capítulo 5: aceitar ou... revidar?

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Desconfortável.

Bom, essa não é bem a palavra que se encaixaria da melhor maneira no meu atual estado de ânimo. O sentimento compatível pode ser algo até pior, como emocionalmente abalada e ao mesmo tempo com uma imensa vontade de correr para longe.

E não é algo banal pensar isso, quando estou levando em consideração todo o cenário em que estou inserida: uma garota comum sentada desconfortavelmente no meio de belas animadoras de torcida e de alguns garotos atléticos do time de futebol.

Droga, não tem como ficar pior!

— O que ela está fazendo aqui? — Brandon dispara assim que decide ter alguma reação.

— É a nova amiguinha da Whitney e da Rachel. — Pamela responde. — Provavelmente um pequeno projeto de caridade. — sussurra a última parte, mesmo que eu consiga ouvir.

— Hm, que interessante. — murmura sarcasticamente antes de sentar ao lado da namorada.

A mesa é enorme o suficiente para caber os outros três garotos que vieram com ele.

O cara, que suponho ser Rider, troca um selinho com Whitney antes de sentar.

E enquanto Brandon, supreendentemente, parece esquecer a minha existência enquanto conversa com os amigos, Whitney decide me inserir em uma conversa sobre musica pop após me apresentar ao seu namorado. Dessa maneira, o tempo passa rapidamente até eu sentir que estou sendo observada.

Ergo o olhar, encontrando o semblante apático de Brandon do outro lado da mesa. Para meu profundo espanto, ele sorri; o que me diz que coisa boa não vem por aí.

Minhas suspeitas aumentam quando ele sussurra algo para o garoto de cabelos loiros ao seu lado, que assente com divertimento antes de olhar para mim. O garoto se ergue e caminha lentamente para longe.

— Onde ele está indo? — é a pergunta de Amy.

— Max tem um assunto pendente para resolver. Ele prometeu ser rápido. — seus olhos se voltam para mim, deixando-me interiormente abalada.

Franzo o cenho.

Estou pressentindo algo muito ruim e é uma sensação tão esquisita!

Respiro fundo e, ao invés de perder meu precioso tempo com esse tipo de cogitação, termino meu almoço e volto minha atenção para a conversa das meninas.

***

Meus passos são lentos em direção à sala de aula. E assim que eu me aproximo, passo pelo professor casualmente sentado antes de seguir até minha carteira.

Mas antes de sentar, percebo algo estranho.

Estreito os olhos ao me dar conta de que a mochila está aberta.

Observo os arredores.

Apenas poucos alunos estão na turma e o professor deve ter retornado agora, até porque anteriormente saiu para almoçar.

Decido verificar a bolsa para ver se algo sumiu e, para minha surpresa, não a há nada em falta. Minha mente cria altas teorias para o que está acontecendo e, com um suspiro, decido esquecer o incidente.

A aula não demora a ter início, e puxo um dos livros da mochila. A capa impecável do livro de biologia chama minha atenção antes de eu tentar abri-lo.

Tentar?!

Com o cenho franzido, coloco um pouco mais de força e sou surpreendida com a seguinte descoberta:

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