capítulo cinquenta e nove

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era mais de meia-noite, ainda não tive sinal de hero ou das meninas. katherine não me deixou sozinha em momento algum, mesmo eu não soando racional naquele momento. tudo que eu falava era uma oração para as trazer de volta, minha irmã me manteve longe de um ataque de pânico, com seus braços me apertando em um abraço. ela dormiu antes das duas da manhã e eu fiquei sozinha, vagando pela casa, até encontrar um lugar de conforto em minha estufa de plantas, onde eu podia conversar com meu anjo, sobre as irmãs dele e o quanto eram lindas, eu encontrei um pouco de paz conversando com ele. eu adormeci no chão, enrolada em uma coberta fina.

– jo, hero voltou. vem. – katherine estendeu a mão para mim e me ajudou a levantar, eu corri para dentro da casa e vi meu marido parado no meio da sala.

– onde elas estão? – perguntei em desespero, hero não me deixava olhar em seus olhos por um segundo sequer.

– no berço, jo. elas estão dormindo agora. – katherine me respondeu, talvez ela tivesse feito as duas dormirem e eu não as acordaria, apenas tive que checar que estavam seguras. eu fiquei um bom tempo as olhando, agradecendo a qualquer divindade que seja que atendeu meu pedido. era inacreditável o que aquela noite havia se tornado, era quase de manhã e eu não havia entendido metade do que havia acontecido. eu precisava ver que merda tinha acontecido com hero mas não consegui deixar minhas meninas.

amanheceu mais rápido do que o normal, a neve já caía lá fora. eu deixei as gêmeas ao olhar de minha irmã, enquanto eu segurava hero debaixo da água quente do chuveiro. ele estava coberto de sangue, não dava para saber se era dele ou de outra pessoa, eu não me atrevi a perguntar. minhas meninas estavam em casa, meu marido também, era tudo que eu precisava saber. não queria ouvir uma história de horror para começar o dia, então hero estar em silêncio não era tão ruim. eu estava preocupada que estivesse em choque.

– por favor, não cai em cima de mim. – tentei fazer ele segurar em algo, qualquer coisa que fosse mas ele não cooperava, então eu desisti e o levei para a cama.

– está tudo bem, você pode dormir agora. eu vou ficar com katherine até ted vim buscá-la, depois volto para dormir com você, tá bom? – ele me olhou nos olhos pela primeira vez desde que chegou em casa, eu senti um arrepio com a intensidade daqueles olhos profundos.

– não me deixa. – foram as suas únicas palavras, eu senti meu coração apertar com tanta preocupação.

– não vou deixar você. – ele me abraçou e me puxou para deitar em seus braços, hero me manteve quase imóvel até ele pegar no sono. não consegui vestir ele, me perguntei um milhão de vezes se estava com frio mas ele puxou o edredom para nos cobrir antes que eu pudesse fazer isso.

eu não ouvi nada mas ainda achava que minha irmã estava aqui, eu torcia para ela estar com as gêmeas, porque eu não podia estar. como se lesse meus pensamentos, katherine abriu a porta lentamente. a luz do corredor iluminou minhas meninas em seus braços, eu abri um sorriso ainda não conseguindo me libertar dos braços de hero. ela sussurrou para que eu ficasse onde estava, que deixaria as gêmeas no berço que tínhamos em nosso quarto. após dois dias que estávamos em casa com elas, comprei pela internet um berço portátil, porque eu precisava dormir com elas nas primeiras noites. foi a melhor escolha que já fiz. eu agradeci katherine com poucas palavras e pedi que me ligasse mais tarde, ela me deu um beijo na testa e saiu do quarto. minha irmã tinha a chave, eu sabia que ela trancaria a casa. eu não me sentia segura depois de hoje mas não podia fazer nada enquanto meu marido estava agarrado em mim.

– não! – eu acordei com hero gritando a mesma palavra duas vezes, não sabia que horas eram mas sinto que dormi pouco. eu me virei de frente para ele e toquei seu rosto.

Every breath you take | Herophine ∞Onde as histórias ganham vida. Descobre agora