"Eu odiava dias de chuva, principalmente aqueles dias em que os raios cortavam o céu e você conseguia escutar eles ricocheteando um grande barulho em quase todos os cantos que você passava os olhos.
Entretanto, eu passei a não odiar mais. Não a par...
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"Eu sinto muito."
...
Hospital Lullwater - 03:16 p.m.
Eu corri e abri a porta do hospital em um empurrão. Corri pelos corredores procurando qualquer vestígio de alguma coisa, girava rapidamente em busca de alguém. Meu coração palpitava aceleradamente, estava a beira do desespero.
Taylor se larga de Harry e corre para me dar um abraço, ela chorava muito, da mesma forma que eu senti que choraria depois.
— Tay...
— Juro que eu não queria que isso acontecesse, ele pegou o carro escondido e estava bêbado e eu não vi e...
— Calma. — Peço um copo d'agua á Louis, que estava sentado em uma das cadeiras, ele volta com a água e eu estrego á Taylor. — Respira... e me conta quando estiver calma. — Ela controla um pouco sua voz e me explica.
— Ele... Estava bêbado, e eu também, ficamos na minha casa ontem e ele pegou meu carro escondido. Não sei o que deu na cabeça dele... Ele não sabe dirigir, e... — A mesma volta a chorar, eu não sabia o que se passava, Harry voltou a abraçar Taylor, e a porta principal do hospital se abriu em um movimento muito brusco. Vi uma maca e vários paramédicos em volta dela. Eles falavam alto demais.
— Temos que correr para a cirurgia, o estado dele é crítico. — Eu corri para ver quem estava ali, era tudo que eu menos queria.
— Edward! — Suas roupas manchadas de sangue, e rasgadas ainda continuava em seu corpo. Estava inconsciente, e uma máscara de ar prendida em seu rosto. Eu entrei em estado de pânico e toquei o seu rosto manchado, estava frio. Um dos paramédicos me segurou.
— Senhorita, não pode entrar aqui, terá que esperar aqui fora.
— NÃO! NÃO FAÇA ISSO, POR FAVOR !
— Sinto muito. — O mesmo fecha a porta da sala cirúrgica e eu começo a dar diversos socos, até desistir.
Me encostei na porta com uma mão sobre a boca, segurando os meus gritos. Fechei os olhos e deslizei as minhas costas na parede até eu chegar no chão. Minha garganta estava doendo, e os soluços saíam desesperadamente, fiquei encolhida na porta da sala, abraçando as minhas pernas. Pela primeira vez na minha vida, eu nunca me senti tão abatida, isso foi como ser pisoteada várias vezes e depois ficar sangrando no chão. Depois que o vi naquele estado, senti que eu nunca mais iria vê-lo.
— Ei... calma, ele vai ficar bem. — Escutei uma voz familiar me dizendo, e depois senti uma mão fria me abraçando.
— Ele pode morrer a qualquer instante, eu não posso deixar ele ir de novo... Eu não...
— Não vai perde-lo. — Murmura, eu me arrisco abrir os olhos e olhar quem é, e dou de cara com
— Niall. — Eu o empurro e limpo as minhas lágrimas rapidamente. — O que você está fazendo?! Não tem direito disso.
— Eu estava bêbado e eu não sabia onde eu estava com a cabeça aquele dia, Alice.
— Não acredito em você.
— É sério, não vai acontecer mais uma vez, eu quero ser só o seu amigo e... não vou fazer aquilo novamente, eu juro. — Minhas pernas bambearam, me encontrei com o soalho de novo. Respirava alto, percebi o quão estava sem ar ali. Niall veio para perto de mim e me abraçou, eu permiti.
— Não posso conviver com a culpa de perder ele. Seria impossível, a dor nunca melhoraria. Não posso perder alguém novamente, ele é tudo que eu tenho, não posso aceitar essa idéia. —Disse entre soluços.
— Não vamos perde-lo Alice, eu juro que não vamos.
