28. Isso é coragem, Eugene

452 33 5
                                    

Pov Hannah


As pessoas começam a se juntar cada vez mais em volta do corpo do Sebastian enquanto o olham com medo e pena. Em outros rostos consigo ver um sorriso discreto de satisfação, mas eles não são a maioria. Saímos dali passando com dificuldade por entre as pessoas.

Não foi difícil achar o homem que matou Sebastian. Ele estava correndo desorientado e tropeçando nas pessoas a alguns metros de onde o garoto tinha morrido. Eu e Daryl tentamos levar ele para algum lugar mais escondido, mas o homem insistia em procurar pela sua namorada Max e só desistiu quando viu que os guardas da Pamela estavam chegando muito perto de nós.

Nos escondemos em uma loja de temperos repleta de janelas de vidro nem um pouco segura e esperamos os soldados e a multidão lá fora se dispersarem. Daryl decidiu levar o homem para se esconder na igreja. Não foi difícil chegar nela, o que está está sendo difícil é continuar escondido ali sem sermos descobertos.

Eu estava indo ver como Judith e o irmão dela estavam quando alguns soldados me cercaram e me levaram até um lugar cheio de salas escuras. Durante o caminho vi outras pessoas do grupo do Daryl. Fiquei aliviada vendo que eles estavam fazendo isso com todos do grupo, é um sinal de que eles não sabem com quem o Eugene está.

Me deixaram sozinha em uma sala vazia de interrogatório. O som dos ponteiros do relógio batendo já está me deixando louca. Bato meus dedos nervosa na mesa de metal a minha frente. A porta se abre me fazendo olhar para trás e dar de cara com o líder dos soldados, o homem alto que usa uma armadura diferente na cor vermelha. Mercer é o nome dele, eu acho.

-Hannah Davis- o homem se senta na cadeira do outro lado da mesa e me chama pelo nome que dei para eles quando cheguei aqui- sem moradia aqui dentro, atualmente desempregada e morando com Daryl Dixon na rua Miller, 871, setor G4- ele continua lendo o papel em suas mãos- solteira e sem filhos- ele faz uma pausa e levanta os olhos para me olhar- você aceita que essas informações são verdadeiras?

-Acho que sim- respondo sem interesse.

-Você aceita essas informações?- o soldado insiste.

-O que isso importa?- não escondo minha irritação- Hornsby caçou as nossas pessoas como animais na floresta e agora vocês estão fazendo isso com a gente.

-Você aceita que essas informações são verdadeiras?- ele me ignora.

-Sim- desisto. Só quero sair logo daqui.

-Onde você estava durante o tumulto?- o soldado prossegue com a entrevista.

-Na praça- sou sincera.

-Em que lugar da praça?- ele pergunta rude.

-Em todo lugar- dou de ombros- eu estava procurando pela Judith.

-E depois?- o homem pergunta interessado.

-Eu a encontrei e a deixei com o Carl- respondo.

-E você encontrou mais alguém?- ele me olha atentamente.

-Não- minto.

-Você estava com o Eugene- ele acusa e eu mantenho a minha postura séria- várias testemunhas viram vocês juntos.

-Posso ter falado com ele em algum momento enquanto procurava pela Judith, mas não estava com ele quando o filho da Pamela morreu- dou de ombros.

-Você não o viu mais depois desses acontecimentos?- o soldado pergunta.

-Não- minto outra vez.

-Tem certeza?- ele pergunta duvidando de mim.

-Totalmente- respondo confiante- mas eu te chamo se eu ver ele- digo em um tom sério para que ele não perceba que estou brincando com a cara dele.

HANNAH | Livro Dois | Daryl DixonWhere stories live. Discover now