capítulo 29: transparência

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Brandon

Eu te amo, meu garoto mau.

O rosto sorridente de Jéssica surge na minha cabeça e nem me concentrar no filme eu consigo. É um longa de ação bem sangrento, mas não me atrai de forma alguma. Não agora. Não quando só o que consigo imaginar é o meu corpo sobre o de Jéssica enquanto ela geme o meu nome, enquanto ela diz que me ama...

Porra!

— Não creio! O cara mais ranzinza que eu conheço está sorrindo como um idiota?

Droga, esqueci que estava na companhia do merda do meu irmão.

Mostro o dedo do meio e ele cai na risada, como se fosse a coisa mais carinhosa que recebeu durante o dia.

— Você é louco. Eu... quer dizer. — gaguejo de forma estúpida e seu sorriso se amplia enquanto ele me observa do outro sofá.

— Você está corando como uma menininha. — continua zombando.

Reviro os olhos.

— Não estou não. — faço uma careta. — Assiste a droga do filme e me deixa em paz! — resmungo, agora de mau humor.

— Relaxa. Não precisa ficar envergonhando por ter sido pego no flagra, ok? É uma garota, certo? Eu a conheço?

— Você está falando bobagens. — decido ignorá-lo. Henry não precisa saber que estou obcecado por certa morena que tem ocupado minha mente 24 horas por dia. Ele não precisa ficar a par da minha fraqueza.

— Não estou. Tenho quase certeza de que estou certo em minha teoria. — comenta. — Mas vou te deixar em paz, garanhão. Boa sorte com a garota.

Balanço a cabeça, tentando me distrair com o filme que a essa altura se tornou chato pra caralho. Preciso sair daqui. Preciso vê-la e...

Que merda eu tô pensando! Estou parecendo um virgem louco pelo primeiro beijo. Não, eu vou me controlar e...

— Tenho que ir num lugar. — fico de pé, enfiando o celular no bolso da calça.

— Ainda está cedo. A festinha na casa do seu amigo não é só às 11?

Droga, fui pego!

As 11 haverá uma farra na casa de Matthew Williams. Ele e suas festas típicas no meio da semana. Talvez eu dê uma voltinha por lá mais tarde, mas nem posso pensar em demorar, afinal tenho aula amanhã e faltar não parece conveniente para mim depois que comecei a namorar Jéssica e só penso em ficar com a língua enfiada em sua boca e as mãos em seu corpo viciante.

Estou mesmo ferrado.

Desvio o olhar.

— Sim, mas enquanto isso, eu vou dar uma volta por aí. Pegar um ar. — é uma meia verdade, e não me importo se Henry vai ficar no meu pé. Espero estar bem longe daqui antes de ouvir suas merdas.

— Vai deixar seu irmão sozinho aqui? Não tem compaixão? – finge tristeza. Ele é um péssimo ator, admito. E falando dessa forma, até parece que não está praticamente cercado por funcionários que suportariam uma conversa com ele.

— Sim. Qual o problema? — esboço um sorriso irônico. — Se está entediado, liga pra alguma puta.

— Respeita meus contatinhos, garoto! — simula uma voz de raiva e pega seu próprio celular. — Até que não é uma má ideia, afinal nossos pais saíram.

Sim, eles foram comemorar o aniversário de casamento em algum restaurante caro da cidade, o que significa que Henry pode fazer uma boa farra antes de eles chegarem.

— Fique à vontade e aproveite sua noite.

— Você também. E não se esqueça das camisinhas. Não quero um sobrinho agora.

Balanço a cabeça, divertindo-me com suas palavras antes de dar uma passada em meu quarto e depois sair.

***

Assim que ela abre a porta, não deixo tempo para reação antes de puxá-la contra mim e esmagar seus lábios com os meus. Porra, ela é tão gostosa. Não me canso de tocá-la.

— Brandon? Que surpresa! — murmura sem fôlego depois do beijo. Observo seus lábios inchados e seu rosto corado, ainda abraçado ao seu corpo coberto pelo pijama bobo.

— Gostou de me ver? — estendo a mão e fecho a porta atrás de mim.

— Sim, claro. — Jéssica me dá um selinho e tenho vontade de prolongar o contato. — Pensei que não vinha mais. Já são quase 11 horas e nem ti vi na escola hoje.

— Eu estava ocupado com a educação física e depois assisti metade de um filme chato com o meu irmão. Aliás, sua mãe já viajou, certo?

— Sim, poucas horas atrás.

— Hm, isso quer dizer que estamos sozinhos aqui?

— Sim, estamos. — ela sorri suavemente. Tão linda. Acaricio sua bochecha, pensando no que posso ter feito de bom para merecê-la.

— Que bom. Eu trouxe algumas roupas no carro. Além disso, vai rolar uma festinha no Williams. Pensei em te convidar. O que acha?

— Festa no meio da semana? — franze o cenho. — E a escola amanhã?

— A gente pode voltar mais cedo, se você preferir. Vai ser legal. Depois voltamos para cá e posso dormir com você.

— Se é assim, tudo bem. — ela sorri. — Eu vou, mas não vamos beber muito, ok? A ressaca pode atrapalhar nosso desempenho escolar amanhã.

Por que ela tem que ser tão certinha? E porque estou gostando tanto disso? Meu irmão riria da minha cara se soubesse a dimensão dos meus pensamentos agora.

— Certo. — acho que meu sorriso enorme não pode ser disfarçado nesse momento.

Jéssica sorri também e me provoca antes de ir para o quarto:

— Espere aqui enquanto me troco. Não vale espiar.

— Por que não? — questiono com a voz torturada, tentando convencê-la, no entanto ela nega com a cabeça como se eu fosse um pirralho desobediente.

— Nada disso. Quero fazer uma surpresa.

— Vou esperar então. — murmuro relutantemente, sentando-me no sofá enquanto observo sua bunda gostosa em movimento conforme ela sobe as escadas.

Gosto de admirar minha namorada. Só minha e de mais ninguém.





Alerta possessivo no ar hehe👁🙊

O próximo capítulo também será narrado por Brandon e promete surpresas🙈🔥

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