Cap 19 - Contristação

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N/A: Boa noite, pessoal. Espero que vocês estejam bem 😊 Gente, confesso que esse foi um dos capítulos mais emocionantes que já escrevi, estou me inspirando em algo que aconteceu realmente, então acho que joguei todas as minhas emoções aí kkkkkkk, enfim, espero que vocês gostem, ok?

Estou aberta à sugestões 😊

Perdoe os erros de digitação, eu revisei, mas como vocês sabem, sempre algo passa batido.

Boa leitura e bom fim de semana 😊

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POV Sophia

Subi as escadas vagarosamente e segui em direção ao quarto de Bethany. Minha prima estava sentada na cama, abraçadas aos próprios joelhos, enquanto permitia que algumas lágrimas escorressem por seu rosto livremente.

Os gêmeos estavam empoleirados ao pé da cama, procurando formas de distrair Bethany. Me aproximei e sentei na cadeira da escrivaninha.

Há poucos minutos, meu tio havia contado a todos que estava com um câncer degenerativo, que lhe daria cinco ou seis meses de vida. Nem preciso dizer que foi um choque pra todos nós, e de repente, a mansão estava tomada – novamente – por uma onda de tristeza, a mesma que pairou no ar quando soubemos da morte de Davi. Não era uma das melhores sensações.

Assim como minha prima, eu sentia vontade de chorar copiosamente por meu tio. Apesar do tempo que o mesmo dedicava ao trabalho, tio John usava todo o seu tempo livre para passar com todos nós, ou seja, ele participava ativamente da rotina de todos da casa. Quando tinha tempo sobrando, saia com meu pai e com tio Carl para beber – com moderação, claro - e jogar conversa fora, ou ele jogava jogos de tabuleiros com a gente e nos levava na sorveteria. Algumas vezes se oferecia para nos ajudar nas tarefas da escola e nos ensinar algumas coisas sobre empreendedorismo. Cuidava da Larissa como nunca e estava sempre animando Bethany, além disso, passava bastante tempo com meus avós também e divertia até os funcionários daqui de casa.

Era dolorido – não só pra mim – imaginar uma rotina sem que meu tio estivesse inserido nela. Ele era quem mais se esforçava para nos ver sorrindo, estava sempre animado e era muito positivo, muitas vezes me irritei com seu positivismo exagerado, mas não posso negar que me ajudou em muitos aspectos... tio John não é o tipo de pessoa que gosta de ver alguém triste pelos cantos.

- Bethany, olha por quantas coisas que tio John já passou... ele é forte – Disse Drew, mas eu podia sentir a insegurança na voz do meu irmão... acredito que ele estava bem chateado também, como todo mundo.

- Isso não é um simples obstáculo, Drew. É uma doença que leva um pouco do meu pai a cada segundo... nem tio Carl sabe o que fazer! – Disse ela, com a voz trêmula e carregada de chateação. – Ninguém pode fazer nada por ele, não estou a fim de ver meu pai se definhando a cada dia...

- Ele não vai querer ver nenhum de nós chorosos pelos cantos, você sabe disso. Agora tio John precisa do nosso apoio, da nossa compreensão e, melhor de tudo, da nossa fé. – Disse Dylan, puxando umas das mãos de Beth e a segurando com carinho.

- A única coisa que está ao nosso alcance é torcer para que ele não piore, podemos orar por ele também – Falei, meus irmãos concordaram com a cabeça.

Dylan se colocou de pé ao lado da cama e puxou Bethany junto com ele, me levantei também, juntamente com Drew.

Fizemos um circulo no meio do quarto e fechamos os olhos, nos desligando um pouco dos sons ao nosso redor e nos concentrando apenas no que queríamos fazer.

- Oi, Deus – Começou Dylan, joguei toda a minha atenção pra ele – Sei que não costume pedir muito, e de vez em quando sou bem ingrato, mas não temos muito o que fazer... só queremos pedir que cuide do tio John, não o deixe sofrer com dores ou qualquer coisa relacionada, não o deixe perder as forças, nem o apetite, muito menos a alegria de viver... por favor, Deus, não o leve da gente, tio John é a peça chave pra todas as coisas dessa casa, não vamos suportar perder mais ninguém...

Dylan parou subitamente e engoliu em seco, mas em poucos segundos, o cômodo foi tomado por seus soluços e choro contido. Acariciei suas mãos, até que o mesmo se acalmou.

- Espero que o Senhor nos escute, estamos depositando toda a nossa fé em Ti... é só isso mesmo...

- Amém! – Falamos em conjunto e logo de cara percebemos que não estávamos mais sozinhos no quarto. Abri os olhos vagarosamente e vi James e Olívia próximos a nós, segurando um a mão do outro. Tio Carl e tia Hilary estava recostados na parede, perto da porta do closet, com as cabeça baixa e também de mãos dadas. Mamãe e papai estavam parados no batente da porta, mas separados alguns centímetros... o casamento deles não estava no melhor momento... ainda assim, eles estavam ali, quase juntos.

Derek estava no corredor e provavelmente meus outros primos também.

Bethany foi envolvida pelos meus avós carinhosamente. Senti meus olhos se encherem e logo as lágrimas molharam minhas bochechas... todos estavam ali reunidos, ignorando todos os outros problemas, todas as richas e briguinhas bobas em prol de tio John – pra vocês ver como ele é importante – e era exatamente essa união que mantinha – ou manteve, até agora – nossa família de pé, sem desordens.

Apesar de todas as brigas – que eram bem frequentes, diga-se de passagem – éramos ligados uns aos outros e com a falta de um, não funcionávamos direito. Quando Davi se foi, demoramos um tempo para recuperar nossa rotina...

Assim que encerramos a oração, cada um voltou para os seus afazeres e eu fui até o quarto dos meus pais.

Senti meu coração apertar quando vi papai com sentado na cama, com a cabeça entre as mãos. Estava claro e foi possível eu ver os vislumbres das lágrimas em seu rosto.

- Papai.... – Falei, me aproximando e sentando-se ao seu lado. Steven passou a mão nos olhos e sorriu fracamente pra mim. – Não fique assim, o tio John vai ficar bem.

- Acredito que sim, querida... aliás, espero que sim. John é minha perna esquerda, sem ele eu fico manco – Balancei a cabeça e sorri fracamente também, em seguida abracei meu pai carinhosamente e ele retribuiu de forma necessária.

Assim que se afastei, Katherine entrou no quarto e eu a olhei por alguns segundos. Mamãe evitada de todos os jeitos de olhar para o meu pai... eles não falaram pra mim qual era o real problema, confesso que estava curiosa pra saber, mas não iria ficar perguntando.

- DEREK?! – Papai chamou e alguns segundos depois, meu irmão apareceu no quarto, com cara de poucos amigos.

- O que você quer?

- Sophia, dê-nos licença por favor, filha... eu preciso conversar com sua mãe e seu irmão.

- Sim senhor... por favor, gente... se resolvam. – Falei, antes de sair do quarto e encostar a porta.

A grande família - 2° TemporadaWhere stories live. Discover now