capítulo 27: a semente da dúvida

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Eu já volto. — dou um selinho em Brandon, deixando-o próximo ao bar e sigo direto para o banheiro.

No local, faço xixi rapidamente em uma das cabines antes de lavar minhas mãos e checar minha aparência no espelho enorme na parte de fora. Vasculho minha bolsinha a procura do brilho labial de cereja e passo um pouco antes de guardar e retocar o restante da maquiagem.

Segundos depois, disfarço a surpresa ao ver Pamela entrando no banheiro e ocupando o espaço ao meu lado. A atmosfera muda repentinamente e me apresso com a maquiagem para sair daqui o mais rápido possível.

— Hm, você por aqui. Veio com Brandon, né?

Ignoro sua pergunta.

— Ok, pode me ignorar, brinquedinho idiota, mas não pense que esses seus momentos com o Brandon irão durar. — suspira, também retocando sua maquiagem. Ela sorri um pouco, o que me deixa cheia de desconfiança. — Você é tão ingênua por confiar nele, mas pelo menos vai garantir minha diversão.

— Do que você está falando? — seguro seu braço com firmeza quando ela pensa em sair.

— Você irá descobrir, agora me solte.

— Sua vaca venenosa. Não vou acreditar em suas mentiras. — solto o seu braço como se sentisse repugnância e ainda vejo o seu olhar surpreso antes que ela se recupere e diga algo mais antes de ir embora:

— Quem ri por último definitivamente ri melhor.

— Vá à merda, Pamela! — resmungo alto o suficiente para ela ouvir antes de sumir de vista.

Mesmo depois que ela sai, o ambiente continua pesado e meus pensamentos ainda mais caóticos, cheios de dúvidas. Droga, se ela quis estragar minha serenidade, conseguiu. Garota mal-amada.

— Você demorou. — Brandon comenta quando volto para perto dele outra vez.

— Sim, estava retocando a maquiagem. — sorrio fracamente, abraçando-o. — Mas voltei e agora podemos ficar juntinhos.

***

Horas depois...

No quarto de hóspedes da casa de Nathaly, aproveito a solidão para checar minhas mensagens recentes. É madrugada, mas estou longe de encontrar o sono. Espero que o celular consiga me distrair o suficiente para minhas pálpebras pesarem.

A primeira mensagem que noto é a de Christopher.

C: Oi, como você está?

Digito rapidamente uma resposta.

J: Muito bem, e você? O que anda fazendo de bom?

C: Nada de muito interessante. Só ando meio preocupado ultimamente.

J: Com o quê? Desculpa por ser inconveniente ao perguntar.

C: Relaxa. Você não é inconveniente. Além disso, nem tivemos tempo pra conversar ultimamente e minha preocupação envolve você.

J: Envolve-me? Como?

C: Acho que você já tem uma ideia de onde quero chegar, né?

Brandon, aposto.

J: Acho que sim.

C: bom, quem alerta amigo é e eu seria um péssimo amigo se não tentasse abrir seus olhos. Desculpa se estou enrolando demais.

J: Não precisa se desculpar. Continue, por favor.

C: Só quero que saiba que eu não digo coisas assim em vão. E você já deve ter uma ideia que isso envolve o Scott, então eu...

C: Eu não confio nesse cara, Jessie. Ele se aproximou tão rápido de você e posso estar parecendo ciumento ou mesquinho, mas estou desconfiado. Só quero que saiba que me preocupo com você e que vou ficar de olho nesse cara. Desculpa se eu estiver te deixando chateada.

Solto um suspiro pesado.

J: Não se desculpe. Não estou chateada ou algo do tipo. E nem posso mudar sua opinião. Você não é a primeira pessoa que me diz isso e minha cabeça, confesso, está cheia de dúvidas. Mas eu quero dar uma chance ao Brandon. Sinto que ele está tentando fazer isso dar certo, sabe? Não estou cega ou algo do tipo, e tenho consciência de que tudo pode dar errado a qualquer momento, mas quero tentar levar isso adiante. Deve está me achando uma trouxa, né?

A resposta demora um pouco para chegar.

C: Não. Nada disso. Você é incrível, Jessie. Espero que não se machuque nessa história. Só o que posso fazer é desejar boa sorte pra vocês dois. Você decide o que fazer com sua vida e eu só posso aceitar, porque sou seu amigo. Desejo tudo de bom pra você. Durma bem. Boa noite.

J: Boa noite, Chris.

Coloco o celular na cabeceira da cama e percebo que o sono pode não vir tão cedo.

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