Mantenha Distância

capítulo 14: ajudando o carrasco.

Depois de horas na festa, decidimos voltar para o resort de madrugada.

É uma viagem meio tensa porque estou no mesmo carro que Pamela. Ela está bem chata durante o caminho, completamente bêbada e resmungona.

Por um segundo penso que ela vai vomitar em mim, mas ela pede para o amigo de Brandon parar o carro e faz isso na estrada.

Brandon seguiu em outro carro com alguns caras e ouvi algo sobre um passeio que dariam na cidade. Com certeza vão aprontar todas, coisa típica de bêbados inconsequentes.

— Por que ele fez isso comigo? — meu rosto se contrai quando Pamela choraminga ao meu lado. Ouço seu suspiro logo depois.

Tentando ignorá-la, olho para fora da janela.

— Você estava tão calada na viagem de volta. — Zara comenta assim que entramos no quarto do resort.

Eu me lanço sobre a cama, suspirando alto.

— Só estou com muito sono, é isso. — murmuro contra o travesseiro.

Ouço os resmungos de Rachel quando ela segue para o banheiro, auxiliada pela Whitney.

Decido tirar minha roupa e me enrolar em uma toalha, pronta para um banho demorado.

Quando Rachel sai de lá, corro nessa direção, admirando mais uma vez o tamanho do banheiro.

Há produtos de higiene por todo lado, e o ambiente é iluminado e cheio de espelhos. É meio estranho me ver nua de todos os lados, mas apenas abro um sorriso antes de iniciar meu banho.

Quando termino, me enfio em minha roupa de pijama xadrez antes de pentear o cabelo.

Converso com as meninas por um instante antes de decidirmos dormir. A cama onde durmo é a mais próxima à porta e cubro meu corpo com o lençol antes me render ao mundo dos sonhos.

No meio do meu descanso, sou despertada pelo barulho de risadas.

Esfrego meus olhos, atenta para o som e percebo que ele vem de fora, provavelmente do corredor.

— Que merda! — ouço o sussurro irritado e me sento na cama, tentando ouvir mais.

Outro barulho é o suficiente para eu sair da cama, tentando fazer o mínimo de barulho possível. Eu me sinto uma bisbilhoteira, mas é impossível conter minha curiosidade.

Giro a maçaneta e enfio minha cabeça do lado de fora.

Meus olhos se ampliam quando encontram Brandon caído no chão.

O que ele está fazendo ali? Está bêbado?

A resposta da última pergunta é meio óbvia porque ele mal consegue se sustentar. Ele ri para si mesmo sem perceber minha presença.

— Porra! — resmunga quando tenta se levantar e não consegue. Depois de uma luta demorada, ele finalmente consegue fazer isso e se apoia na parede.

Encosto a porta atrás de mim, e Brandon imediatamente me encara.

— Jéssicaaaa. — lamento quando seus olhos me encaram com divertimento.

Penso em voltar para o quarto, mas, por algum motivo idiota, minhas pernas não me obedecem.

— Eu já vou indo. — desisto de ficar ali.

— Não, não vá. — não sei se é o desespero em sua voz que me faz parar ou minha cabeça oca mesmo, mas me viro para ele outra vez.

Ele está recostado na parede e seus olhos estão apertados, como se ele estivesse tentando me enxergar em meio ao entorpecimento do álcool.