02. Eu estou me sentindo viva, coisa que eu não sentia há muito tempo

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Pov Hannah

  Saio pelos portões do Santuário decidida do que estou fazendo, mesmo sem ter um destino. Talvez eu volte para a minha casa de antes do apocalipse ou talvez eu deva ir para a casa de pesca do meu pai.

  Acho que a segunda opção é a melhor. Era para ela que eu e meu pai estávamos tentando ir quando toda essa merda começou. Nós não conseguimos chegar, ele foi mordido antes e eu tive que matá-lo. Depois disso eu desisti de ir e fiquei sem um rumo até aqueles babacas me encontrarem.

  Chegou a hora de continuar o plano que eu e meu pai fizemos. A rodovia é perto de lá caso eu precise fugir ou ir para a cidade procurar por suprimentos e também tem um rio cheio de peixes bem perto do lugar.

  Ando por uma semana até chegar na cabana. Acampei nos lugares que encontrei no meio do caminho e não tive muitos problemas com zumbis, mas usei todos os suprimentos que Daryl me deu quando saí do Santuário.

  O lugar ainda estava do mesmo jeito. Claro, estava bem mais velho e sujo, mas parece que ninguém entrou aqui. É bem simples, feito de madeira com um cômodo onde fica o quarto e a cozinha e do lado tem outro cômodo pequeno onde fica o banheiro.

  Vou até uma cômoda e pego um porta-retrato com uma foto minha com meu pai ao lado. Tiro a poeira de cima dele e sorrio com a lembrança do dia em que tiramos essa fotografia.

  Coloco o quadro de volta no móvel e vou até a beliche. Jogo a minha mochila na cama de cima e me jogo na de baixo. O que eu faço agora? Levo meus olhos até a janela e vejo que esse lugar está totalmente desprotegido. Decido procurar por algumas tábuas para reforçar a segurança do lugar.

  Vou até os fundos da cabana e tiro a lona que estava em cima de umas madeiras. Algumas estavam podres, mas acho que as que estão inteiras vão ser suficientes para tampar todas as janelas.

  Pego um martelo e pregos nas ferramentas do meu pai e começo o trabalho. Termino de fechar todas as janelas e a noite chega. Vou até as gavetas da pia e pego algumas velas. Uso um isqueiro para as acender e começo a ouvir alguns zumbis tentando entrar aqui. Devem ter sido atraídos pelo barulho que fiz.

  Talvez eu devesse cuidar deles quando o dia clareasse, mas penso melhor e o barulho deles pode atrair mais zumbis e aí vai ficar ainda mais difícil para eu matar todos.

  Pego a minha faca, aperto ela no meu punho, dou um longo suspiro e saio. Vejo três zumbis. Um deles era uma mulher baixa, o outro era um homem gordo e o terceiro não dava para saber o que era, seu corpo já está quase inteiro decomposto.

  Acerto a mulher primeiro e em seguida o zumbi podre. Não tive dificuldade com esses. Me preparo para encarar o maior enquanto chamo ele para longe da cabana. Está muito escuro, então tento ficar em uma linha reta da cabana para não me perder dela.

  Me distraio e acabo tropeçando em uma pedra. "Merda" xingo baixinho. Sinto meu coração saltar quando vejo que o zumbi estava mais perto do que eu pensava. Dou um salto para trás e me levanto rapidamente antes que o corpo podre dele caia por cima de mim.

  Ofego enquanto coloco as mãos nos meus joelhos para descansar. Volto a minha atenção para o morto e vejo ele no chão esticando as mãos para tentar me alcançar. Seguro seus braços longe de mim e acerto a faca em sua cabeça.

  Olho ao meu redor e percebo que perdi a direção da cabana. Droga! Escolho um lado para ir e torço para que seja o lado certo. Felizmente era. Sorrio de alívio ao ver a cabana. Entro nela e vou direto para o banheiro.

  Tiro as minhas roupas e vou para o chuveiro. Giro o registro, mas a água não sai. "Sério?" resmungo. Volto para o quarto e pego um pano e uma garrafa de água dentro da minha mochila. Me limpo como posso com o pano umidecido e visto roupas limpas. Volto para o quarto e me jogo na cama. Mal vejo quando adormeço.

HANNAH | Livro Dois | Daryl DixonWhere stories live. Discover now