34. ...E nós não somos os mortos-vivos

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Pov Hannah


Negan me ajuda a levar Carl até o hospital. Agradeço internamente por ele ter vindo. Nós não teríamos chegado muito longe sem ele, já que não demora muito para que o corpo do garoto fique mole e pesado pela perda de sangue.

Apoio Carl nos ombros do Negan e abro a porta do hospital para eles entrarem. Vejo Daryl tentando falar com alguns soldados que correm com umas caixas nas mãos. Negan coloca Carl em uma maca ao lado da maca em que Judith está e vai tentar falar com os soldados também.

Vou até a mais nova e checo a sua pulsação. Está fraca. Carl balbucia alguma coisa e desmaia ao lado da irmã. Me volto para os homens atrás de mim e vejo eles sendo atacados pelos soldados. Um deles acerta uma coronhada na testa do Daryl e o outro empurra Negan para longe. Daryl desmaia e Negan parte para cima dos soldados, mas é desmaiado por outra coronhada.

Os soldados vem na minha direção e eu tento proteger as crianças atrás de mim com o meu corpo. Levanto as mãos em rendição e nego algumas vezes com a cabeça para eles verem que não sou uma ameaça. Eles desistem e dão meia volta. Em segundos não tem mais nenhum soldado no prédio, só nós.

Os grunhidos dos zumbis ficam mais altos e eu olho para fora através das portas de vidro. "Merda", sussurro quando vejo que os mortos estão mais perto de nós do que eu gostaria. Chacoalho Daryl pelos ombros e chuto Negan com a ponta dos pés, mas eles não respondem. Corro até as portas e tranco elas. Faço barreiras com os móveis, mas não sei até quando isso vai segurar os zumbis lá fora.

-Esse lugar todo tinha que ser feito de vidros?- reclamo para mim mesma.

Olho para os homens no chão e para as crianças nas macas indecisa sobre o que eu faço primeiro. Decido deixar Daryl e Negan para trás e levar a Judith para a sala de cirurgia. Coloco ela no soro e em seguida faço o mesmo com o Carl.

Faço uma suturação e um curativo no ferimento que o disparo fez no ombro da menina e em seguida faço o mesmo com o braço amputado do irmão dela. Checo a pulsação dos dois e vejo que eles estão estáveis, mas estão fracos ainda.

Reviro o lugar inteiro procurando por antibióticos e analgésicos, mas parece que os soldados levaram tudo o que tinha aqui. Volto até as crianças e suspiro. Não tem nada mais que eu possa fazer por elas.

Vou até Daryl com uma gaze e começo a limpar o sangue que escorria pela testa dele. Os zumbis parecem ficar mais agitados vendo a minha movimentação aqui.

-Eu também recebo uma atenção médica aqui?- Negan fala com os olhos fechados de dor enquanto pressiona a testa com a palma da mão.

-Depois- respondo vendo Daryl acordar também.

-O que aconteceu?- o caçador pergunta desnorteado.

-Os soldados...- começo a falar, mas ele parece se lembrar.

-E as crianças?- ele pergunta se sentando em um pulo.

-Eu... Eu fiz o que eu consegui- sou sincera- a pulsação deles está fraca e não tem analgésicos e nem antibióticos aqui, já olhei em todos os lugares.

-Onde eles estão?- Dixon pergunta e eu aponto com o queixo para a porta branca.

Ele se levanta e corre até lá. Negan me olha com os olhos cansados e eu aperto meus lábios.

-Temos outro problema- olho para os zumbis forçando as portas de vidro- não sei quanto tempo isso vai aguentar.

-Nós vamos dar um jeito- ele diz se levantando- vem- ele estende a mão para me ajudar a levantar e depois de alguns segundos eu acabo aceitando.

HANNAH | Livro Dois | Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora