31. Vamos pegar os nossos filhos e pegar de volta a nossa casa

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Pov Hannah

-Tem dois deles fazendo turnos e andando pelo perímetro- Daryl diz olhando pelo binóculos para os soldados que vigiam a estação de trem- mas não vamos matar eles- ele me devolve o binóculos e olha para mim- vamos seguir o trem pela floresta quando ele aparecer.

Aceno para o caçador e o sigo até uma das motos dos soldados que tentaram me matar. Daryl sobe e liga o motor. Ele me olha como se perguntasse por que eu não subi ainda, fazendo com que eu me toque e monte atrás dele.

Cogito passar as mãos pela sua cintura e me segurar ali, mas decido me segurar na traseira da moto. É estranho. Ele já me viu nua por completo, mas um gesto simples como agarrar a cintura dele para me segurar ainda é vergonhoso.

Me sinto uma criança tímida, mas é só medo de fazer algo que ele não goste. A verdade é que eu não o conheço ainda o suficiente. Não sei quais são os seus limites. Ele me descobriu por inteiro nos meus últimos dias no Santuário, mas eu não sei quase nada sobre ele e o passado dele.

Acho que talvez o que ele me dá não seja o suficiente para depositar todas as minhas forças nisso que nós temos. Nós temos algo afinal... Não temos? Nunca teve um pedido oficial de namoro ou algo do tipo, nem mesmo um "te amo". Quero dizer, eu sei que eu amo ele e eu nunca falei isso para ele do mesmo jeito que ele não falou, mas será que ele também sente o mesmo?

Respiro fundo ignorando todos os meus pensamentos e agarro a cintura do homem. Ele parece se assustar e seus músculos se enrijecem, mas depois de entender o que aconteceu, ele parece estar confortável com o meu toque. A noite é fria, mas hoje Daryl está quente.

O vento chicoteia os meus cabelos na minha pele e por um momento eu tento esquecer todos os problemas que a Commonwealth nos trouxe e relaxar. Fecho meus olhos esquecendo de todos os pensamentos ruins sobre o Dixon e eu. Respiro fundo e deixo o ar fresco entrar nos meus pulmões.

A buzina do trem me faz abrir os olhos e agarrar o homem na minha frente com mais força. Daryl acelera a moto e acompanha de longe o trem pelas estradas no meio da floresta. O trem começa a parar e o caçador para a moto junto. Descemos e nos abaixamos entre os galhos secos de um arbusto. Puxo o meu binóculo e observo.

-Eles estão em seis- digo olhando para os soldados na estação enquanto o homem está inquieto do meu lado.

Olho para o trem para tentar ver algo, mas só consigo ver alguns dos seus vagões abertos carregados com veículos. Um jipe se aproxima e chama a minha atenção. Um soldado dirige ele enquanto um homem sem uniforme leva uma mulher com os pulsos amarrados em direção ao trem. Abaixo o binóculo pensativa e Daryl me olha. Eu já vi o rosto dela em algum lugar.

-O que foi?- o homem pergunta e eu entrego o binóculo para ele.

-Connie- ouço ele sussurrar e me lembro vagamente dela e da amizade deles.

Aperto os olhos e consigo ver um dos soldados falando algo no rádio. Puxo da cintura o walk talk que peguei de um outro soldado e ligo ele para escutar o que eles estão falando.

-O cara está dizendo que eu tenho que colocar um exilado aqui. É um transporte de carga e é contra as regras. Câmbio.

O soldado na nossa frente diz. Daryl vira um pouco a cabeça para ouvir o rádio em minhas mãos.

-Ela não vai ser uma trabalhadora, ela é a designação dois.

Ouvimos alguém responder do outro lado da linha.

-Merda.

O soldado ao lado da Connie responde.

HANNAH | Livro Dois | Daryl DixonWhere stories live. Discover now