Part 62 - Espere minha volta para casa

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"Se você acha que está apaixonado por duas pessoas ao mesmo tempo, escolha a segunda. Porque se realmente estivesse apaixonada pela primeira não haveria outra opção."

Jhonny Depp

...

Meu coração disparou, eu olhei para Diego e Maggie que faziam sinal negativo com a cabeça. Eles adoram me provocar.

Revirei os olhos e olhei ao grande relógio que havia, e escutei ele dar a primeira badalada. Seis horas da noite. Olhei para Bryan e o padre que aguardavam eu dizer sim junto com os convidados que estavam em um grande silêncio. Voltei o meu olhar para Maggie que sibilou algo com os lábios: você ainda ama ele.

— Fala sim de uma vez, não vou ficar perdendo o meu tempo. — Bryan diz, já bravo.

Alice, você sabe que não está dividida entre dois homens. Você sabe muito bem quem realmente ama.

Pare de tornar as coisas mais difíceis.

Fechei os meus olhos e soltei.

— Aceito. — Baixei os olhos olhando para as flores falsas do buquê.

— Então eu os declaro marido e mulher. — O juiz disse. — Pode beijar a noiva.

Bryan puxou os meus ombros e me beijou secamente. Eu suspirei e olhei para Diego e Maggie que me olhavam sem esperança.

Me entregaram uma taça com champanhe com nossas iniciais nela. Nossos padrinhos também receberam e tiramos várias fotos com sorrisos puxados. Cortamos um pedaço de bolo e eu servi na boca de Bryan enquanto ele sorria para a câmera.

O que eu estava fazendo?

— Bem, hora de assinar os papéis. — Ele sorriu e puxou a minha cintura.

Todos se acoplaram na mesa para ver nos dois trocarmos alianças e assinar a certidão de casamento.

Ele assinou e passou a caneta para mim. Minhas mãos tremeram e vacilaram.

— Alice? — Meu marido tocou nos meus ombros. Olhei para ele e para o chão. — Ande rápido, o juiz não pode ficar esperando pra sempre. — Ele riu.

— Eu não posso. — Meus impulsos finalmente funcionaram para algo.

—... O que não pode meu amor? — Ele soltou um sorriso nervoso tentando absorver, mesmo sabendo do que se tratava.

— Não posso me casar contigo. —  A conversa dos convidados cessou imediatamente e eu automaticamente me encolhi. Bryan, ligeiramente pega o meu braço com força e cochicha no meu ouvido.

— Você está brincando comigo? Não me importo o que queira fazer, você irá se casar sim, eu paguei caríssimo por tudo isso aqui!

— Ah, que pena não é mesmo? Deveria ter notado que o nosso amor morreu faz tempo por causa da sua arrogância. — O mesmo aperta o meu braço com força. — Alice... Você não sabe do que está falando, Alice. — Ele me lançou um olhar cortante. Gritei por dentro, estava machucando mas não iria dar esse gostinho à ele.

— Você não e a pessoa que eu esperei minha vida inteira. — Ele sorriu seco para o pessoal que nos observava. Olhei para Diego que estava distraído olhando para os convidados. — Eu tentei te amar. Eu juro. — Sibilei tentando não demonstrar dor em minha voz. Eu tento me soltar das mãos do Bryan que estava machucando muito os meus dois braços.

— O que vai fazer, uh? Eu não vou deixar. Você me ama, só não nota isso.

— Seja honesto, Bryan. Tudo que você ama em mim é pela sua conveniência. Sabe por quê? Porque você só está interessado no que eu posso te oferecer. Não somos jovens para sempre, um dia eu ficarei velha e pelancuda e não terei nada. E você, sr. Bryan, vai me largar claro. Já que não sou mais bonita e passarei uma imagem 'útil' pra você. Eu não quero sobreviver de paixões falsas. Eu quero amar. E você, com certeza não  é sabe  é o  é que é isso. — Olhei fixamente para ele. —... E também não suportaria ficar vivendo de frutos do mar. — Ironizei.

Uma veia apareceu na sua testa,  n esperei aquele movimento, mas por tudo que era sagrado, juro que ele havia levantado o punho para me socar bem ao rosto. Porém, Diego, fora mais rápido que ele e o empurrou, com um movimento brusco, dentro da piscina, eu ri. Ri alto.

— Eu vou atrás de você! Eu vou te achar e você vai ver o que eu vou fazer! — Respondeu depois de retornar a superfície da piscina.

— Vá a merda, Bryan. — Tirei aquela tiara brilhante e joguei para longe, deixando os meus cabelos se soltarem e logo depois levantei o dedo do meio para ele. — Me ouviu? VÁ A MERDA!

Me sentia vitoriosa.

Tirei o salto alto e corri para o jardim onde o carro de Diego estava, incrivelmente fui tomada uma grande felicidade dentro de mim.

—  Alcaçuz. Alcaçuz! ALCAÇUZ! — Gritei o "código secreto" ao entrar no carro.

—  Qual aeroporto ele está? — Diego me pergunta, com um sorriso enorme nos lábios.

— No aeroporto central, fica a cinco minutos daqui. Se corrermos conseguimos alcança-lo. Você sabe onde é?

— Fica tranquila que o papai Flash aqui, cuida de tudo. — Ele deu a partida no carro e acelerou. Olho para o meu braço onde estão as marcas das mãos de Bryan. Havia algumas marcas fortes por causa dos vários beliscos doloridos que ele me deu. Eu sorri, dessa vez, de alívio por sentir que fiz a coisa certa. Não queria me casar com um monstro.

Olho para cima – o carro de Diego é aberto então posso ver o céu bem detalhadamente –, o sol estava bem ali, mas ameaçava chover.

— Sabia que não iria abandonar o único cara que não foi um cuzão com você. — Maggie disse e eu dei um leve tapa em seu braço. — Bryan é louco, você deveria denunciar ele.

— Não preciso Mag, vida vai fazer isso por mim.

...

Chegamos ao aeroporto. Olhei ao relógio. 18:25. Pingos começaram a cair do céu, uma grande chuva está por vir. Corri pelo estacionamento indo em direção ao aeroporto, mal mal esperei os dois virem atrás de mim, mas eles conseguiram me acompanhar. Ao entrar eu corri mais ainda.

Última chamada para o voo 168, Reino Unido, Londres.

Escutei uma voz que saía da caixa de som dizer, eu já estava cansada e ofegante. Mas tirei forças para sorrir ao escutar isso.

Sorte a minha que as chuvas sempre atrasam os vôos. Eu amo dias assim a partir de hoje.

— Como vamos achar ele aqui nesse tumulto? — Perguntei.

Ouvi gritos, muitos gritos vindo próximo das janelas do aeroporto.

— Talvez ele esteja ali. — Diego disse como se fosse óbvio.

— FÃS! — Gritei chacoalhando Maggie, empolgada. Procurei e encontrei, milhares e milhares delas grudadas na janela com cartazes e tudo.

— Como você vai conseguir chegar até ele? É quase impossível achar um caminho até a pista a não ser o que está... — Maggie dizia até eu interromper ela.

— Se tem uma coisa nessa vida que eu nunca desisto é de lutar pelo que é meu. E se eu não encontrar uma maneira de entrar naquela pista eu não me chamo Alice Moore Becker. — Eu a corto correndo á um lugar que quase ninguém sabia que havia. Eu sabia, porque graças a falta de dinheiro da minha família eu já trabalhei como faxineira de um aeroporto de Londres aos dezesseis anos. Eu sei um lugar que é restrito só para funcionários onde dava diretamente á pista.

Desci as escadas indo para aquele local, que, por sorte não havia ninguém. Tento abrir a porta, trancada. Solto um palavrão sem querer, peço a Diego para tentar arrombar o cadeado, primeira tentativa, falhou. A segunda tentativa, falhou. E finalmente na terceira o cadeado quebra e eu abro a porta.

E encontro Edward, bem ali e tudo desacelerou para mim. Ele estava tão bonito, com aquele moletom vermelho e... Prestes a entrar no avião!

Eu corro, corro muito. Nem a chuva forte me impedia de fazer qualquer coisa. Faltou alguns metros de distância e ele não havia me notado, sendo assim, eu gritei com tanta força que senti a minha garganta arder apenas uma palavra:

Teddy.

...

 ✘ Você e Eu » Ed Sheeran (FINALIZADA)Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum