Cap 13 - Coincidências

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N/A: Mais um capítulo pra vocês, pessoal! Espero que gostem!

Ignorem os erros de digitação, esse capítulo eu não revisei!

POV Gabriel

- Eu queria passar esse fim de semana com o vovô – Reclamou Melanie, chutando o banco a sua frente, enquanto minha esposa tentava a prender na cadeirinha. Suspiro e coloco Gustavo em outra cadeirinha e o prendo com facilidade, mas isso só porque o mesmo estava dormindo e nem notou eu o colocando dentro do carro.

- Mel, eu já te expliquei que o vovô irá viajar com a Bethany e a Larissa dessa vez, então vamos ficar com a tia Ivy – Diz Molly, com a voz já impaciente.

- Mas eu queria ver a "vovó bisa"! – Continuou minha filha, com o tom de voz um pouco alterado. Rio disfarçadamente assim que ela diz "vovó bisa". Era um erro fofo que a mesma cometia, mesmo depois de diversas explicações explanando que o correto era "bisavó".

- Se você se comportar, ganha chocolate – Falei, caminhando para porta mala e colocando as malas organizadamente lá. Molly me fuzilou com o olhar assim que finalmente conseguir passar o cinto em nossa filha, em seguida entrou no banco do passageiro e bateu a porta.

Não era costume meu usar esse tipo de artifício para fazer nossos filhos nos obedecerem, mas às vezes, era a única solução, principalmente com Melanie, que dificilmente obedecia sem levar uns tapas.

Antes de entrar no carro, verifico se as portas e janelas da minha casa estão trancadas, e então me preparo para dirigir.

O caminho até a casa de Ivy foi tranquilo e sem muitos contratempos. Mesmo morando em outra cidade, a distância da minha casa até a de minha irmã não era tão grande.

Assim que chegamos, buzinei algumas vezes, segundos depois, meu cunhado Lucas apareceu na janela e abriu a porta da garagem, para que eu pudesse guardar o carro, depois disso, ajudei Molly com as crianças e com as malas.

- Chegaram bem na hora certa! – Disse Lucas, se aproximando de nós. Lhe cumprimentei com um leve movimento com a cabeça e Gustavo, que acordara a pouco tempo, correu até o tio seguido de Melanie.

- Estou sentindo o cheiro daqui – Disse Molly, pegando uma de suas malas e caminhando para dentro.

Enquanto eu pegava as outras coisas, meu sobrinho Lorenzo apareceu na porta e correu até mim, sorrio para o mesmo e abro meus braços para pega-lo no colo.

- Hey, campeão! Como você está? – Pergunto, bagunçando seus cabelos. Lolo abraça meu pescoço.

- Tava com saudades, titio – Diz ele com uma voz infantil e sonolenta.

- Solta do meu pai! – Melanie apareceu quase que imediatamente na nossa frente e puxou a barra da calça do primo com força. Lorenzo, por sua vez, lançou um forte chute na prima, que caiu sentada no chão e iniciou um choro contido.

Suspiro, coloco Lorenzo no chão e levanto Melanie pelo braço, vagarosamente. Minha filha me olha com um bico nos lábios e o rosto encharcado pelas lágrimas.

- Vocês não podem brigar assim – Falo, pegando ambos pela mão e os levando para dentro. Assim que coloco os pés na sala, Ivy corre até mim e me abraça carinhosamente.

- Achei que viriam mais tarde – Diz, se afastando de mim e olhando Mel com cuidado – O que houve, anjinho da tia?

- O de sempre, mana – Falo, antes de Melanie iniciar um drama exagerado para a tia. Minha filha era especialista em se livrar de broncas com dramas em demasia. Não demorou muito tempo para ela sair correndo pela casa com Lorenzo atrás. Apesar das brigas constantes, ambos se davam muito bem.

Ivy balançou a cabeça e me guiou para a cozinha, onde estavam um casal com uma criança que parecia ter a idade de Lorenzo. Os jovens pais sorriram animadamente pra mim e eu devolvi o gesto com um aceno de leve.

- Gabriel, esses são Ravi, Maria e sua filha Ariel. Nos conhecemos há alguns dias atrás... tudo isso porque Lorenzo resolveu brigar com Ariel – Minha irmã apontou de um para o outro e então estendi a mão para eles.

- É um prazer conhece-los – Digo educadamente.

- Bem, vou terminar o almoço e logo podemos nos servir... – Disse Ivy, puxando Maria para perto do fogão. Sorrio e vou para a sala acompanhado de Ravi.

Molly deixa algumas coisas no quarto de hóspedes e vai para a cozinha também, ficando apenas eu, Lucas e Ravi na sala.

- Então, Ivy me falou muito de você – Disse o homem, olhando para mim – Ela não para de comentar o quanto somos parecidos.

- E ela não mentiu, vocês parecem até irmãos gêmeos! – Brincou Lucas, arrancando risadas minhas e de Ravi.

- Então, Ravi, como conheceu essa cidade tão pequena e desconhecida? – Pergunto, jogando uma perna sobre a outra e observando vez ou outra as crianças passarem correndo por nós.

- Ah, eu vivo aqui desde sempre, na verdade. Quer dizer, desde que me conheço por gente.

- Teus pais são daqui, suponho...

- Não, na verdade eu não tenho pais.

- Ué, eles faleceram ou algo do tipo? – Quem perguntou dessa vez foi Lucas.

- Ah, não... minha mãe me doou ao orfanato assim que nasci, no dia 3 de março de 1995 – Explicou ele, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Arqueei uma de minhas sobrancelhas ao ver que a data do seu nascimento era a mesma que a minha, mas talvez fosse apenas uma coincidência. – Na época, era difícil adotarem bebês novinhos, e as famílias procuravam as crianças com QI elevado ou alguma habilidade, coisa que eu tinha em uma quantidade bem pequena... Assim que fiz dezoito anos, decidi ir atrás de algum ensino superior e arranjar um emprego para cuidar da minha própria vida e realizar meu sonho de construir uma família, coisa que eu sempre quis ter e agora, graças a Deus, eu tenho.

- Sem querer ser invasivo, mas por que tua mãe o doou? – Perguntei curioso.

- Eu não sei, essa parte da história as freiras não me contaram... há muitas coisas que elas evitavam falar pelo bem de nossa saúde mental... mas eu procurei minha mãe e meu pai biológicos depois de algum tempo, pois sempre quis saber o motivo do abandono, não tive sucesso... a única coisa que consegui foram os primeiros nomes, mas há tantos casais com o mesmo nome que tenho quase certeza de que as pessoas que procurei, me falaram apenas por falar mesmo.

- Como se chamam?

- Ahn... parece que meu pai se chama Merlin e minha mãe Ellen.

A grande família - 2° TemporadaWhere stories live. Discover now