No dia seguinte, passo em casa bem cedo antes de voltar para a escola. É claro que agora Nathaly já está a par de tudo e, sem surpresa, espantada com a situação. Mesmo assim ela não me julgou ou explodiu quando contei. Ela apenas me aconselhou a não fazer novamente porque isso talvez me machuque além do esperado. Concordei com ela, afinal estamos falando de Brandon Scott e não tem nenhuma maneira de eu confiar cegamente nele.
Meus passos são rápidos em direção ao banheiro e me enfio em uma das cabines enormes com chuveiro e toalha. Coloco meu uniforme sobre um estande e deixo a calcinha limpa por perto.
O local tem apenas mais algumas garotas e não demora muito para eu ouvir apenas os meus próprios ruídos no banho. Estranho o fato de está, aparentemente, sozinha aqui.
Passos arrastados e lentos.
É isso que ouço quando coloco o sabonete no lugar.
Um frio sobe por minha espinha e um alarme soa na minha cabeça para eu sair daqui o mais rápido possível.
Droga, que péssima ideia não ter esperado Nathaly! Ela também viria tomar banho nesse mesmo banheiro e estaríamos juntas, mas seu namorado a atrasou e tive que vir na frente.
Com pressa, me enrolo rapidamente em uma toalha e estremeço conforme os passos chegam mais perto.
— Quem está aí? — ganho coragem para dizer.
Sem resposta.
Respiro lentamente e tento fazer o mínimo de barulho possível. Espero que não seja um dos garotos ou qualquer outro estranho com intenções pervertidas.
Que azar!
Quando os passos já não são mais ouvidos, fico atenta e com alívio percebo que finalmente posso sair. Quando giro a trava da porta e saio, meus olhos se voltam para cima ao ver a presença de alguém.
Meu coração acelera no peito e aperto ainda mais a toalha.
— Brandon? – sussurro, chocada.
— Eu mesmo. — ele está com as mãos nos bolsos, casualmente parado.
— Você quase me matou de susto, sabia? — resmungo e ele apenas dá de ombros.
— Minha intenção não era te assustar. Sinto muito.
— Mas assustou. — franzo o cenho, ainda incomodada. — Pode sair do banheiro feminino? O seu fica do outro lado do corredor.
— Eu sei onde fica o banheiro masculino, Jéssica. É que eu te vi vindo para cá e decidi segui-la.
Esfrio por dentro.
E por que ele parece tão calmo?
— Outra vez? Essa é uma atitude bem psicopata. Está acostumado a fazer isso com garotas?
Ele ri baixinho.
— Nunca na minha vida. Você é a primeira que sigo.
— E eu deveria ficar tranquila com esse fato?
— Claro. Não vim com a intenção de te fazer mal. — diz sério, e eu o encaro mais atentamente.
— Não acredito nisso.
— Eu só quero conversar. Sabia que se não te pegasse de surpresa você fugiria como tem feito ultimamente.
— Mas posso fugir agora mesmo se eu quiser. Não sabia que você não superava um não. — mudo de assunto.
— Você não pode fugir. — ignora meu último comentário. — Estamos trancados. Travei a porta principal por dentro depois de me certificar de que não entraria ou sairia mais alguém além de você. E é claro que não vou te deixar chegar na porta sem antes conversarmos.
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Mantenha Distância
ספרות נוערJéssica Hernandez não compreende o motivo de ser odiada por Brandon Scott desde que pisou no ensino médio. Brandon tem segredos e dificilmente deixa transparecer o que pensa. E desde que está na mira do valentão, Jéssica tem uma ideia formada sobre...