Epílogo

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Pov Hannah

Estou tomando uma xícara de chá quando Tony corre até mim e me envolve com os seus bracinhos. Bracinhos que agora mal se juntam atrás de mim por conta da minha enorme barriga. É, estou grávida. Não foi planejado, mas acabou acontecendo.

Tony no auge dos seus oito aninhos carrega toda a esperteza do mundo nas suas costas. Sei quando ele quer algo e definitivamente ele quer algo com esse abraço agora. O garoto se afasta de mim e me olha com aquele sorriso tímido que ele tem, o mesno sorriso tímido do pai.

-Mãe...?- ele chama retraído e eu respondo:

-Sim...?

-Eu posso ir lá na casa da Clarice?- ele pergunta.

Eu olho para Daryl encostado no balcão do outro lado da cozinha. O homem segura o riso. Ele sabe o quanto eu odiava o mundo por ter feito esse menino se apaixonar logo pela filha do Negan. Anthony só sabe falar dessa garota e eu tenho certeza que isso é um castigo de Deus para mim por algo que eu fiz.

-Pode, mas volte para almoçar, tudo bem?- respondo e o menino abre um enorme sorriso concordando.

Ele corre até a porta e bate ela atrás de si, me fazendo fechar os olhos de susto com o barulho. Olho para Daryl e ele ainda tem um pequeno sorriso travesso nos lábios me fazendo revirar os olhos.

-Por que ela? Ele tinha que gostar logo da filha do Negan?- pergunto reprovando com a cabeça.

-Deixa o garoto- o caçador responde divertido.

-Mas a Hope é legal também e ao invés de sermos obrigados no futuro a passar algumas noites jantando como sogros na casa do Negan, passaríamos as noites especiais na casa do Carl e da Lydia- faço biquinho e o Dixon vem até mim e me abraça pela cintura- tenho certeza que isso é coisa de Dixon, vocês são cabeças duras- falo e ele ri- acho que não vou aguentar um terceiro Dixon correndo pela casa- nego olhando para a minha barriga sobressalente.

-É claro que vai- ele responde deixando um selinho em meus lábios- tenho que ir trabalhar- ele deixa um aperto na minha cintura antes de vestir o seu colete e sair.

"É óbvio que eu vou aguentar, eu vou amar", penso olhando para o delicado anel dourado na minha mão esquerda. Teria mais dez Dixon's correndo aqui nessa casa se eu pudesse, mas só essa única gravidez já é arriscada. Não sou mais uma garotinha de vinte e tantos anos. A minha gravidez é de risco por conta da minha idade, mas eu estou confiante... Nós estamos.

Oito meses e três semanas já foram. Sim, só falta uma semana para o bebê nascer. Todos os ultrassons e exames mostraram que ele é uma criança perfeitamente saudável, mas os médicos me pedem para ter cuidado.

Não vimos qual era o sexo do bebê, achamos melhor ser uma surpresa. O Tony quer um irmãozinho, o Daryl falou que ele vai amar de qualquer jeito se for menino ou menina e eu... Eu não sei. Tive muitos sonhos com um menininho que dizia ser meu filho uns anos atrás, mas não sinto que seja um garotinho aqui dentro de mim.

Coloco a minha xícara na pia, mas o som que ela faz quando eu encosto o seu fundo na superfície não é o único barulho que escuto no ambiente. É como se alguém derrubasse um balde de água quente em meus pés. Levanto o vestido e... Não pode ser... Ainda falta uma semana.

-Daryl!- grito mesmo sem saber se ele ainda pode me ouvir ou se já está longe o suficiente.

Me encosto na pia ofegante. Por que veio mais cedo? Aconteceu alguma coisa com o meu bebê? Não sinto nenhuma dor. Eu não deveria estar tendo contrações? Coloco a mão sob a minha barriga e a porta se abre apressada. Daryl passa por ela com o seu olhar preocupado sob mim. Ele está cansado, como se tivesse vindo correndo até aqui.

HANNAH | Livro Dois | Daryl DixonWhere stories live. Discover now