Part 37 - Viajar

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Tudo começou a girar, perdi meu chão. Por um momento achei que fosse perde-la. Deixei as flores caírem e corri para poder ajuda-la.

Ajoelhei-me, e a segurei. Estava chorando, queimava em febre e sua mão sangrava. Ela abraçava um porta retrato, e segurava seu celular na sua mão machucada,tentei não me desesperar e falei, calmo.

— Alice, o quê aconteceu, meu amor? — Ela soluçava e eu acariciava os seus cabelos. Peguei o porta retrato da sua mão e tinha um foto dela e uma senhora de idade.

— Ed...ward... Minha... Minha mãe. — Ela volta a chorar.

— O quê tem a sua mãe, anjo? — Nada responde, apenas começa a chorar mais ainda.

A carrego no colo e subo as escadas, e a conduzo até a cama. Peguei um kit de primeiros socorros em sua gaveta do banheiro, eu pedi permissão para olhar a sua mão, ela assentiu. Sentei na cama, notei que o machucado ainda estava cheio de cacos de vidro. — Eu vou ter que puxar esses pedaços com a pinça, vai doer um pouco, tem problema? Se tiver nós podemos ir...

— Não tem problema... — Ela disse, fria, eu fiquei em silêncio e fui puxando os pedaços até acabar. Alice não reclamou de dor nenhum segundo, devia estar realmente sofrendo com alguma coisa que eu não sabia, mas também preferi não perguntar, não agora.

Pressionei o algodão contra o machucado até o sangramento parar. Coloquei um curativo e passei uma faixa de gaze na sua mão, encerrei o trabalho com um beijo e fui limpar as minhas mãos no banheiro.

Desci a cozinha e peguei um copo de água para Alice, retornei ao quarto e a entreguei. A morena deu poucos goles, e voltou aos prantos. Me doía ve-la assim. Deixei o copo sobre o criado mudo e me deitei junto com ela, encostei o meu queixo em sua cabeça, a abraçando e acariciando o seu ombro.

— Desculpa, eu não devia estar chorando! Eu sou uma idiota, e...

— Não tem problema chorar, querida. Até meu pai faz isso ás vezes... — Ela me dá um abraço e fica daquela maneira enquanto eu fazia um carinho em sua bochecha. 

*11:52*

Quando Alice dormiu me levantei devagar, desci para o primeiro andar da casa e limpei os cacos de vidro que estavam espalhados pelo chão da sala principal.

Minha cabeça martelava, estava muito mal por ela, ainda não sabia o motivo, mas pelo o jeito não era nada bom. Algo grave havia ocorrido com sua mãe e esse fato me intrigava. Seu celular estava no chão, desbloqueado, eu peguei e liguei para a última chamada que ela fizera.

*Chamada Atendida*

—Alô? Alice? Você está bem... Pensei que.. — Um homem atendeu.

— Oi, é aqui é o Edward, ocorreu alguma coisa com a Alice não foi?

— Sim. Por favor, me diga que ela está bem.

— Está agora, garanto a você. O que houve?

— ... Sim eu sei, é que hoje era o aniversário da mamãe, e ela ligou para cá para desejar os parabéns. E-eu não sei, mas, eu achei que a minha família já tinha a avisado. Minha mãe morreu já faz mais de um mês por causa de uma parada cardíada. — Perdi todo o ar. Me apoiei na parede mais próxima e encostei a cabeça na mesma, tentando filtrar os acontecimentos que ocorriam rápido demais.

Queria muito conhecer á mulher que fez Alice vir ao mundo, a minha sogra, a melhor pessoa que já existira.

— Ah... — Minha voz sai embargada. — Eu sinto muito... Qual é o seu nome?

— Cameron, Cameron Becker.

— Ahn.. Cameron, eu posso ir a sua cidade com ela? Para ela poder se despedir da mãe e receber um pouco do seu apoio? Eu sei que isso pode ser um...

— CLARO! — Ele me interrompe. — Claro, vai ser um prazer, quero muito reencontrar ela novamente, acho que isso vai fazer bem para ela e para mim também.

— Qual cidade você mora?

— Framlingham, em Suffolk.

— Framlingham?

— Isso mesmo. — Era, incrivelmente onde a minha família morava e onde eu passei praticamente minha infância e adolescência inteira.

— Ok, nós iremos para amanhã mesmo, pode ser?

— Claro, quanto mais cedo melhor, ela sabe onde eu moro, espero que realmente venham. Caso tenham dúvidas me liguem.

— Tudo bem, não vejo a hora de conhece-lo Cameron, abraços.

— Valeu, abraços.

*Chamada Encerrada*

Corri para o quarto de Alice e peguei o seu Notebook. Comprei a passagem de avião para as 16:00, o vôo duraria mais de onze horas.

Liguei para Harry e avisei sobre o que tinha acontecido, o mesmo veio imediatamente para cá, em minutos eu escutei a o barulho da campainha.

— Onde ela está?

— Está lá em cima, dormindo. — Ele desvia para as escadas e eu o impeço. — Não á acorde, mais tarde faça isso, ela ainda continua tensa com a situação. — Ele coça sua cabeça, preocupado.

— Então por que me chamou? Se sabia que a primeira pessoa que eu quereria ver era ela?

— Mais tarde você vai ve-la. Eu queria que você nos levasse até o aeroporto, vamos visitar o irmão dela.

— Que isso, nem precisa pedir cara, eu levo, tranquilo.

— Valeu, cara. — Eu dei um abraço forte nele.

— Você ligou pra Tay?

—Não, eu achei que...

— Deixa que eu ligo então. -— Ele liga para Taylor. — O celular dela tá desligado... Deve estar ocupada.

*14:27*

— Pode ir lá acordar ela se quiser. — Falei á Harry, ele assentiu e o mesmo sugeriu fazer um sanduíche para ela.

Eu assenti e o deixei fazer, já que cozinha mil vezes melhor do que eu.

Alice POV

— Oi princesa. — Escutei uma voz e acordei. Houve um certo esforço para abrir meus olhos já que estavam bastante inchados. Ainda tinha aquela vontade de chorar, estava sonolenta, e vi Harry acariciando meu rosto, e uma bandeja em sua mão com suco e sanduíche. — Não sei preocupa que o sanduíche não vai te matar, fui eu que fiz e não seu namorado que cozinha horrível. — Soltei um leve sorriso.

— O que faz aqui? — Ele só sorri, e não diz nada, minutos depois Ed se senta ao meu lado.

— Oi. —Ele fala com um tom suave.

— Por que tem uma mala ali?

— Eu já arrumei as suas roupas para a viagem, temos que partir logo para o aeroporto, as minhas já estão no carro.

— Como assim, "viajar"? — Eu falei, limpando minha boca suja de suco com a manga da minha camisa.

— Sim, nos vamos viajar.

— Para onde, Edward?

— Para Framlingham.

...

 ✘ Você e Eu » Ed Sheeran (FINALIZADA)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora