11. Eu te dei uma segunda chance, seja grata de verdade e retribua

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Pov Hannah

...Três semanas depois

Meus ferimentos agora já são apenas cicatrizes grossas e avermelhadas e não tem mais rastros da pneumonia no meu corpo. Nesses dias com a Tessa, ela cuidou de mim e me ensinou algumas coisas, como fazer flechas, lanças e a caçar peixes com elas. Mesmo que eu considere ela uma amiga agora, sinto que ainda tem muita coisa que eu não sei sobre ela.

Estou apoiada na pia do banheiro enquanto penso em uma forma de dizer a Tessa que estou de partida. Sei que ela não vai querer voltar comigo para Alexandria, levando em consideração todas as vezes que eu sugeri isso e ela começou uma discussão sobre ser mais seguro ficar sozinha.

"Obrigada pelo que fez por mim, mas eu preciso ir ver como meus amigos estão" repasso na minha mente o que vou dizer para a mulher. "Sou grata a você e você sabe onde me encontrar caso precise de qualquer ajuda". Será que isso está bom? Não quero chatear ela depois de tudo.

Bom, estando bom ou não, eu tenho que fazer. Saio do banheiro e desço as escadas em direção a sala. Minhas sobrancelhas se juntam quando vejo ela no sofá arrumando a sua mochila.

-Você vai sair?- pergunto sem entender.

-Nós vamos- ela diz sem tirar os olhos do que está fazendo.

-Nós? Como assim?- pergunto ainda mais confusa.

-É, já ficamos tempo demais aqui e não podemos ficar em um lugar só por muito tempo, eu já te falei sobre isso- ela gesticula com as mãos enquanto checa os bolsos da mochila preta- esse lugar era só para você se recuperar e agora que se recuperou...

-Tessa, eu não posso ir com você- a mulher finalmente me olha.

-O que? Por que? Eu ainda tenho que ensinar você a se defender e a usar o arco- ela parece confusa.

-Eu sei, mas eu preciso ver como meus amigos estão- digo olhando em seus olhos- eu sou muito grata pelo que você fez comigo- aproximo alguns passos da mulher e ela se afasta na mesma medida- você sabe onde eu vou estar, sabe onde Alexandria fica, você pode ir lá se precisar de qualquer coisa.

-Não, você não pode ir- a mulher usa um tom rude.

-Do que você está falando?- já vi ela irritada comigo, mas dessa vez está diferente.

-Você me deve, eu te ajudei, te dei remédios, te alimentei, te ensinei a sobreviver lá fora- eu já ouvi esse discurso antes...- agora que você está bem não pode simplesmente dizer que vai embora.

-Por que você está agindo assim, igual uma babaca?- pergunto perdendo a paciência.

-Eu te dei uma segunda chance, seja grata de verdade e retribua- ela dá de ombros.

-E o que você quer que eu faça?- pergunto negando com a cabeça.

-Fique comigo, só por um tempo- ela desarma a sua postura- depois disso você pode fazer o que quiser e ir para onde quiser.

-Quanto tempo?- pergunto.

-Eu não sei... Só fique, está bem?- ela pede e eu sei que o que ela está pedindo é justo, afinal, eu nem estaria aqui tendo essa conversa se não fosse por ela.

-Tudo bem, mas antes eu preciso ir até Alexandria para saber como as coisas estão.

-Como vou saber que você vai mesmo voltar?- ela pergunta insegura.

-Você vai ter que confiar em mim- sou sincera.

E assim eu fui. Andei por alguns dias até que alcancei os portões de Alexandria, onde tinha uma placa com os dizeres "Bem vindos a zona segura de Alexandia. Misericórdia para os perdidos e vingança para os ladrões". Mas ao invés de ser recebida amigavelmente por Daryl, fui levada até uma capela e lá eles me fizeram várias perguntas. Quem eu era. De onde eu vim. Por que eu vim até aqui. De onde eu conhecia Daryl e Rick.

HANNAH | Livro Dois | Daryl DixonWhere stories live. Discover now