capítulo 37: esse é o motivo?!

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A dor emocional é um sentimento devastador. Ela literalmente suga todas as nossas energias. Eu já estava acostumada com ela em certa dose, mas não nessa proporção de agora. Nesse momento, está difícil suportá-la e até respirar se torna difícil.

— Calma, Jessie. — Nathaly murmura de forma carinhosa, enquanto acaricia meu cabelo. Estou em seu colo, no seu quarto.

Meus olhos provavelmente já estão inchados depois de tanto choro, mas não me importo de derramar mais algumas lágrimas.

Talvez assim essa dor colossal finalmente passe... mas só de lembrar de tudo, a dor volta com o dobro de força.

— Eu realmente acreditei que ele tinha mudado, mas ele... ele é um monstro. — murmuro sem fôlego. Nathaly já está a par de tudo, porque contei tudo durante o percurso de carro da escola até sua casa.

— Sim, ele é. Eu bem que desconfiava. Brandon errou feio. — suspira. – Ele é um idiota.

— Sim. — fungo, então decido mudar de assunto. — Acho que minha mãe vai perceber que chorei assim que eu voltar para casa.

— Ela com certeza notará. Quer um conselho sincero de amiga? — assinto. — Conte tudo a ela. Chega de mentiras!

— Eu... — penso em debater, mas Nathaly está certa. Chega de mentiras e já está mais do que na hora da minha mãe estar a par do meu drama. — Eu vou contar tudo a ela.

— Isso, mas só conte quando se recuperar um pouco dessa tristeza. Descanse a mente antes de contar. Sua mãe com certeza vai te apoiar. Ela é uma mulher incrível.

E Nathaly realmente estava certa.

Quando soube que eu era constantemente intimidada na minha escola, sobretudo por Brandon Scott, minha mãe ficou em choque e logo estava em lágrimas enquanto me abraçava e dava apoio. Eu recebi total consolo e foi ótimo desabafar. Era recompensador tirar esse peso das costas.

— Como ele pode agir assim? Confiei nesse garoto e ele machucou meu bem mais precioso. Minha filha. — ela acaricia meu rosto, com os olhos entristecidos. — Por que não me contou tudo isso antes? Por que escondeu algo assim?

— Eu só... não tive coragem. Eu não queria deixá-la preocupada.

— No que se refere a você, eu sempre vou estar preocupada. Isso faz parte do sentido de ser mãe, Jéssica.

— Sim. A senhora está certa. — murmuro com a voz embargada. Já chorei tanto no dia anterior que nem tenho mais lágrimas para derramar agora.

— Eu vou à sua escola. Preciso ter uma conversinha com o diretor. Não vou deixar isso dessa forma.

— Mamãe, não precisa...

— Claro que precisa. Como eles não fizeram nada quanto ao bullying que você sofreu naquele lugar? É o dever deles prezar pela segurança dos alunos, incluindo os bolsistas.

— Tudo bem. Nós vamos, mas depois, pode ser? Essa semana eu só quero ficar aqui em casa. Não quero pisar naquele lugar tão cedo. — recosto meu rosto no travesseiro macio quando me deito na minha cama.

— Ok, vou deixá-la descansar, mas não vou esquecer essa história.

Ela parece pensativa e então franze o cenho de repente.

Estranho.

— O que foi?

— Acabei de pensar em uma coisa.

— Diga, por favor.

— O Brandon com certeza não tinha motivos para te tratar mal, certo?

— Não tinha.

Ela me encara meio alarmada agora. — Você pode me dizer o último sobrenome dele?

— Pra quê isso, mãe?

— Apenas me diga, por favor. É importante.

— Scott. — vejo que ela fica pálida e me preocupo.

— Scott? — engole em seco. — Tem certeza?

— Sim, tenho. Por que a senhora ficou assim de repente?

Confesso que sua reação me deixou assustada. Por que esse interesse todo no sobrenome de Brandon?

— O pai dele se chama Oliver, não é?

Como ela sabe disso?

— Sim, mas como...?

Ela me interrompe de forma abrupta. — Céus! Como não pensei nisso antes?

— Em quê, mamãe? Fale, por favor. Está me deixando preocupada. — sento-me sobre a cama, assustada.

— Esse garoto... — respira fundo antes de dizer. — É neto de Donald Scott.

Meus olhos se ampliam em completo choque e então tudo finalmente se encaixa. O ódio de Brandon, as constantes humilhações, a dor dele pela perda do avô, tudo.

Não escondo o horror na voz quando sussurro: — O Brandon... era neto do homem que morreu no acidente causado pelo meu pai!

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