capítulo 11: uma péssima ideia?

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Oi, pessoal. Perdão pela demora. É que o bloqueio criativo atacou novamente e como tenho três obras em andamento, fica meio complicado... Mas voltei e trouxe a maratona que prometi.

Boa Leitura!

Whitney estava certa sobre nossa estadia em Minneapolis ser "inesquecível". Também descobri que alguns caras do time trouxeram bebidas alcoólicas em suas malas sem que o técnico descobrisse.

Como sei disso? Bom, o namorado da Whitney foi um dos responsáveis pelas bebidas, então ela acabou comentando.

De qualquer forma, eu imaginei que isso poderia acontecer. Na verdade, tenho uma ideia de que o técnico sabe, mas não liga. Ele deve prezar mais pelo seu emprego do que por um bando de arruaceiros adolescentes.

— Aqui está. — Rachel enfia algo na minha mão. — Roubei a foto das suas redes sociais faz um tempo. A edição ficou por conta do carinha do segundo ano. Considere isso um presente.

Eu e as meninas estamos no quarto nesse momento e passo um tempo analisando o documento em minha mão. Tem uma foto minha e outros dados, como número de registro e data de nascimento, alterada (como se atualmente eu tivesse mais de 21 anos).

Amplio meus olhos, antes de voltá-los para Rachel.

Ela tem um enorme sorriso e pisca para mim antes de seguir até o armário.

— O que significa isso? — murmuro, boquiaberta. — Isso não é...?

— Carteira de identidade falsa? Isso mesmo. Consegui fazer antes da viagem porque sabia que surgiria a oportunidade de sairmos para um lugar mais... adulto.

— Isso é tão errado, Rachel. Não sei se é uma boa ideia. E se formos presas?

Ela revira os olhos.

— Isso não vai acontecer. O dono da boate é meu tio. Ele não vai nos denunciar se descobrir. Klaus não é careta e nem dedo duro.

— Então por que as identidades falsas?

— Hm, ele não sabe que estaremos lá, então não vai ser possível entrar na boate tão facilmente. — ela sorri sem jeito. — Por isso as identidades. – ela ergue a sua própria. – Além disso, podemos comprar bebidas com elas.

— Também temos a nossa. Apesar de não gostar de quebrar as regras, não tem problema fugir da linha algumas vezes. — Zara mostra a sua também.

Whitney sorri. — Não se preocupa, Jessie. As identidades foram feitas por um perito no assunto.

— O perito no caso é o nerd gato do segundo ano que por acaso tem uma quedinha pela Zara.

— Para com isso, Rachel. — ela resmunga com as bochechas coradas. — Ele foi pago para fazer elas, e muito bem pago, por sinal.

— Realmente, mas tivemos um desconto graças a sua paixonite. — Whitney sorri junto com Rachel, deixando Zara sem graça.

— Suas chatas!

Whitney me encara.

— E aí? Você vai? Não vamos te obrigar a nada, mas acho que não vai ser legal ficar sozinha nesse resort enorme.

Confesso que entrar em uma boate com uma identidade falsa não é algo que faz meu estilo. Correr o risco de ser presa e perder a bolsa de estudos, além de decepcionar minha mãe, não passa pela minha cabeça, mas ficar no resort durante a noite, nesse quarto gigante, não me parece uma opção agradável.

Tenho certeza que a maiorias dos alunos vai, senão todos, e...

— Eu vou, mas prometam que nada vai sair do controle. Vocês sabem que para uma bolsista tudo é arriscado.

— Ok, relaxa. Vamos cuidar de você. Eu e as meninas já fomos lá outras vezes. Não corremos o risco de pararmos na delegacia. — pisca para mim. — E se algo sair do controle, posso ligar para meu tio e tudo vai ficar bem.

— Ok. — suspiro, meio preocupada.

— Agora vamos escolher uma roupa bem legal para irmos. Nada de roupas cafonas e grandes demais. — Rachel puxa diversas peças de roupa do armário.

Enquanto isso, procuro a melhor roupa em meu lado do armário, afinal posso imaginar que o clube do tio de Rachel deve ser um lugar bem chique.

Meus olhos brilham ao colidirem com jeans e camiseta azul marinho.

— Eu vou com essa. — aponto, recebendo uma série de olhares abismados.

Meus ombros caem.

— Não gostaram?

— Não é isso, mas não estamos indo a uma reunião de pais e alunos na escola. Estamos indo a uma festa épica, querida. Você precisa de algo a altura. — Rachel me puxa em direção à cama onde há varias peças de roupas estendidas sobre o colchão. São peças lindas e o tecido delas parece ser muito bom.

— Uau. — minha mão pousa sobre elas.

— Pode escolher qualquer uma delas. — sentencia.

Eu a encaro sem acreditar.

— Mas...

— Sem "mas", doce Jessie. Apenas escolha. Fique a vontade.

— Caramba! — sorrio amplamente. Eu nunca me imaginei usando roupas tão lindas como essas. Puxo uma delas, admirando o vestido azul marinho. Perfeito! — Gostei desse.

— Que ótimo!

— Quando terminarmos de nos vestir, eu cuido da sua maquiagem, pode ser? — Zara se aproxima.

Sorrio para ela. — Claro. Obrigada.

— Hoje Jessie terá o dia que toda garota merece. Um dia de princesa. — Whitney apoia seu braço em meu ombro.

***

Ás nove em ponto, estamos quase prontas.

— Você está linda, Jéssica. Os garotos vão babar. — Rachel me cutuca, passando seu rímel de alta cobertura com a outra mão.

— Isso inclui o cafajeste gostoso do Brandon Scott? — Zara se olha no espelho mais uma vez, checando seu vestido escuro e apertado.

— Com certeza.

— Não. — faço uma careta. — Ele me odeia e tão pouco me acha atraente. — falo como se não me importasse com a opinião dele. A verdade é que machuca um pouco, mas que se dane ele e seu comportamento odioso.

— Duvido. Ele não parou de te secar no ônibus. – Whitney murmura, sentada sobre a cama. Ela está com o celular na mão, provavelmente falando com seu namorado.

— Me secar? Brandon tem namorada.

— Isso não o impede de olhar. Aliás, uma olhada não arranca pedaço.

— No caso dele, sim. Sinto como se ele pudesse me fulminar com aqueles olhos. — estremeço.

— Imagino que a relação de vocês deve ser uma merda, considerando o histórico de babaquice do Brandon. — Whitney se aproxima de mim, apoiando a mão em meu ombro. — Mas algo me diz que há algo a mais por trás de tanto ódio.

— Como assim?

— Não percebeu? Brandon no fundo pode estar caidinho por você. E o ódio é só uma camuflagem pra esconder isso, por mais cruel e injustificável que seja.

— Você está falando besteira, Whitney. Ele não gosta de mim e eu também não gosto dele. É impossível! — resmungo, com os pensamentos caóticos. — Vamos esquecer isso, por favor.

— Ok, ok. Não está mais aqui quem falou. — ela sorri, olhando mais uma vez para o celular. — Ah, e meu namorado está chegando para nos acompanhar até lá embaixo. Os garotos alugaram alguns carros. Nossa noite vai ser maravilhosa. — murmura, animada.

Sigo sua reação, esperando que ela esteja certa.

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