Cap 15 - Sapiência

368 18 13
                                    

N/A: Oiiii gente, espero que gostem do capítulo de hoje! Era pra eu ter postado mais cedo, mas só tive tempo agora.

Não se esqueçam de votar e comentar muito hein! E ignorem os erros de digitação, eu revisei o capítulo, mas enfim...

*Sapiência - Qualidade ou virtude daquele que é sapiente, sábio.

Boa leitura, pessoinhas!

POV Stephane

Passo a mão pelo rosto, vendo a bagunça que Davine havia feito em seu quarto. Apesar da minha pequena ter apenas três anos de idade, eu sempre procurava ensina-la a manter seu espaço o mais organizado possível, mas vez ou outra, ela escapava de guardar seus brinquedos na caixa apropriada pra isso.

Não demora muito para eu avistar minha preciosidade sentada em cima dos tatames, com as mãos e as roupas forradas de tinta. Davine rapidamente nota a minha presença e me olha de forma curiosa, em seguida esconde as mãozinhas atrás de si.

- Eu não fiz nada de elado – Diz com sua voz infantil e eu sinto vontade de rir de sua atitude.

- Eu vi tuas mãos cheias de tinta, mocinha. O que estava aprontando hein? E por que os brinquedos estão todos espalhados pelo chão? – Pergunto, adentrando ainda mais o cômodo e cruzando os braços.

- É que eu estava pintando, mamãe... mas eu vou gaudar tudo, plometo! – Diz ela, se levantando e correndo até mim. Minha filha abraça minhas pernas e eu bagunço seus cachos, escuros e bem definidos.

De acordo com Hilary, Davine foi uma das coisas mais preciosas que nos "aconteceu". Na verdade, eu não planejara em nenhum momento ser mãe e ter esse tipo de responsabilidade, eu sabia que exigiria muito de mim então me eximi disso o máximo que consegui, mas quando vi Davine pela primeira vez, me apaixonei de prontidão.

Lembro-me bem do momento em que recebemos ela no orfanato. A bebê não parava de chorar, então a peguei para tentar acalmá-la. Quando ela focou os olhinhos escuros em mim, parou de chorar imediatamente. Foi quase um sinal divino para eu adotá-la...

Minha filha era uma criancinha e tanto, tão angelical que conseguia encantar qualquer um à sua volta... Carl e Hilary viraram avós babões, era até engraçado ver eles defendendo a neta com unhas e dentes, e tentando livrá-la dos castigos.

- Vamos tomar um banho e depois organizar tudo aqui, tá bem? – Falo a pegando no colo e minha filha assente e encosta a cabeça em meu ombro.

Sorrio aliviada dela estar tranquila hoje, já que vez ou outra, ela acordava bem hiperativa, "ligada nos 220V", como dizem por aí.

Enquanto eu caminhava para o banheiro, papai apareceu no corredor carregando Ethan pelas orelhas. Fiquei surpresa de vê-los ali, já que meu irmão ainda estava no hospital, mas, pelo visto, ele recebera alta e já pôde retornar pra casa, e o clima entre ele e papai não estava nada bom.

Carl respirou fundo e soltou meu irmão, que não demorou muito para entrar em seu quarto e bater a porta com força.

- O que aconteceu dessa vez? – Perguntei, vendo Davine esticar os braços para papai, que não demorou muito para pegá-la no colo, sem se importar com a tinta manchando sua camisa.

- O de sempre... teu irmão resolveu me desrespeitar na frente dos funcionários do hospital... não sei mais o que fazer para que esse moleque me respeite.

- Dá um tempo pra ele, papai. E tenta se acalmar um pouco ou vão acabar brigando feio...

- Eu cansei de ser compreensivo com Ethan... mas não vou brigar com ele agora, primeiro quero saber o que o levou a trilhar caminhos tão perturbadores e depois, ele vai dar um jeito de cuidar da própria vida.

- Vovô... o tio Ethan é legal, não fica blavo com ele. – Pediu Davine, colocando uma de suas mãos sobre o rosto de Carl, carinhosamente. Papai suspirou e sorriu, em seguida a colocou no chão.

- Não estou bravo, querida... estou chateado. Mas tudo vai se resolver. – Papai deu um beijo carinhoso em minha testa e bagunçou os cachos de Davine antes de ir em direção às escadas. Balanço a cabeça, seguro a mão da minha filha e a guio até o banheiro mais próximo.

POV Hilary

Assim que Carl entra no quarto, cruzo os braços e o olho de forma irritada, sabendo que o mesmo havia se exaltado com nosso filho.

Claro que, quando eu soube o que Ethan estava aprontando, fiquei extremamente chateada e irritada, mas antes de dizer qualquer coisa, eu conversaria com meu filho para saber o que realmente aconteceu e porque ele tomou essas atitudes.

Todos os meus filhos sempre tiveram abertura para conversar qualquer coisa comigo ou com Carl, e também sempre tiveram nosso apoio para as coisas certas. Eu realmente acreditava que meus filhos não tinham motivos para procurar consolo em drogas, bebidas ou algo do tipo, principalmente Ethan, que por ser o mais sem juízo, sempre recebeu muitos conselhos meus, dos avôs e do meu marido também.

- Por que está me olhando com essa cara? – Pergunta Carl, tirando a camisa e a calça e caminhando para o banheiro em seguida.

- Precisava repreender o garoto na frente de todos, Carl? Nosso menino está com problemas, ele precisa mais do que nunca da nossa paciência e da nossa compreensão agora...

- Paciência eu já tive até demais, eu cansei de ser bonzinho com Ethan. Já falei que ele terá que procurar um emprego e ir cuidar da própria vida, antes disso, procurar alguma clínica para ajudá-lo a se livrar dessas merdas que ele está usando.

- É uma ótima decisão, também acho errado ele ficar levando a vida da maneira que está, mas não é assim que as coisas se resolvem, amor... ele só vai ficar com mais raiva se você agir no ápice do estresse.

Carl me olhou por alguns segundos em seguida desviou do caminho do banheiro e se sentou na cama, dessa vez, com a expressão carregada de culpa e tristeza.

- Você está certa, meu anjo... talvez eu realmente tenha me exaltado hoje e também quando o mesmo estava internado... eu me senti impotente quando vi nosso garotinho com o coração parado em cima de uma maca, me senti o pior pai do mundo por não notar que Ethan estava inserido nesse mundo. Não quero correr o risco de perdê-lo e você sabe como fico quando estou com medo, não é?

- Sim... eu sei, mas você tem que se controlar, ou a única coisa que ganhará em troca, será um filho se afastando cada vez mais de você... tome um banho e descanse um pouco, sim? Depois podemos conversar com ele com mais calma.

Carl assentiu e me puxou pelo braço me colocando em seu colo. Sorri e o beijei com veracidade.

- Eu não sei o que seria de mim sem você... – Disse baixinho e eu sorri ainda mais, em seguida me levantei e lhe dei dois tapinhas no ombro.

- Vá tomar um banho, você está cheirando a "hospital" – Falei de forma divertida e Carl sorriu de lado. – Quer ajuda pro banho?

- Claro, uma ajuda é sempre bem-vinda – Disse, se levantando. O segui até o enorme banheiro do nosso quarto.

A grande família - 2° TemporadaWhere stories live. Discover now