Cap 11 - Dia difícil

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N/A: Oiii, genteeee! Trouxe mais um capítulo pra vocês, espero que gostem :) Bom domingo pra vocês e boa semana! Não se esqueçam de comentar bastante (gosto de ver o feedback de vocês) e deixar seu votinho registrado!

*Eu revisei o capítulo, mas sempre algum erro passa em branco, portanto ignorem

*Estou aberta à sugestões, aceito todas kkkkk

Boa leitura!

POV Carl

- Hora da morte: Treze e trinta dois. – Falei, soltando um suspiro pesado e arrancando as luvas descartáveis das mãos.

Há pouco eu e minha equipe estávamos realizando uma cirurgia de risco, no cérebro de um garotinho de dez anos. Sua situação não era nem um pouco favorável, eu sabia disso, mas estava confiante que conseguiria salvar a vida da criança, mas complicações acontecem e quase sempre são irreversíveis.

Passo a mão pelo rosto e saio da sala, disposto a avisar a família sobre o ocorrido, sentindo meu coração arder de tristeza. Assim que os pais do pequeno George me viram, ambos se levantaram e me olharam de forma ansiosa. Respirei fundo antes de me aproximar de ambos.

- Doutor, como ele está? – Perguntou o homem de cabelos escuros, enquanto segurava carinhosamente a mão de sua esposa.

- George teve um coágulo na parte esquerda do cérebro, isso fez com que alguns vasos se rompessem e causassem uma hemorragia, não conseguimos controla-la e...

- Não... não pode ser... – A mulher me interrompeu, já com os olhos cheios de lágrimas. Apertei os olhos.

- Sinto muito. Vocês terão alguns minutos para se despedir – Continuei. O homem me olhou por alguns segundos, sem acreditar na notícia que recebera. A mulher iniciou um choro contido e dolorido, aos poucos foi cedendo ao chão, mas seu marido a envolveu com os braços.

- Nos disseram que o senhor era o melhor cirurgião da cidade! É por isso que trouxe meu filho aqui, achei que poderia salvar a vida dele. – Disse o homem, com a voz num misto de chateação e irritação.

- Toda a minha equipe fez o possível e o impossível para salvar o teu filho, mas nem sempre nosso esforço é o suficiente. – Expliquei calmo, mas me xingando por dentro e me sentindo um fracasso por ter perdido um paciente tão jovem. – A enfermeira irá acompanhar vocês até o quarto... com licença.

Saio de perto dos pais rapidamente, sentindo minha cabeça doer, mas eu nem se quer tinha tempo para sentar num cantinho e chorar pelo ocorrido, já que haviam dez consultas me esperando e mais três cirurgias.

- Papai! Eu tenho prova prática agora, estou com medo da minha pontuação ser baixa – Disse Charlote, me encontrando no corredor. Olho para a minha filha por alguns segundos.

- Você se saíra bem. As provas práticas desse período não são tão complicadas, você só precisa seguir as orientações dos cirurgiões que irão te acompanhar e pronto.

- Eu queria que o senhor estivesse lá comigo.

- Sabe que eu não posso, querida... eu estaria quebrando a regra que eu mesmo criei, mas se eu tiver tempo, ficarei assistindo do mezanino, tá?

- Tá bem... eu já vou indo, pai! – Charlote grudou meu pescoço e depositou um beijo em meu rosto, em seguida saiu correndo em direção às escadas. Balancei a cabeça e entrei na sala de traumas leves, rapidamente, um enfermeiro me trouxe um prontuário.

- Jovem de vinte e dois anos, sem identificação. O trouxeram aqui e disseram para cuidarmos dele. Ele já tentou fugir daqui um par de vezes, parece que está sob efeito de drogas, já demos uma dose de Benzodiazepínico, mas os entorpecentes retiraram o efeito do calmante.

- Certo, e não tentaram mais nada? – Perguntei, enquanto abria a cortina vagarosamente, disposto a ver quem era o paciente.

- Ele não fica quieto, doutor. Não conseguimos nem aplicar o soro nele...

Balancei a cabeça vendo que teríamos um grande trabalho pela frente.

Olho para o jovem, que estava sentado na maca e com a cabeça baixa, enquanto apertava nas laterais da maca com certa força. Cerro os olhos ao ver que as roupas do rapaz pareciam trapos velhos, a calça rasgada destacava uma tatuagem recém feita na perna.

- Hey, rapaz. Preciso que olhe pra mim e me diga seu nome – Pedi calmamente. O jovem demorou alguns segundos para erguer os olhos e quando o fez, quase cai para trás ao reconhecer quem era.

Ethan estava com alguns piercings no rosto e com o canto da boca cortado. Meu filho não pareceu surpreso ao me ver ali, na realidade, acho que não tinha nem me reconhecido.

- Bem, acho que já identifiquei o garoto. – Falei e os residentes me olharam se entender nada – O nome dele é Ethan, é meu filho... pessoal, eu não posso atende-lo, mas irei auxiliá-los no que fazer, certo? Jonathan, qual o melhor remédio para acalmar a ansiedade?

- Hm... paroxetina, senhor? – O residente me olhou com certo medo, fiz que "sim" com a cabeça e ele sorriu, mas logo pegou uma dose e aplicou em meu filho.

- E agora, o que devemos fazer? – Pergunto, olhando de um para o outro. Minha cabeça estava a ponto de explodir, mas era meu trabalho ensinar aqueles futuros médicos.

O grupo de residentes ficaram me olhando, alguns com medo de falar besteira e errar, outros sem nem fazer ideia do que eu estava falando. Suspirei e passei a mão pelo rosto.

- Agora que ele está mais calmo, precisam fazer um exame de sangue para saber qual entorpecente ele utilizou, depois aplicar duas doses do que é indicado para cortar o efeito da droga, certo? Façam isso, vocês têm dez minutos.

Observo os alunos fazerem a coleta de sangue e saírem para a sala de exames apressados. Assim que me vejo sozinho com meu filho, puxo uma cadeira e sento de frente para ele. Ethan pousa os olhos sobre mim por alguns segundos, em seguida passa a mão nos olhos e tenta se levantar da maca. O impeço empurrando-o levemente para trás.

- Eu quero sair! – Explana irritado – Será que dá pra vocês me deixarem em paz e deixar eu voltar pra minha casa?

- Você não está em condições nenhuma de voltar pra casa, rapaz.

- Você não pode me impedir!

- Eu posso sim, pois eu sou teu pai!

Ethan se surpreende com as minhas palavras, em seguida chacoalha a cabeça, como se quisesse lembrar quem eu era. Meu filho passa a mão no rosto diversas vezes, passa a mão pelo cabelo e aperta os olhos.

- Não... não... meu pai não pode me ver aqui... se ele souber como estou, ele vai me dar uma surra... não conte ao meu pai que estou aqui, tá bem? Não pode contar pra ele! – Diz segundos depois e eu reviro os olhos, sem acreditar na cena que eu estava assistindo.

De todos os meus filhos, Ethan foi o único que desistiu dos estudos, pelo menos por enquanto, e até então, ao invés de agir como uma pessoa que realmente tinha vinte e dois anos, agia como alguém que tivesse quinze/dezesseis anos... Até John já havia oferecido um cargo em sua empresa para meu filho, mas Ethan foi despedido nos dois primeiros dias, pois não estava a fim de levar nada a sério. Tudo que ele queria era aproveitar sua juventude da pior forma possível.

Respiro fundo sentindo minha irritação crescer cada vez mais, minha vontade mesmo era de pegar Ethan pelo pescoço e esganá-lo, mas seria ridículo da minha parte fazer isso num hospital, com um garoto que nem se quer estava me reconhecendo.

- Senhor! Precisamos aplicar uma dose de Modafinil no garoto e... – Enquanto um dos residentes corria até mim e dizia isso, Ethan parou de se debater na cama quase que imediatamente.

Eu sabia exatamente o que aquilo significava. Meu filho estava tendo uma parada cardíaca.

A grande família - 2° TemporadaWhere stories live. Discover now