capítulo 50: situação inquietante

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Mamãe não demora a aparecer na sala de estar.

— O que está havendo, filha? Quem está ligando?

— Passe o telefone para a Rosa, fedelha. — ele diz, irritado.

Fico sem palavras de tão nervosa.

Percebendo meu estado, mamãe se aproxima e pega o telefone da minha mão.

Sento-me no sofá, impactada.

É Esteban no telefone.

O homem que até então esteve desaparecido.

Certo temor povoa minha mente, imaginando o seu interesse ao ligar para a nossa casa depois de tanto tempo. E isso só confirma a identidade da pessoa que ligava constantemente, mas não dizia nada. Agora disse, e é meu pai.

— Esteban? — as mãos da minha mãe tremem quando ela questiona. Provavelmente está mais nervosa do que eu. — O que você quer? você... você tinha sumido e agora...

Ela se atenta ao que ele diz, e eu fico aflita tentando entender.

O rosto dela empalidece enquanto ouve a voz no telefone, e algo me diz que não há nada de bom nisso. Esteban quer algo. Mas o quê?

— Mas eu não tenho e... — ela para de falar, atenta a algo que ele diz. Só então assente, mesmo que ele não possa ver e diz: — Ok.

Depois ela coloca o telefone onde estava antes e eu a vejo se sentar ao meu lado do sofá, com a cabeça entre as mãos.

— O que ele queria? — pergunto assustada. — Por que ligou tão de repente. Ele... ele...

— Jéssica... Seu pai... — respira fundo. — Ele...

— Me fale, por favor.

— Está bem. Não posso esconder isso de você. — vejo que ela está tentando não chorar e fico ainda mais apreensiva. — Seu pai está sem dinheiro.

— Já até posso imaginar o que ele pediu. — murmuro amargamente.

— Sim, ele pediu... não, ele exigiu dinheiro em sua conta imediatamente ou...

Engulo em seco.

— Ou o quê?

— Ou ele vem buscar pessoalmente aqui em casa. E mesmo se sairmos para outro lugar, ele disse que tem alguém nos vigiando a mando dele. — acabo recordando a sensação de estar sendo seguida e tenho quase certeza que ele não está mentindo. — O problema é que não tenho essa quantia.

— Quanto... quanto ele pediu?

— Ele disse que não aceita menos de 10 mil dólares.

Amplio os olhos.

— Ele é louco? Como a senhora vai conseguir esse dinheiro? E se a gente denunciar?

— Esteban disse que se nós o denunciarmos... — respira fundo. — Ele tem amigos que podem machucar a gente.

Nem fico chocada, afinal isso era esperado daquele homem. E nem posso chamá-lo de pai, já que ele não exerce a função. Ele é apenas um sádico.

— Qual foi o prazo estipulado?

Ela balança a cabeça e então diz:

— Amanhã à noite.

— Meu Deus! — recosto minha cabeça no sofá, imaginando o que podemos fazer para sair dessa situação.


***

Três dias depois...

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