capítulo três

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– eu confiei em você, hero! eu confiei em você e olha o que fez, olha como você sempre acaba com tudo e ainda me envolve nessa bagunça. – eu estava gritando histericamente, o que não era nada normal, eu era tranquila e só explodia de verdade quando algo muito horrível acontecia.

– e o que vai fazer? chamar a polícia e ser a vítima? você é ridícula! – hero gritou de volta, parecendo transtornado, totalmente diferente do que era comigo, nem mesmo parecia um ser humano racional.

  acordei, com a respiração ofegante e o corpo suando frio. olhei em direção ao relógio vendo que ainda era de madrugada, ainda tinha umas horas de sono até a primeira aula. hero dormia perfeitamente sereno ao meu lado, na minha cama pequena, com meu edredom de flores. um sorriso passou por meus lábios mas logo sumiu, trazendo as lembranças de um sonho conturbado com o mesmo cara que dormia na minha cama. repeti para meu consciente que era apenas um sonho, hero nunca faria mal para ninguém; tive que dizer umas frases para acalmar minha mente para que eu pudesse voltar a dormir mas foi uma tentativa falha, passei o resto da noite acordada. quando o relógio disparou o alarme, eu já estava pronta para sair. hero havia me dito que não teria aula porque estavam investigando algumas pessoas no bloco de economia, então o deixei dormir. assim, eu teria tempo para pensar naquele sonho borrado e confuso e para conversar com jace, um dos amigos de hero que eu gostava. ele era um dos únicos que não me assustavam, o menos sinistro entre os outros, então as vezes nos encontrávamos no intervalo de aulas para tomar café e conversar sobre o curso, já que frequentávamos algumas aulas juntos. o dia passou mais rápido do que eu queria, jace e eu nos encontramos no café perto do campus mas ele não queria conversar muito, apenas me perguntou o que hero estava fazendo e eu respondi sem procrastinar, sabíamos que ele passava suas horas livres dormindo e lendo, então não era novidade. jace apenas me deixou mais confusa quando contei sobre meu pesadelo, ele ficou com um sorriso perverso até desaparecer da minha vista. quando estava voltando para meu dormitório, pequeno mas aconchegante, escutei alguns passos que eu não soube identificar de onde vinham mas apenas andei mais rápido, tentando me distrair enquanto mordia minha boca, uma mania que machucava meus lábios mas que só aparecia quando eu estava nervosa. os passos cessaram, então eu parei de andar rápido e continuei no ritmo lento de sempre, era um caminho de quase dez minutos mas as árvores floridas e a grama verde compensavam a caminhada. tudo estava em silêncio, um silêncio completo, o que me deixava confortável porque parecia que pela primeira vez desde o assassinato, alguma paz estava se instalando nesse lugar. é claro que eu estava completamente errada, porque não previ o grito estridente que veio dos arbustos. eu não tive nenhuma reação além de correr, não queria ser morta como leslie, minhas pernas nunca foram tão rápidas na vida toda. eu entrei totalmente assustada no quarto, esperei encontrar hero mas ele não estava ali. suas roupas estavam na cama, então previ que estava no banheiro. o banheiro era coletivo, então tínhamos que dividir com as meninas do bloco, era normal para mim mas um pouco irritante quando eu tinha que correr até lá ou esperar numa fila enorme. não hesitei em ir ao banheiro masculino, eu precisava de hero. chamei por hero freneticamente, enquanto alguns idiotas me olhavam e comentavam coisas mas eu estava tão assustada que não escutei absolutamente nada. assim que o achei, puxei a cortina e fiquei parada, sem fazer nenhum movimento, nem mesmo me constranger por estar ali. eu estava em choque. ele me puxou e fechou a cortina branca, eu só o abracei e o fiz prometer que me protegeria. hero me acalmou com seu sorriso amável e seus olhos intensos, até mesmo tomamos banho juntos e finalmente eu estava melhor, não mais assustada. no momento em que estávamos saindo, hero me deu sua camisa e pediu que eu vestisse para que ninguém ficasse me olhando de toalha, eu gargalhei mas fiz o que era mais racional. eu sai por último porque estava pegando as coisas de hero que ele sempre deixava no chão, o celular estava sob a prateleira de toalhas então eu peguei, com intenção de entregá-lo mas o aparelho tocou e eu li a mensagem. era jace mas o assunto me fez entrar em pânico novamente.

jace: sua loira gostosa sabe o que você e eu fizemos, hero. ela não é idiota, sabemos disso. acho que é sua última chance de comer ela antes que ela acabe sabendo seus planos. se precisar, eu seguro ela ;)

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oi, oi. espero que estejam gostando, tanto da história quanto do casal. ainda tem muuuuuita coisa para rolar entre eles, então continuem comigo. quem me acompanha sabe que eu lutei contra depressão por muitos anos (ainda luto) mas finalmente meu prazer por escrever voltou e está me deixando muito bem. vou atualizar novamente amanhã porque estou animada com a fanfic. obrigada pela leitura! – iza.

Every breath you take | Herophine ∞Where stories live. Discover now