Oi, pessoal. Perdão pela demora. É que o bloqueio criativo atacou novamente e como tenho três obras em andamento, fica meio complicado... Mas voltei e trouxe a maratona que prometi.
Boa Leitura!
Whitney estava certa sobre nossa estadia em Minneapolis ser "inesquecível". Também descobri que alguns caras do time trouxeram bebidas alcoólicas em suas malas sem que o técnico descobrisse.
Como sei disso? Bom, o namorado da Whitney foi um dos responsáveis pelas bebidas, então ela acabou comentando.
De qualquer forma, eu imaginei que isso poderia acontecer. Na verdade, tenho uma ideia de que o técnico sabe, mas não liga. Ele deve prezar mais pelo seu emprego do que por um bando de arruaceiros adolescentes.
— Aqui está. — Rachel enfia algo na minha mão. — Roubei a foto das suas redes sociais faz um tempo. A edição ficou por conta do carinha do segundo ano. Considere isso um presente.
Eu e as meninas estamos no quarto nesse momento e passo um tempo analisando o documento em minha mão. Tem uma foto minha e outros dados, como número de registro e data de nascimento, alterada (como se atualmente eu tivesse mais de 21 anos).
Amplio meus olhos, antes de voltá-los para Rachel.
Ela tem um enorme sorriso e pisca para mim antes de seguir até o armário.
— O que significa isso? — murmuro, boquiaberta. — Isso não é...?
— Carteira de identidade falsa? Isso mesmo. Consegui fazer antes da viagem porque sabia que surgiria a oportunidade de sairmos para um lugar mais... adulto.
— Isso é tão errado, Rachel. Não sei se é uma boa ideia. E se formos presas?
Ela revira os olhos.
— Isso não vai acontecer. O dono da boate é meu tio. Ele não vai nos denunciar se descobrir. Klaus não é careta e nem dedo duro.
— Então por que as identidades falsas?
— Hm, ele não sabe que estaremos lá, então não vai ser possível entrar na boate tão facilmente. — ela sorri sem jeito. — Por isso as identidades. – ela ergue a sua própria. – Além disso, podemos comprar bebidas com elas.
— Também temos a nossa. Apesar de não gostar de quebrar as regras, não tem problema fugir da linha algumas vezes. — Zara mostra a sua também.
Whitney sorri. — Não se preocupa, Jessie. As identidades foram feitas por um perito no assunto.
— O perito no caso é o nerd gato do segundo ano que por acaso tem uma quedinha pela Zara.
— Para com isso, Rachel. — ela resmunga com as bochechas coradas. — Ele foi pago para fazer elas, e muito bem pago, por sinal.
— Realmente, mas tivemos um desconto graças a sua paixonite. — Whitney sorri junto com Rachel, deixando Zara sem graça.
— Suas chatas!
Whitney me encara.
— E aí? Você vai? Não vamos te obrigar a nada, mas acho que não vai ser legal ficar sozinha nesse resort enorme.
Confesso que entrar em uma boate com uma identidade falsa não é algo que faz meu estilo. Correr o risco de ser presa e perder a bolsa de estudos, além de decepcionar minha mãe, não passa pela minha cabeça, mas ficar no resort durante a noite, nesse quarto gigante, não me parece uma opção agradável.
Tenho certeza que a maiorias dos alunos vai, senão todos, e...
— Eu vou, mas prometam que nada vai sair do controle. Vocês sabem que para uma bolsista tudo é arriscado.
— Ok, relaxa. Vamos cuidar de você. Eu e as meninas já fomos lá outras vezes. Não corremos o risco de pararmos na delegacia. — pisca para mim. — E se algo sair do controle, posso ligar para meu tio e tudo vai ficar bem.
— Ok. — suspiro, meio preocupada.
— Agora vamos escolher uma roupa bem legal para irmos. Nada de roupas cafonas e grandes demais. — Rachel puxa diversas peças de roupa do armário.
Enquanto isso, procuro a melhor roupa em meu lado do armário, afinal posso imaginar que o clube do tio de Rachel deve ser um lugar bem chique.
Meus olhos brilham ao colidirem com jeans e camiseta azul marinho.
— Eu vou com essa. — aponto, recebendo uma série de olhares abismados.
Meus ombros caem.
— Não gostaram?
— Não é isso, mas não estamos indo a uma reunião de pais e alunos na escola. Estamos indo a uma festa épica, querida. Você precisa de algo a altura. — Rachel me puxa em direção à cama onde há varias peças de roupas estendidas sobre o colchão. São peças lindas e o tecido delas parece ser muito bom.
— Uau. — minha mão pousa sobre elas.
— Pode escolher qualquer uma delas. — sentencia.
Eu a encaro sem acreditar.
— Mas...
— Sem "mas", doce Jessie. Apenas escolha. Fique a vontade.
— Caramba! — sorrio amplamente. Eu nunca me imaginei usando roupas tão lindas como essas. Puxo uma delas, admirando o vestido azul marinho. Perfeito! — Gostei desse.
— Que ótimo!
— Quando terminarmos de nos vestir, eu cuido da sua maquiagem, pode ser? — Zara se aproxima.
Sorrio para ela. — Claro. Obrigada.
— Hoje Jessie terá o dia que toda garota merece. Um dia de princesa. — Whitney apoia seu braço em meu ombro.
***
Ás nove em ponto, estamos quase prontas.
— Você está linda, Jéssica. Os garotos vão babar. — Rachel me cutuca, passando seu rímel de alta cobertura com a outra mão.
— Isso inclui o cafajeste gostoso do Brandon Scott? — Zara se olha no espelho mais uma vez, checando seu vestido escuro e apertado.
— Com certeza.
— Não. — faço uma careta. — Ele me odeia e tão pouco me acha atraente. — falo como se não me importasse com a opinião dele. A verdade é que machuca um pouco, mas que se dane ele e seu comportamento odioso.
— Duvido. Ele não parou de te secar no ônibus. – Whitney murmura, sentada sobre a cama. Ela está com o celular na mão, provavelmente falando com seu namorado.
— Me secar? Brandon tem namorada.
— Isso não o impede de olhar. Aliás, uma olhada não arranca pedaço.
— No caso dele, sim. Sinto como se ele pudesse me fulminar com aqueles olhos. — estremeço.
— Imagino que a relação de vocês deve ser uma merda, considerando o histórico de babaquice do Brandon. — Whitney se aproxima de mim, apoiando a mão em meu ombro. — Mas algo me diz que há algo a mais por trás de tanto ódio.
— Como assim?
— Não percebeu? Brandon no fundo pode estar caidinho por você. E o ódio é só uma camuflagem pra esconder isso, por mais cruel e injustificável que seja.
— Você está falando besteira, Whitney. Ele não gosta de mim e eu também não gosto dele. É impossível! — resmungo, com os pensamentos caóticos. — Vamos esquecer isso, por favor.
— Ok, ok. Não está mais aqui quem falou. — ela sorri, olhando mais uma vez para o celular. — Ah, e meu namorado está chegando para nos acompanhar até lá embaixo. Os garotos alugaram alguns carros. Nossa noite vai ser maravilhosa. — murmura, animada.
Sigo sua reação, esperando que ela esteja certa.
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Mantenha Distância
Teen FictionJéssica Hernandez não compreende o motivo de ser odiada por Brandon Scott desde que pisou no ensino médio. Brandon tem segredos e dificilmente deixa transparecer o que pensa. E desde que está na mira do valentão, Jéssica tem uma ideia formada sobre...