capítulo 45: submetendo-se

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Por que está me olhando assim? – Brandon diz mediante o meu choque. — Pensei que você fosse me linchar. Foi assustador ver você esmurrar a janela do carro. — mesmo diante da situação, ele sorri um pouco.

Continuo sem palavras por um momento, então analiso o carro e Brandon antes de dizer:

— Era você! — é uma afirmação, afinal tudo faz sentido.

— O quê? — ele parece confuso, casualmente enfiando a mão nos bolsos da calça jeans. Observo que ele está de camiseta preta, e a cor combina muito com ele.

Ignoro minha apreciação e volto a manter o semblante firme.

— O stalker?

Stalker? Tem-me em tão baixo julgamento?

— Não brinque, Brandon. Sei que você é o cara que estacionava um carro preto nesse mesmo lugar, há muitos meses atrás; esse mesmo carro que estou vendo agora.

Nunca vi Brandon dirigindo esse carro antes. Ele geralmente dirige um carro de outra marca, mas igualmente luxuoso.

Ele nem nega, então olha para baixo antes de me encarar.

— Sim. Você tem razão.

— Como não percebi? No início, não fazia ideia de que era você, mas agora tudo faz sentido. Você já me conhecia antes que eu entrasse na Greene Marshall, não é? Por que me espionava?

Ele respira fundo antes de confessar: — Depois do acidente, fiquei curioso sobre a família de Esteban. Foi assim que descobri onde você morava com sua mãe. Meu pai descobriu seu endereço facilmente com a polícia e sem ele saber, passei a espionar sua casa. Foi assim que te conheci.

Fico sem reação por um momento. É estranho imaginar Brandon me espiando do seu carro. Provavelmente estava cheio de ódio na época, considerando o caos que sua vida tinha se tornando com o acidente.

E isso também me faz chegar à conclusão de que ele já sabia quem eu era, assim que entrei em sua escola. Por isso, o bullying não demorou a vir. Lembro-me que naquele mesmo dia Brandon me confrontou e não entendi absolutamente nada. Agora entendo.

— Nunca te vi dirigindo esse carro. — murmuro calmamente.

— Ele ficou aposentado por um tempo. Ganhei do meu avô. — engole em seco. — Mas voltei a usá-lo agora. Na verdade, tenho vários. Esse é apenas um deles.

É claro que ele tem vários. Brandon Scott é podre de rico.

Ele observa meu rosto atentamente, como se esperasse que eu falasse algo, mas apenas o observo de volta. Sinto a faísca de sentimento reprimido cortando o ar e de repente me sinto sufocada.

Desvio o olhar, recuando alguns passos.

— Ah... Eu vou voltar para minha casa então. Tchau, Brandon.

— Espera!

Paro de caminhar, encarando-o enquanto ele parece procurar algo dentro do carro. Ele reaparece com uma caixinha escura e meio brilhante e estende em minha direção. Aproximo-me o suficiente para pegá-la, e estou prestes a dizer algo quando ele me corta.

— Não estou tentando te comprar nem nada do tipo. É apenas um presente.

Deve ter custado uma fortuna, imagino mesmo desconhecendo o conteúdo da caixa. Passo a mão sobre a superfície e sinto o veludo contra meus dedos.

— Não posso aceitar.

— Não aceito devolução. — entra no carro antes que eu possa devolver e fecha a porta, olhando-me pela janela agora aberta. — Vá para casa, Jéssica. Vou te observar daqui enquanto você entra em segurança. Depois vou embora.

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