Chegamos ao aeroporto só cinco minutos adiantados, corremos, despejamos as nossas malas e já fomos para o avião.
Sentei na janela, o avião ficou taxiando por um tempo, até que finalmente levantou o vôo, ver as nuvens me anestesiava um pouco.
— Você devia chegar aqui para ver, é lindo ver o céu nesse ângulo.
— Tô de boa. — Ele segura a minha mão, e desvia o olhar, hesitado.
— Por que não, Teddy?
— Eu... eu... — Ele abaixa o tom de voz, tornando sua fala mais difícil de entender — eu ...tô com medo.
— Você tá o que?
— COM MEDO! — Ele grita, e se arrependeu segundos depois, quando as pessoas que também estavam embarcando no voo começaram a olhar para ele. O vi começando a ficar corado e afundar seu corpo na poltrona. Não conseguir conter o riso, e gargalhei baixo.
— Achei que não tinha medo de altura, você vive nos aviões.
— Sim, mas isso não impede de eu ter pavor de altura, isso é desde criança. — Ele sussurra. Eu volto a minha atenção para a janela.
Mais tarde, após dormimos muito, a aeromoça nos entregou os lanches, eu dispensei e só comi as jujubas. Ainda observava a janela enquanto Teddy lia um gibi da Marvel e acariciava a minha mão.
Inclinamos para a frente, já estávamos pousando, Edward largou o gibi, se encostou no assento, fechou os olhos e apertou a minha mão fortemente enquanto eu ria do pânico dele. Saímos do avião, duas fãs reconheceram ele, tiraram foto, quase achei que estavam passando mal de tanto desespero, era engraçado.
— Ei, você é namorada dele? — Uma das fãs perguntou, tinha cabelos pretos e lisos que pendiam até os ombros fiquei sem graça, e iria negar, achava que Edward não gostaria de que elas soubessem, só que ai ele me puxou pela cintura e me deu um rápido selinho, de surpresa.
— Sim, ela é sim. — Ele disse sorrindo, eu corei e soltei um sorriso por acidente. Elas se entreolharam e soltaram diversos gritos, enquanto davam pulos desesperados, não sabia se era felicidade ou o quê.
— Meu Deus! Você é super sortuda!! — A loira disse. Elas se despediram e ele voltou a segurar a minha mão.
— Achei que você queria que ninguém soubesse que rola algo entre nós.
— Não ligo, na verdade eu adoraria que todos soubessem. — O ruivo se vira para as pessoas nos aeroporto e grita. — EI PESSOAL ELA É MINHA NAMORA... — Puxo seu rosto e o fiz olhar para mim, minhas bochechas enrubesceram e ele começa a rir.
— Já entendi o recado, Teddy.
— Estamos juntos á 7 meses, realmente acha que eu não quero que todos saibam?
— ... Realmente sou muito sortuda! — Pegamos as nossas malas e partimos para fora do aeroporto. Pegamos um táxi, mas antes outras fãs pararam o Edward para tirar foto, dessa vez em grande número. As mesmas nem perceberam que eu estava ali e me derrubaram do chão, Teddy não viu, só depois que elas foram embora. Ele assustou e estendeu a mão para me ajudar a levantar.
— Desculpe, tem algumas que não são muito agradáveis, mas não vai acontecer de novo, prometo. Você está bem?
— Não tem problema, agora eu realmente acredito de que é bem famoso. — Dei de ombros. Entramos no táxi e eu expliquei ao motorista aonde era a casa de Cameron.
Foram quinze minutos até chegarmos, havia me esquecido do quão frio era essa cidade. O céu ainda continuava claro, só que estava nublado e ameaçava chover, Ed abriu a porta do táxi pra mim e deu a gorjeta ao taxista, quando pisei no asfalto, senti como se estivesse na época em que morava ali. Quando eu e meu irmão brincávamos na lama e a mamãe brigava com a gente, ou mesmo quando eu ficava desenhando embaixo de uma árvore que tinha no quintal, antes de corta-la. Consigo lembrar de tudo, do meu primeiro beijo, do dia em que aprendi a andar de bicicleta, a minha vida toda foi naquela casa.
Senti uma mão fria tocar a minha, e acordei do transe.
— Vamos? — Edward me pergunta com a voz mais suave do mundo.
— Não posso... — Meu coração disparava, e eu parecia estar presa porque não queria sair do lugar onde parei.
— Por que não?
— Eu sai daqui aos dezoito anos de idade, e depois eu nunca tive mais contato com a minha família. Ás vezes ligava, mas nem tanto... Você não sabe por quanto tempo eu esperei voltar para cá. E agora eu sei que minha mãe não está mais ai... Eu sei de que não vou provar da sua comida ou poder sentir o seu abraço. — Olhei para o chão. — Você não sabe o que é isso, Edward.
— Querida, calma, vai ficar tudo bem. — Ele me abraçou de lado. — Eu não sei o que é isso, mas estamos aqui agora. Não podemos voltar atrás e ficar pensado nas coisas que aconteceram no passado, pensa no agora. A realidade pode ser dura, mas se a vida te derrubar, eu vou estar aqui ao seu lado acontece o que acontecer, tudo bem? — O ruivo acaricia meus cabelos e eu tomo coragem para ir até a porta e tocar a campainha. Respiro fundo, tento diminuir a tensidade que sentia. Minhas mãos tremiam, estava feliz e com medo ao mesmo tempo. Fitei Edward, e ele assentiu com a cabeça.
Olhei para a campainha novamente, e a toquei.
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✘ Você e Eu » Ed Sheeran (FINALIZADA)
Random"Eu odiava dias de chuva, principalmente aqueles dias em que os raios cortavam o céu e você conseguia escutar eles ricocheteando um grande barulho em quase todos os cantos que você passava os olhos. Entretanto, eu passei a não odiar mais. Não a par...