Cap 37 - Estresse

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N/A: Oiii, gente! Aproveitem o capítulo de hoje, que é o penúltimo hshshs

**Capítulo não revisado, pode ter erros de digitação

POV Benjamin

Ouço o sino tocar, anunciando que as aulas, finalmente, haviam acabado. Enfio todo o meu material, de forma organizada, dentro da mochila e me preparo para sair.

Já faziam algumas semanas que eu estava numa nova escola, ou melhor dizendo, algumas semanas que meus pais me mudaram de escola, me colocando no mesmo lugar em que Sophia, minha prima, estudava. Eu estaria mentindo se dissesse estar feliz com a decisão deles e, com certeza, faria de tudo para voltar ao meu antigo colégio, mesmo depois do vexame que dei... uma hora as pessoas esqueceriam o que aconteceu e todo mundo teria um final feliz.

Para a minha pouca sorte, hoje era o último dia de aula antes das férias, mas meu estômago embrulhava só de imaginar que eu faria meu 9° nessa mesma escola.

Caminhei até a mureta ao lado do portão principal e sentei lá, para esperar minha prima. Não demorou muito para que ela aparecesse agarrada a um caderno universitário e com apenas uma das alças de sua mochila sobre o ombro esquerdo. Ela sorriu assim que se aproximou de mim e, carinhosamente, me puxou pela mão até o portão principal.

- Fique alegre, primo, é seu último dia de aula – Disse e eu apenas revirei os olhos

- Está dizendo isso porque não é você que vai ficar mais um ano aqui – Reclamei e Sophia riu baixo.

Ficamos alguns minutos em frente ao portão, até que a Mercedes MG do meu pai apontou na esquina e, em segundos, estava em frente à escola. Ergui uma de minhas sobrancelhas, me perguntando a razão por ele mesmo ter vindo nos buscar, já que, geralmente, quem fazia isso era minha mãe, tia Katherine ou o vovô.

Suspiro baixo e sigo minha prima em direção ao carro, em seguida, entramos no banco detrás. Charlote estava no banco de passageiro e olhava para frente com cara de poucos amigos, nem mesmo se deu ao trabalho de nos cumprimentar. Papai, por sua vez, apenas acenou levemente com a cabeça e, então, começou a dirigir para casa... fora isso, ambos estavam com roupas cheirando a hospital.

- Papai... minha média anual foi a maior da turma – Falei, alguns segundos depois – E minhas notas estão todas acima de 9,5...

- Que bom, filho... meus parabéns – Disse, sem tirar os olhos da estrada. Charlote apenas revirou os olhos, mas continuou calada e, pela maneira que papai estava apertando o volante e vez ou outra bufando baixo, provavelmente ele tinha brigado com minha irmã e deveria estar sem paciência alguma.

- Papai? – Chamei novamente e ele apenas me olhou rapidamente pelo retrovisor, sinalizando que estava me ouvindo. Respirei fundo e mordi o lábio inferior antes de continuar - A maioria dos assuntos tratados nessa escola são coisas que eu já vi, por isso minhas notas estão tão altas e... mesmo estudando quase um mês ali, e-eu não consegui me adaptar, nem fazer amigos, já que todos que eu conheciam ficaram na minha antiga escola, inclusive meus melhores amigos e...

- Nem adianta pedir, Benjamin. Você não vai voltar para a antiga escola – Disse Carl, naquele tom que demonstrava que ele não estava a fim de discutir sobre o assunto. Senti um nó se formar em minha garganta e engoli em seco.

- Você não pode me proibir de conviver com meus amigos! – Falei mais rebelde do que eu estava planejando. Senti a velocidade do carro diminuir – Nem pode me obrigar a ficar numa escola onde as pessoas estão num nível bem mais baixo que o meu! Isso é injusto!

Papai respirou fundo e passou uma de suas mãos pelos seus cabelos.

- Nem pense em começar com isso, moleque, hoje não estou com paciência para aturar os teus acessos de birra! Se não quer problemas, é melhor ficar quieto – Papai aumentou um pouco o seu tom de voz, mas no momento, eu estava mesmo é querendo colocar minha indignação para fora.

Sophia tocou meu ombro e balançou a cabeça negativamente, como se dissesse para eu parar imediatamente. Bufei e afastei seu braço.

- O senhor não tem paciência pra aturar minhas birras, mas quer que eu tenha paciência para aturar um tanto de aluno chato, professor chato e uma escola horrível!

Papai freou o carro com tudo e eu só não bati a cara no banco da frente porque o cinto me segurou no lugar. As pontas dos dedos de Carl estavam brancas, pela força com que ele apertava o volante do carro.

- CALE A BOC... – Antes de continuar, papai respirou fundo e passou a mão pelo rosto. Carl detesta gritar e, sempre que era possível, ele evitava fazer isso – Eu não quero ouvir mais nenhum pio sequer, ou eu juro que faço você descer desse carro e ir pra casa andado! E vai ir com o traseiro ardendo, porque vou fazer questão de lhe dar uns tapas!

Me afundei diante da ameaça do meu pai, me perguntando mentalmente se ele estava falando sério ou se estava blefando comigo, mas decidi não pagar para ver.

O silêncio que se instaurou dentro do automóvel foi cortado apenas quando papai recebeu a ligação de um colega de trabalho e ambos ficaram batendo um papo chato sobre o hospital e como as coisas estavam ficando difíceis na China, já que tinha um vírus se espalhando por lá rapidamente.

Assim que papai estaciona o carro, eu e Sophia descemos rapidamente, ficando apenas papai e Charlote dentro do carro.

POV Charlote

- Você não pode querer me controlar a vida toda! – Falo, em alto e bom som, saindo do carro do meu pai e batendo a porta do passageiro com força, depois de ter certeza de que minha prima e meu irmão estavam suficientemente longe – Eu já tenho vinte e quatro anos, nem deveria se dar ao trabalho de se meter na minha vida, já que não é problema seu!

- Como é?! – Papai desce do carro tão rápido quanto eu e bate a porta com tanta força, que o carro dá um leve solavanco para o lado – Você estava mentindo pra mim na maior cara de pau e ainda quer ter razão?! Queria que eu ficasse de braços cruzados enquanto via meu colega de trabalho usar a minha filha para ser sua amante?! Por acaso você acha que sou idiota, Charlote?!

- Com todo esse papelão que você está fazendo, é exatamente isso que está parecendo! Um idiota que quer ser dono da razão o tempo inteiro!

Carl deu alguns passos em minha direção, com os punhos cerrados e um olhar que faria qualquer pirralho estremecer, mas antes que pudesse se aproximar o suficiente, mamãe apareceu na garagem e nos olhou de forma preocupada. Provavelmente a briga tinha ecoado por toda a casa.

- O que está acontecendo aqui? – Ela perguntou, olhando de um para o outro, esperando uma explicação para todo aquele alvoroço. Papai respirou fundo e passou a mão pelos cabelos, procurando alguma forma de acalmar os nervos, em seguida puxou sua pasta de cima do capô do carro e entrou para dentro, sem dizer uma palavra. Soltei um suspiro aliviada e olhei para a minha mãe – Filha, quer me explicar a razão pra toda essa discussão?

- É o Carl, mamãe! Ele simplesmente não aceita que seus filhos cresceram e agora fazem escolhas próprias, ele achando certo ou não! – Disparo, mas num tom mais controlado, já que eu não queria mesmo que papai retornasse à garagem.

- Isso não explica o que aconteceu – Resmungou Hilary e eu revirei os olhos – Mas tá, tome um banho para tirar esse cheiro de hospital, depois desça para comer alguma coisa, tá?

Assinto e entro dentro de casa. Diferente do meu pai, era muito mais fácil eu conversar sobre todos os ocorridos com Hilary, que com meu pai... Carl não queria me entender, então iria me apontar como errada o tempo todo, já mamãe iria analisar os dois lados da história, fazer um sermão e no máximo pedir para que eu me afastasse de Lewis por um tempo, até a poeira baixar.

Papai não veio, naquele dia, falar mais comigo sobre o que aconteceu, nem se quer fez menção de tocar no assunto... nos outros dias, a mesma coisa... Lewis também havia sumido do radar, até escalou outras pessoas para orientar a minha turma. Das duas a uma, ou papai estava ignorando o assunto para não surtar e Lewis estava fazendo o mesmo, ou Carl mandou o amigo para outro hospital e estava planejando calmamente como me contar, mas eu prefiro acreditar na primeira opção.

Eu também não queria pensar em nada disso, então eu usaria as férias para relaxar a mente.

A grande família - 2° TemporadaWhere stories live. Discover now