capítulo vinte e dois

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três meses depois

– eu não consigo ficar com ela. está me deixando louca com essa coisa de chorar toda hora e sentir cheiros que nem um cachorro sente. – hero apenas deu seu meio sorriso e esticou a mão para mim, me puxando para perto de si para que eu respirasse novamente.

– ted deve estar chegando, linda. qual o motivo do choro dessa vez? – com os olhos fechados e o rosto contra o peito de hero, podia sentir um cheiro incrível de algo que ele estava cozinhando para o almoço, nada no mundo me acalmaria mais.

– ela disse que eu fui rude com ela. só perguntei o que ela queria comer, talvez tenha a chamado de praga. – dei de ombros, encontrando os olhos de hero vagando pelo meu rosto. um sorriso automaticamente se formou em meus lábios, como eu amava aquele homem.

– ele vai ficar com ela hoje, então o que acha de irmos jantar naquele restaurante italiano que você ama? – qualquer coisa para ficar longe de katherine naquela noite, mas claro, eu amaria estar apenas com hero. desde a gravidez começar a ter suas complicações, nossa casa virou um show de atrações. algumas amigas vinham ver kat e ficavam até eu as expulsar, mas o que me deixava completamente fora de mim era ted ficar aqui toda santa noite. hero e eu não tínhamos mais uma vida normal, porque nossa casa não era mais nossa.

– eu topo qualquer coisa pra ficar sozinha com você. obrigada, você sabe o quanto eu estou estressada com toda essa bagunça. – hero sorriu e selou meus lábios carinhosamente.

– eu odeio te deixar sozinho com aquele monstro que se apossou da minha irmã mas recebi uma ligação do trabalho, preciso ir. eles não conseguem resolver nada sem mim, deus me ajude a não matar todos. – katherine estava me encarando com a sobrancelha arqueada, sem que eu notasse sua presença mas mostrei o dedo para ela antes de subir até o quarto. do cômodo de cima, escutei kat chorar da maneira mais fingida possível, e hero tentando acalma-lá.

[...]

– deveríamos vir mais vezes aqui. eu comi tanto, estou me sentindo metade da katherine agora. – fiz hero rir do meu comentário, por mais sem graça que fosse, mas eu adorava vê-lo tão a vontade comigo, sendo ele mesmo, sendo o homem que eu amo.

– podemos ir para onde você quiser, linda. – não deveria ter falado isso, hero, naquele momento eu queria ir o mais longe de casa possível, para não estourar nossa bolha perfeita quando tivéssemos que lidar com ted e katherine.

– então podemos ficar em algum hotel? só por hoje, eu preciso ficar sozinha com você. sabe a quanto tempo não temos uma noite sozinhos? a quanto tempo nem sequer mencionamos a palavra sexo? é, eu sei. estou me sentindo virgem novamente e aquela praga é a culpada. – hero parecia estar segurando a risada e mantendo a compostura, olhava para o lado como se alguém estivesse nos ouvindo. e estava, um casal de idosos passava pela nossa mesa enquanto eu falava, certamente escutaram as palavras sexo e virgem na mesma frase. meu rosto simplesmente queimou com tanta vergonha que eu estava sentindo.

– é um dos motivos pelo qual te amo, josephine. suas bochechas coradas de vergonha e esse sorriso tímido, estava exatamente assim quando te conheci. – eu me lembrava daquele dia perfeitamente bem, foi o marco de uma história inesquecível.

– e quanto ao sexo, te garanto que você está bem longe de ser uma virgem. está sugerindo uma noite fora para foder, seus olhos estão queimando desde que saímos de casa e está mordendo o lábio quando olha para a minha calça. pode me dizer o que está imaginando, josephine? – eu corei violentamente. ele notou tudo, antes mesmo de mim. mas era quase palpável o desejo que eu estava guardando há semanas.

Every breath you take | Herophine ∞Onde as histórias ganham vida. Descobre agora