37. Eu nunca deixei de pensar em você

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Pov Hannah


...Semana seguinte


Depois de Meridian e a floresta, Daryl e eu começamos a procurar em direção à cidade. Ela não é um lugar muito grande, tem poucas casas e lojas, mas ficamos uma semana para ter certeza de que nada passou. A cada lugar que entramos e saimos sem pistas, a cada dia que passou sem nenhum sinal da Leah, Daryl ficou mais frustrado.

Quando a noite chega, nós resolvemos entrar em um bar para esperar o próximo dia. Enquanto Daryl guarda a moto e tranca a porta, eu faço a varredura pelo lugar. Com a minha arma em punhos, vou até o final do salão para ver se encontro alguém ou algum zumbi, mas só encontro um corpo morto mumificado pelo tempo nos fundos do lugar.

-Podemos parar de procurar aleatoriamente e começar a procurar só em maternidades e lojas de coisas de bebês- dou de ombros enquanto sento em um dos bancos na frente do balcão- ela vai ter que ir em um desses lugares para pegar as coisas para o bebê.

-É... Acho que faz sentido- Dixon diz se aproximando e acendendo um cigarro.

-A coisa que eu mais odiei na Commonwealth foi eles terem cigarros lá- afirmo vendo a fumaça cinzenta escapar dos lábios dele.

O caçador me olha com os olhos cansados e com as pontas dos dedos tira o cigarro de sua boca. Ele resmunga ranzinza enquanto apaga a ponta na madeira do balcão a nossa frente.

-Uma bebida não seria ruim agora- falo. Ele ergue uma sobrancelha e eu dou de ombros- o que é? Eu sei que você gosta também- falo e o caçador abre um sorriso pequeno.

Passo meus olhos por todo o lugar procurando por algo que desça quente e amargo. O meu olhar breca quando eu vejo uma garrafa com um líquido transparente na pia atrás do balcão.

-Quer também?- pergunto enquanto me sirvo em um copo empoeirado que peguei no escorredor- não vamos mais a lugar algum naquele breu que está lá fora e tenho certeza que ninguém vai vir encher o nosso saco aqui dentro também- ele continua me olhando esquivo- qual é, só uma dose... Você já escondeu a moto, estamos trancados aqui dentro e não tem como ninguém saber que estamos aqui.

O caçador pega outro copo atrás do balcão para ele e eu abro um sorriso. O sirvo da mesma quantidade que me servi e em um gole seco entornamos os nossos copos ao mesmo tempo.

-Poderíamos fazer algo para passar o tempo- ele resmunga como resposta- já jogou "eu nunca"?- questionei pronta para explicar o jogo, mas para a minha surpresa, ele concordou com um balançar de cabeça- já!?- ergo uma sobrancelha- não esperava isso de você- sorrio- sabe, você é todo sério e tímido- ele me olha calado- com quem você jogou?- fico curiosa para saber quem foi a pessoa que convenceu o Dixon, a pessoa mais introvertida e quieta da Terra, a brincar em um jogo desses.

-Uma amiga- ele responde curto e pensativo- ...a irmã da Maggie- ele explica e eu dou um meio sorriso compreensivo.

-E foi legal?- perguntei dando um gole na minha bebida.

-Não era um dia bom... Não era uma época boa- ele suspira com o olhar distante antes de levar o copo até os lábios outra vez.

-Por que? O que aconteceu?- olho os detalhes do rosto do caçador interessada na sua história.

-Nosso grupo tinha sido atacado e cada um tinha ido para um lado na hora da confusão- ele diz olhando para o próprio copo vazio- só estávamos eu e ela e nós não sabíamos se mais alguém tinha sobrevivido- ele explica- achávamos que todos estavam mortos- encho nossos copos sem desviar a atenção do caçador- bom, eu achava, já ela... Ela sempre teve um jeito esperançoso de ver todas as coisas- ele bebe mais um gole e eu o acompanho- eu estava com a cabeça cheia nesse dia pensando nos nossos amigos e acabei sendo um idiota e descontando tudo nela.

HANNAH | Livro Dois | Daryl DixonOù les histoires vivent. Découvrez maintenant