26. ...Vale a pena lutar por isso

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Pov Hannah

O balanço da carroça que nos trouxe até Commonwealth fez com que a dor do ferimento na minha barriga se espalhasse por todo o meu corpo. Quando os grandes muros do lugar finalmente aparecem, nós somos recebidos pela líder do lugar e um soldado alto de armadura vermelha alaranjada.

Daryl imediatamente me arrastou até os médicos do lugar. Não era um lugar nem um pouco humilde, na verdade era um hospital completo, cheio de médicos, salas e aparelhos, como no velho mundo.

-Eu já volto, tenho que ir ver como a Judith e o Rick Junior estão- Daryl avisa e eu concordo com a cabeça.

Mal me sento nas cadeiras de espera e um homem de cabelos grisalhos e jaleco branco me chama para ir até a sala dele.

-Os pontos estão bons, mas se você não tivesse chegado aqui a tempo, provavelmente a infecção ou a febre teria te matado- ouço o médico falar enquanto mexe na minha ferida com suas luvas brancas.

-Eu estou bem- digo enxugando o suor da minha testa e o médico ri.

-Com certeza não está, mas vai ficar- ele afirma- tome isso duas vezes ao dia- ele me entrega uma caixa de antibióticos- e tome esse quando começar a sentir dor- ele me dá uma outra caixa com analgésicos.

-Obrigada- pego as caixas e ele me responde com um sorriso.

-Se piorar, é só voltar aqui- ele avisa e eu concordo saindo da sala.

Passando pelos corredores vejo Carl e Lydia esperando ao lado de uma porta branca. Eles me vêem e abrem um sorriso, eu retribuo. Balançando a mão direita no ar, Lydia me chama para ir até eles.

-Está melhor?- Carl pergunta quando estou perto o suficiente deles.

-É, estou- forço um sorriso.

-Nós vamos fazer um ultrassom para ver como o bebê está- Carl explica e Lydia abre um sorriso.

-Já vai dar para saber se é uma menininha ou um menininho?- pergunto sem diminuir o sorriso.

-Ainda não sabemos- Lydia responde ansiosa.

-E vocês acham que vai ser menina ou menino?- pergunto e Carl ri.

-Eu acho que vai ser um menino e ela acha que vai ser uma menina- o garoto diz apontando o dedo para a companheira ao seu lado.

-Eu vou dar o meu palpite também- brinco- acho que vai ser uma menina- o sorriso de Lydia aumenta e Carl ergue uma sobrancelha com indignação- o que foi?- pergunto ao garoto- se a Lydia acha que vai ser uma menina, então vai ser- dou de ombros- é a regra, a mãe sempre sabe.

A porta ao nosso lado se abre e Annie e Negan saem de lá. Meu sorriso some no mesmo instante. Meus olhos vão até a barriga da mulher coberta por suas próprias mãos e em seguida para Negan ao seu lado. Vejo ele engolir em seco.

-É a nossa vez- Carl diz chamando a minha atenção- você quer entrar com a gente, Hannah?

-É melhor vocês irem sozinhos- forço um sorriso enquanto Negan e sua esposa passam por mim em direção a saída- mas me contem tudo depois- aponto o dedo para os dois garotos na minha frente e eles concordam sorrindo.

Vejo o casal entrar na sala do médico e fico um tempo ali parada. Tempo suficiente para Negan e Annie saírem do lugar e eu não ter que esbarrar com eles de novo. Caminho em passos lentos enquanto tomo um dos analgésicos para a dor.

Saio do hospital e olho ao redor. Minha cabeça gira e a minha visão turva quando eu vejo a quantidade de pessoas do lado de fora. Eu nunca imaginaria que ainda tinha tanta gente viva. O lugar é impecavelmente limpo e organizado, as pessoas parecem felizes e até o tempo parece estar sendo manipulado com o céu perfeitamente azul, como se tivesse saído de um estúdio de televisão.

HANNAH | Livro Dois | Daryl DixonTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon