amo fazer. significou o mundo para mim ter vocês comigo até o fim, cada comentário, leitura e voto fizeram algo inimaginável comigo. eu nunca agradecerei o suficiente por me deixarem fazer o que amo. não é um adeus, ainda escrevei muito sobre herophine (passem para ler a nova história no perfil, não esqueçam) e quero cada uma/um de vocês comigo.
com todo o meu coração, iza.

Every breath you take | Herophine ∞Where stories live. Discover now