capítulo 33: confiar ou [não] confiar

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dias depois...

Ele está sendo muito fofo, admito.

Brandon realmente está se esforçando em ser um bom namorado e quase não recordo o babaca egocêntrico de um tempo atrás, que sempre achava uma ocasião para me humilhar.

Mesmo assim estou em um dilema: tudo parece bom demais para ser verdade, e ao mesmo tempo, é a melhor coisa que eu poderia querer.

Estou realmente feliz, mas por que certa sensação idiota sempre tem pesado um pouco? Eu realmente tenho que parar de ser paranoica para meu próprio bem.

— Está cansada? — Brandon me abraça por trás depois do filme.

Acabamos de sair do cinema e tudo foi tão romântico. Pude viver o meu próprio clichê dentro da sala escura, como toques de mão, beijinhos discretos no meio de alguma cena sem importância e muitos abraços. Foi incrível.

— Não. Qual é a próxima programação? — questiono animada e ele ri um pouco.

— Hm... pensei em irmos até uma pizzaria ótima aqui perto. O lugar tem todos os recheios que você imaginar.

— Oh, isso é muito interessante. — murmuro empolgada e, não vou negar, faminta. — Está esperando o quê para me levar, lá, hein, gentil cavalheiro?

Brandon sorri e fica ao meu lado, antes de entrelaçar nossas mãos.

— Estou às suas ordens, jovem dama.


***


Um sorriso enorme ainda está em meu rosto quando passo pela porta de casa. Minha mãe me observa atentamente enquanto me jogo no sofá da sala.

— Pela sua cara, imagino que foi incrível.

— Muito. Primeiro fomos ao cinema e depois ele me levou a uma pizzaria incrível. A senhora precisava ver. Lá tinha todos os sabores e Brandon estava mega brincalhão. Foi lindo. — suspiro alegremente, vendo-a sorrir diante da minha empolgação. Finalmente lembro que trouxe algo e estendo a caixa para minha mãe. — Eu trouxe pizza para a senhora. Imaginei que fosse gostar.

— Ah, obrigada. Gosto muito. Qual o sabor?

— É mexicana, então a senhora já deve imaginar que é muito boa. — escolhi essa porque é a preferida da minha mãe. Além disso, a faz lembrar de suas raízes.

— Hm, parece deliciosa. Vou esquentar nesse momento. Aproveite para se trocar.

— Ok. — me ergo do sofá macio e subo as escadas preguiçosamente, não deixando de sorrir a cada momento com as recordações.

Brandon foi tão perfeito essa noite e me fez rir muito com suas piadas absurdas e sem graça. Ele inclusive falou um pouco sobre sua família, dizendo que são bem reservados, com exceção do seu irmão mais velho que parece ser o mais animado da família.

Todavia, em nenhum momento ele tocou no assunto do suposto avô, o que me deixou na dúvida se o seu surto bêbado em Minneapolis foi apenas ocasionado pelo álcool sem um motivo específico.

Deixando esses pensamentos de lado, decido tomar um banho e logo depois me enrolo em uma toalha, seguindo até meu armário.

Antes que eu possa chegar nele, meu celular vibra com uma mensagem e, curiosa, pego o aparelho sobre a cama.

Revelo a mensagem de um número desconhecido:

Você não precisa saber quem eu sou, mas precisa conhecer a pessoa com quem tem compartilhado "doces" momentos. Não se deixe enganar pela superfície. O que tem dentro é podre e perverso. Cuidado, Hernandez!



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