capítulo 30: sobre pertencer a alguém

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Alguém estava certo ao dizer que a maioria das mulheres demora tempo demais para se arrumar.

Com um suspiro cansado observo as horas no celular e quase no mesmo instante ele vibra com uma mensagem.

Como você consegue suportar essa merda?

Franzo o cenho e digito rapidamente.

Quem porra é você?

Ah, eu imaginava que você fosse apagar meu número. De toda forma, é lastimável descobrir assim.

Você ainda não respondeu minha pergunta.

É a Pamela.

Reviro os olhos.

O que você quer?

Nada demais. Só tenho uma dúvida. Como você consegue suportar a bostinha da Jéssica?

Suspiro irritado.

Não tem nada mais interessante pra fazer? Por que não toma conta da sua vida ao invés de se preocupar com a minha?

Uau, quanta agressividade! O que foi? Pensa que vou cair nessa sua "mudança ridícula pelo amor"? Eu te conheço muito bem, Brandon. Sei que está tramando alguma coisa pra cima da mexicana burra. Seus amigos sabem de tudo, não é? Qual é o plano?

Aperto o maxilar e quase lanço o celular na parede, desejando encerrar essa conversa.

Não seja ridícula, Pamela. Faz o seguinte: esqueça que eu existo e me deixa em paz.

Desligo o celular assim que ouço passos na escada e lanço um olhar nessa direção.

Disfarço meu semblante surpreso, encarando a bela garota na minha frente. Jéssica, inegavelmente, é linda. E quando penso em todas as ofensas que lancei contra ela no passado, sinto um nó no estômago. Fui um baita mentiroso naquela época, com certeza.

— Por que está me olhando assim? Não gostou? — coloca as mãos na cintura, sem jeito.

Observo seu look: um conjunto da cor salmão composto por blusa cropped e short. Ela é tão linda.

— Está brincando comigo? Você está linda. — é a única coisa que consigo dizer depois de alguns segundos de silêncio.

— Ah, obrigada. — murmura meio constrangida e eu fico de pé, seguindo até ela e a puxando para mim. — Vamos?

— Claro. — percorro meu nariz contra sua bochecha macia, sentindo o seu perfume viciante e feminino.

Logo depois estamos seguindo em direção ao meu carro. Abro a porta da frente para ela, e depois sento atrás do volante, acionando o motor do veículo luxuoso. Ele foi um presente do meu pai assim que aprendi a dirigir e tenho que confessar que é bem confortável e espaçoso.

— Onde vai ser a festa? — Jéssica questiona durante a curta viagem.

— Quase do outro lado da cidade.

— Vai ter muitas pessoas, imagino.

— Acredito que sim. As festas do Matthew não são conhecidas por serem pouco frequentadas.

E essa dúvida é sanada assim que estaciono o carro em frente à enorme residência dos Williams. Os pais do Matthew são médicos e não pouparam dinheiro ao escolher a casa.

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