HANNAH | Livro Dois | Daryl Dixon

32. Eu quero você!

Pov Hannah

  Andamos durante a madrugada inteira. Estou lutando com o meu corpo para continuar acordada. Juro que quando eu ver uma cama só vou me jogar já desmaiada sem me importar se vou cair nela ou fora dela.

  Maggie foi sozinha na frente o tempo todo. Seus passos são pesados e apressados. Carl, Lydia e eu estamos logo atrás tentando acompanhar a mulher. Daryl e Connie ficaram caminhando sozinhos atrás de nós, um do lado do outro o tempo todo.

  Olhei para trás algumas vezes. Vi eles sorrindo e outras vezes eles só estavam quietos e sérios. Não vou mentir e dizer que não tenho ciúmes do Daryl, é lógico que eu tenho, mas sei que isso não é nada além de amizade.

  Quando o dia começa a amanhecer, os muros altos de Alexandria surgem nas nossas vistas. Eu me ofereço para fazer uma ronda e analisar o lugar enquanto eles descansam e pensam em um plano.

  Cada torre de vigia tinha pelo menos dois homens da pamela. Com o meu binóculos eu consigo ver uns rostos familiares. Vejo o Negan e outras pessoas do nosso grupo carregando algumas madeiras e alguns soldados vigiando eles. Não vejo nenhuma criança no meio deles, mas não sei se isso é uma coisa boa ou ruim. Volto até os outros para contar o que eu vi.

—O nosso pessoal está lá dentro– posso ver a esperança nos olhos deles quando eu dou a notícia.

—Você viu o Hershel?– Maggie pergunta com esperança.

—E os meus irmãos?– Carl pergunta em seguida.

—Não– nego com a cabeça baixa– só consegui ver os adultos.

—Mas eles tem que estar lá... Certo?– Maggie pergunta decepcionada.

—Nós temos que entrar lá agora– Carl afirma ansioso.

—Não dá... Pelo menos não agora– eles me escutam com atenção– todos os lados da comunidade estão sendo vigiados– explico– talvez se esperarmos a troca de guardas...

—Tem outro jeito– Daryl me interrompe– pelos esgotos– ele faz alguns sinais em libras para Connie– eu e ela vamos para o esgoto do moinho de vento– ele aponta para Connie.

  Eu não sou uma maluca ciumenta, mas por que ele escolheu ela e não eu? Eu fiz de tudo para ficarmos juntos nessas últimas horas e agora ele simplesmente escolhe se separar de mim. Quer saber? Esquece.

—Eu e Lydia vamos para a minha antiga casa– Carl toma a frente.

—Não, vocês ficam aqui– Daryl se impõe– é mais seguro.

—Mas os meus irmãos estão lá dentro!– Grimes aponta com indignação.

—Ele tem razão, Carl, vai ser mais seguro para vocês aqui– respondo olhando para a barriga da Lydia– precisamos de alguém aqui fora de olho no que está acontecendo lá dentro– estendo um dos rádios para o garoto– se vocês virem algo estranho, nos avise pelo canal trinta e cinco.

—Eu vou trazer eles de volta, garoto– Daryl diz em um tom firme antes de dar as costas e seguir em direção ao esgoto com a Connie.

—Vem, vamos achar as nossas crianças– Maggie chama me fazendo tirar os olhos do Dixon.

  Caminhamos na direção contrária a que o caçador foi. Ainda estou tentando entender por que ele escolheu ela. Eu sei que provavelmente ele quer manter ela por perto pelo susto que foi ver ela sendo levada de trem, mas... Pareceu ser tão fácil para ele fazer essa escolha. Quero dizer, ele nem parece ter cogitado ir comigo.

—Estamos bem, nós chegamos.

  Quando chegamos no fim do esgoto, Maggie fala pelo rádio roubando a minha atenção para ela.