Cap 3 - Minha inteligência me condena

467 23 30
                                    

N/A: Espero que gostem, pessoinhas.

Boa leitura :)

_____________________

POV Benjamin

- Se acalme, Benjamin, não vai acabar o mundo por isso – Diz Jade, me olhando calmamente e com uma das mãos em meu ombro esquerdo.

- Eu tirei seis e meio, caramba! Como quer que eu fique calmo??? – Bufo e desvio o olhar para minha melhor amiga. – Tenho certeza que a professora errou em alguma coisa.

- Você sabe que a Sra. Emma não erra nunca, além disso, você consegue recuperar essa nota até de olhos fechados.

- Tá reclamando por quê? Eu tirei dois e meio, mas nem por isso estou surtando – Diz Arthur, aparecendo atrás de Jade. Suspiro e enfio a folha dentro do caderno de matemática.

Jade e Arthur eram os meus melhores amigos, na verdade, nos conhecíamos desde o maternal e até então, nenhum problema fez com que nos separássemos. Nosso laço de amizade era bem forte.

Arthur era o mais "cuca fresca" do grupo, quase não se preocupava com as coisas, tinha mais tempo para lazer do que pra estudo e era engraçado. Digamos que ele era o que mais se metia em problemas, de todos os três. Para a minha sorte, papai ia com a cara dele, até porque Arthur era filho de um de seus colegas de trabalho.

Jade era a mais calma (e bota calma nisso), estava sempre de bom humor e sempre estava inventando algo divertido pra fazer. Era a única entre nós que gostava de esportes. Quase todos os fins de semanas, nos encontrávamos em algum lugar, seja pra estudar ou se divertir.

Guardo as coisas na mochila assim que o sino toca, avisando aos alunos que estavam liberados para ir pra casa.

- Até amanhã, meninos! Vou ficar pra ver o pessoal do superior jogando Handebol – Diz Jade, jogando a mochila sobre as costas e saindo rápido da sala. Despeço de Arthur e me apresso em ir pra minha casa...

Não vou mentir, minha própria casa não era um dos meus locais favoritos. Eu odiava o fato de que quase não tínhamos privacidade, fora a barulheira que era o dia inteiro. Eu mal conseguia estudar, já que a biblioteca ficava ao lado da sala de música e sempre tinha alguém tocando alguma coisa por lá. James errou feio em não colocar uma parede antirruído em ambos os cômodos.

Abro a porta vagarosamente e faço careta ao sentir o cheiro de legumes vindo da cozinha. Legumes e frutas não era algo que agradava o meu paladar, eu tentava evitar ao máximo, mas com um pai médico era meio difícil escapar de ingerir esses alimentos.

- Oi, pequeno! Que bom que chegou – Mamãe apareceu do nada e me envolveu num abraço carinhoso. Bufei e tentei me desvencilhar dela.

- Para, mãe... – Reclamo

- Ih... Aconteceu alguma coisa? – Hilary se afastou, segurou meus ombros e me olhou preocupada.

- Tô só cansado!

Antes que minha mãe pudesse me fazer mais questionamentos, corro em direção às escadas e vou para o meu quarto, quer dizer, não só meu exatamente, já que eu o dividia com Anthony, o que era bem sem graça. Todos os dias eu implorava ao James pra fazer outro quarto pra mim.

Entro e vejo meu irmão dormindo tranquilamente em sua cama. Bufo baixo, pego o caderno onde eu havia enfiado a prova, em seguida guardo a mochila dentro do armário e deito na cama. Aproveito o silêncio para reaver toda a prova minuciosamente e descobrir onde exatamente eu errei.

- Ahn... céus, que horas são?! – Anthony se levanta em um pulo e olha a hora no celular. – Que droga, tô mais atrasado que relógio sem pilha! Por que não me chamou, hein Benjamin? Eu peço todos os dias.

Reviro os olhos e o observo pegar roupas no guarda-roupa de forma apressada.

- Teu horário com a faculdade não é problema meu. – Digo e meu irmão me fuzila com o olhar. – Nem me olha assim, eu não sou teu mordomo.

- O que custa você me chamar? Sabes que eu não escuto essas porcarias de alarme de telefone, além do mais, você está no mesmo cômodo que eu.

Balanço os ombros de forma indiferente e volto a ler minha prova de forma distraída. Escuto minha mãe me chamar algumas vezes, mas ignoro todas elas, até Hilary invadir o quarto com as mãos na cintura.

- O mocinho por acaso está surdo?! Sabes do tempo que estou te chamando???

- Não faço a mínima ideia... – Digo, me sentando na cama.

- Quer fazer o favor de largar um pouco essas coisas de escola e vir comer? Já fazem alguns dias que você não almoça com a gente, meu filho... a única coisa que você faz o dia todo é ficar com a cara enfiado nesses livros, enfurnado dentro desse quarto. Mal passa um tempo com sua família...

- Estou estudando, que saco! Que problema há nisso?! Você deveria ficar preocupada com o Ethan, que já é um adulto e fica o dia todo no quarto jogando! As chances dele se tornar "um nada", são bem maiores que as minhas,pelo menos, eu tento dar orgulho aos meus pais, diferente daquele idiota! Para de ser chata e inconveniente e me deixa em paz! – Saiu mais petulante do que eu havia planejado. Hilary me olha por alguns segundos, em seguida se agacha e pega seu chinelo.

- Com quem você pensa que está falando, hein rapazinho?! – Pergunta se aproximando de mim e me puxando pelo braço.

PLAFT** PLAFT** Hey!

As primeiras chineladas pegaram bem na lateral da minha coxa.

Não PLAFT** irei PLAFT** admitir PLAFT** tamanha PLAFT** falta PLAFT** de PLAFT** respeito! PLAFT** PLAFT**

Dessa vez era meu traseiro que estava sofrendo.

PLAFT** PLAFT** Tá bom, desculpa!

- E não fale do teu irmão dessa forma, ele tem tanta capacidade quanto você! Entendeu bem?!

PLAFT** PLAFT** PLAFT** Entendi, mãe!

Finalmente Hilary me soltou e eu me prontifiquei em sair de perto dela. Eu teria rido de sua cara se eu não tivesse com o traseiro ardendo. Era bem raro ver minha mãe irritada com alguma coisa.

Meu irmão saiu do banheiro com uma toalha enrolada na cintura, mas deu dois passos para trás ao ver minha mãe segurando o chinelo.

- Eu não fiz nada! Só estava tomando banho – Falou, erguendo as mãos na altura do peito, como se isso fosse lhe proteger de alguma coisa.

- Por que ainda não estás pronto? – A atenção de Hilary se volta para Anthony.

- Ahn, acabei dormindo demais e esse nanico aí não me acordou... mas eu vou se arrumar dentro do horário, mãezinha, não precisa se preocupar.

Não consigo segurar a vontade de rir ao ver Anthony se arrastar pelas paredes, pra evitar se aproximar da mamãe, mas paro assim que ela olha pra mim e aponta para a porta com o chinelo.

- Desça agora mesmo e nem pense em voltar pra esse quarto. Quero você lá embaixo convivendo com todo mundo.

- Mas mãe, eu tirei seis e meio na prova de matemática, eu preciso estudar pra recuperar minha nota e...

- Hoje não, e pelo que eu saiba, a média é seis, portanto, você está acima dela. Sem discussões, Benjamin! Me obedeça, vamos!

Bufo baixo e faço o que ela mandou, antes que eu me colocasse em mais uma encrenca. 

A grande família - 2° TemporadaWhere stories live. Discover now